5. Capítulo V – Qualidade de Serviço




O problema fundamental da troca de voz por uma rede como a Internet, é que o gerenciamento dos pacotes de protocolo IP envolve restaurar, ao final do caminho, a ordem em que foram enviados. Se erros como várias transmissões simultâneas, ou atrasos ocorrerem, este processo de reorganização dos pacotes pode se tornar bem lento. Para aplicações clássicas, como, por exemplo, e-mail, este atraso não significa um problema, mas para aplicações telefônicas, onde a interação em tempo real entre os usuários é fundamental, isto pode provocar uma significativa degradação na qualidade da conversação.

De uma maneira generalizada, como seria garantida a qualidade de serviço para os usuários de VoIP?

Isso vai depender em parte da velocidade de acesso à Internet nos dois lados da comunicação, além do tráfego total na rede. Existem duas características principais que determinam a qualidade de um telefone ligado à Internet:

A primeira característica é o tempo de latência. Tal grandeza mede o tamanho do atraso desde o momento em que as palavras são pronunciadas de um lado até o momento que estas são eficazmente ouvidas do outro.

A outra característica importante que determina a qualidade de um início de uma transmissão do telefone via Internet, é, simplesmente, o grau de correspondência da voz transmitida com a voz natural de quem fala.

Se os pacotes vocais se perderem ou atrasarem além de um limite pré-definido, o software de telefonia IP tenta repor os dados que faltam através dos índices dos pacotes adjacentes. Naturalmente, quanto mais o software recorre a esta técnica de interpolação, mais a qualidade será comprometida (distorção da mensagem vocal).
TCP/IP, a princípio, não garante aos clientes a transmissão de um número certo dos dados em um período de tempo preciso. Os desempenhos da rede podem flutuar de momento em momento. Às vezes os dados são transmitidos imediatamente, em outras atrasam duram demais ou apenas não chegam completos.

Em muitos aspectos, os problemas que os planejadores têm são similares àqueles que foram encontrados no planejamento das redes celulares digitais, onde não há garantias de que os dados cheguem intactos. Conseqüentemente os planejadores devem supor que os níveis abaixo do esperado não são confiáveis, e compensar esses erros eventuais com técnicas de interpolação e correção.

Conseqüentemente se torna uma tarefa árdua predizer a qualidade de serviço que pode ser esperada pelos usuários de uma transmissão de telefonia pela rede, mas, geralmente, esta qualidade está correlacionada diretamente à largura de banda disponível para a conversação e para o trafego da rede.
Quase que a totalidade das companhias atuais fizeram suas redes com grande largura de banda. Essas conexões de banda-larga são capazes de garantir qualidade suficiente para que seja oferecido o VoIP para longas distâncias.

Apesar de tudo, a qualidade no campo da telefonia via IP vem apresentando melhorias notáveis. O protocolo RSVP da Cisco, por exemplo, já foi planejado a fim reservar uma parcela certa da banda apenas para as aplicações que demandem respostas em tempo real, que  é o caso do VoIP. Cada roteador que suporta tal protocolo tem a habilidade de reconhecer perfeitamente a prioridade nos pacotes que estão enfileirados, distinguindo entre aqueles urgentes (pacotes real-Time) e aqueles menos, agindo conseqüentemente. Ao mesmo tempo, muitos estudantes de Internet, sustentam que a proliferação de grandes quantidades de banda a baixo custo renderá o desenvolvimento do RSVP e, posteriormente, a qualidade de todos os serviços prestados via Internet.