3. Cidadãos inteligentes
 
3.1. Definição
   
     O nível de "inteligência" dos cidadãos de uma cidade é definido pelo projeto Cidades Inteligentes Europeias por seu desempenho em sete fatores: nível de qualificação, apreço pelo aprendizado continuado, pluralidade étnica e social, flexibilidade, criatividade, cosmopolitanismo/abertura e participação na vida pública.


  

Figura 7 – Os fatores que qualificam o capital humano de uma cidade. Fonte: [5].

3.2. Fomentando a "inteligência" dos cidadãos
   
     As pessoas são o centro de uma visão de desenvolvimento sustentável: cada um de nós deve ser parte da solução e só podemos enfrentar com sucesso esse desafio se agirmos coletiva e cooperativamente. Um mundo sustentável deve ser formado majoritariamente por indivíduos bem instruídos, criativos, flexíveis, abertos, engajados na vida em sociedade e de espírito colaborativo e solidário. Ele pressupõe um novo modelo de educação mais holística, centrada nas questões humanas sem abrir mão da alta especialização tecnológica, que cultive o espírito comunitário e que possibilite uma plena realização das potencialidades de cada um.

     No livro "A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir", o educador brasileiro Rubem Alves descreve uma escola em Portugal formadora de "cidadãos inteligentes": "Escola da Ponte - um único espaço partilhado por todos, sem separação por turmas, sem campainhas anunciando o fim de uma disciplina e o início de outra. A lição social; todos partilhamos de um mesmo mundo. Pequenos e grandes são companheiros numa mesma aventura. Todos se ajudam. Não há competição. Há cooperação. Ao ritmo da vida; os saberes da vida não seguem programas. São as crianças que estabelecem os mecanismos para lidar com aqueles que se recusam a obedecer às regras. Pois o espaço da escola tem de ser como o espaço do jogo; para ser divertido e fazer sentido, tem de ter regras. A vida social depende de que cada um abra mão da sua vontade, naquilo em que ela se choca com a vontade coletiva. E assim vão as crianças aprendendo as regras da convivência democrática, sem que elas constem de um programa...".
  

Figura 8 – Capital humano. Fonte: [19].