4. Avaliação do Desempenho
Ao decidir-se por um sistema de autenticação biométrico, um dos fatores relevantes é o desempenho do mesmo. Para isto, normalmente são utilizadas duas medidas: a taxa de falsa aceitação (FAR – False Acceptance Rate - erro do tipo I) e a taxa de falsa rejeição (FRR – False Rejection Rate - erro do tipo II). A partir da FAR, é possível quantificar, em termos de percentagem, os usuários não-autorizados que foram considerados válidos (aceitos) pelo sistema. Pela FRR, podemos identificar a percentagem dos usuários que deveriam ter sido autorizados, mas foram classificados como não-autorizados (rejeitados) pelo sistema.
Para o bom desempenho do sistema, a tolerância a esses tipos de erro é um fator crítico, já que uma falsa rejeição causa frustração e uma falsa aceitação causa fraude. São vários os sistemas biométricos, com os mais variados valores de FAR e FRR, e devem ser escolhidos de acordo com a aplicação. Nesse caso, aplicações que exigem um altíssimo grau de segurança devem utilizar os sistemas que apresentam maior dificuldade de serem burlados e grande precisão (alta taxa de acerto), como é o caso da varredura de retina e íris.
Como exemplo da alta confiabilidade desses sistemas, tomemos o EyeDentify ICAM 2001 da EyeDentify Inc. Com uma FAR de 0%, ou seja, imune a falsas aceitações, uma FRR de 12,4% em uma tentativa e 0,4% em três tentativas, capacidade para 3000 usuários, e muitas outras características, este produto mostra um pouco do poder deste método biométrico. Observando esses dados, a preocupação deve estar em explicar as falsas rejeições, que apesar de possuir um valor razoavelmente alto com uma tentativa, é muito reduzido ao se passar para três o número de tentativas. [Informações completas]

Figura 6 - EyeDentify ICAM 2001

Abaixo seguem algumas das condições inadequadas que podem levar a falsas rejeições (FRR - erro do tipo II):

-> Distância incorreta do olho em relação à lente da câmera.

-> Falta de fixação e alinhamento.

-> Tamanho de pupila insuficiente.

-> Obstrução ou distorção do trajeto ótico por: sujeira na câmera, lentes de contato, óculos não removido,etc.

-> Interferência da luz ambiente.

Tamanhos pequenos de pupila podem levar a falsas rejeições, pelo fato de que como a pupila é responsável por controlar a quantidade de luz que incide sobre a retina, em ambientes muito iluminados (ambientes externos - luz natural), esse tamanho reduzido pode levar a uma compressão muito maior do que em um ambiente interno (luz artificial). Como a luz deve passar duas vezes pela pupila (uma ao entrar e outra ao sair), a quantidade de luz que retorna para a câmera de identificação retinal é inversamente proporcional à quarta potência do diâmetro da pupila. Se formos analisar o pior dos casos (quando a pupila encontra-se com o seu menor tamanho), os sinais podem ser atenuados por até quatro ordens de grandeza. Em casos assim, o sinal pode ser tão reduzido que a assinatura adquirida pode encher-se com o ruído do sistema, reduzindo a pontuação (score) de correlação.