2.2. A Iris
     A íris é a zona do globo ocular responsável pelo colorido do olho,  tendo a função de separar a pupila da esclerótica, que constitui a parte branca do olho. O diâmetro médio da pupila é de 4,4 mm, e esta localiza-se no centro da íris. A íris trata-se de uma membrana circular de aproximadamente 12 mm de diâmetro. No contexto do globo, sua posição está entre a córnea e o cristalino, dilatando ou contraindo sua abertura central de acordo com a intensidade  da luminosidade, controlando a passagem de luz.
     A íris possui músculos em sua estrutura, responsáveis por lhe conceder esta mobilidade,  funcionando como um diafragma de máquina fotográfica, diminuindo ou aumentando a sua abertura (a pupila) e selecionando a quantidade de luz que deve estimular a retina.
     A confiabilidade relacionada à íris é extremamente alta. Sua unicidade é o ponto fundamental para garantir essa confiabilidade, além do fato de ela permanecer estável com o passar dos anos, a não ser que ocorra algum evento imprevisível, como algum trauma ou cirurgia de glaucoma.
     A identificação através da íris dispensa o contato físico da pessoa com o aparelho utilizado nesse processo de identificação. Uma fotografia tirada pelo aparelho identificador de uma distância entre 10 cm e 60 cm pode ser considerada suficiente para a identificação do indivíduo de forma eficaz.
     A utilização da íris como característica para identificação e autenticação tem por base a validade de alguns requisitos fundamentais para sistemas biométricos:
  • A Unicidade, como já foi dito anteriormente, caracterizada pelo fato de que os seres humanos apresentam íris suficientemente diferentes a ponto de poderem ser identificados através dela.
  • A Universalidade, que está ligada ao fato de que, para ser usada em um sistema biométrico, a característica fisiológica, no caso a íris, deve ser inerente a todos os seres humanos.
  • A Durabilidade, isto é, a inexistência de alterações significativas na íris com o passar do tempo.
  • A Coletabilidade, que significa a possibilidade de se realizar uma medida quantitativa e qualitativa relacionada à característica biométrica.
     Devido ao fato de que o reconhecimento de indivíduos através da íris pode ser realizado a distâncias de até aproximadamente 1 metro, os padrões de íris tornam-se uma alternativa interessante para uma identificação e autenticação confiável de pessoas, especialmente quando há a necessidade de se efetuar uma busca através de bancos de dados extensos sem que existam falsas combinações mesmo havendo grande quantidade de registros.
     Apesar de seu pequeno tamanho e, muitas vezes, de apresentar dificuldades para a realização da captura da imagem, a íris possui a grande vantagem matemática de ter uma vasta diversificação nos padrões coletados em pessoas diferentes. Os métodos para a codificação e reconhecimento dos padrões de íris foram inicialmente introduzidos e descritos pelo John Daugman, físico da Universidade de Cambrigde, em 1993.

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Figura 4. Íris Humana