2. Histórico

Os sistemas precursores das Antenas Inteligentes, ainda largamente utilizados no mercado atual, são conhecidos por antenas convencionais. Esses aparelhos, existentes nos sistemas automatizados, são classificadas sob dois termos principais: onidirecionais ou setorizados. Esses termos estão relacionados à forma de distribuição de sinal para o ambiente, por parte do referido aparelho.

A forma como o sinal é distribuído por esses modelos de antenas causa um desperdício de recursos, visto que a maior parte do sinal transmitido irradia em direções que não coincidem com a verdadeira posição do usuário, para quem o sinal é direcionado. Além disso, o sinal proveniente de um antena convencional poderá funcionar como interferência para outros usuários que não estejam utilizando esse sinal que chega a eles. Também há a interferência sentida pela base emissora, que recebe sinais oriundos de vários usuários pelos quais ela não é responsável.

Desde que iniciou-se a comunicação via a utilização de redes sem fio ("Wireless Networks"), tem sido utilizado uma simples antena de dipolo, que irradia e recebe igualmente em todas as direções o sinal transmitido. Para encontrar e alcançar os usuários destinatários, o sinal gerado é distribuído onidirecionalmente (uniformemente) no meio, e se espalha seguindo um padrão de irradiação que se assemelha às ondas circulares concêntricas que se propagam em um piscina.

O desperdício de recursos obtido com as transmissões onidirecionais são compensadas com um aumento da intensidade na taxa de emissão do sinal. Todavia, a maior força de propagação do sinal só faz aumentar a interferência observada nas bases emissoras e nos usuários alheios aos diversos sinais que os alcançam a todo momento.

Quanto às antenas setorizadas, pode-se verificar que há um avanço na qualidade de serviço, em relação às antenas onidirecionais. O modelo de setorização é baseado na divisão de uma área coberta por determinada estação transmissora em subáreas. Sendo que cada uma destas subáreas terá cobertura através de um sinal emitido por uma antena direcional posicionada na base transmissora. Haverá um setor para cada antena direcional existente na base.

A divisão em setores permite que o alcance do sinal aumente, dado que agora cada setor terá uma emissão individual de sinal para o meio. Esse modelo também permite a reutilização das faixas de frequência, sem que ocorra a alta e costumeira taxa de interferência do modelo anterior. A setorização melhorou o caso das antenas onidirecionais, mas ainda faltava algo que dispensasse a necessidade de criação de vários setores. Assim poderia-se otimizar ainda mais o consumo de energia e recursos, bem como tratar com mais eficiência a interferência existente entre estações transmissoras e usuários.

No cenário que abrange a necessidade de aperfeiçoamento das comunicações sem fio, e o contínuo processo de desenvolvimento de hardware/software, foi elaborado o conceito das Antenas Inteligentes, que será tratado a seguir.