2. A retina e suas características
A individualidade do padrão vascular da retina humana foi descoberta por dois oftalmologistas, Drs. Carleton Simon e Isodore Goldstein, e ocorreu na década de 30, enquanto eles estudavam sobre doenças oculares. Eles então publicaram um artigo sobre o uso de imagens da retina na identificação de pessoas baseada no padrão dos vasos sangüíneos.

Mais tarde, por volta dos anos 50, o Dr. Paul Tower, em seus estudos sobre gêmeos idênticos, observou que de quaisquer duas pessoas, os gêmeos seriam os mais suscetíveis a possuírem padrões vasculares semelhantes da retina. Entretanto, em seu estudo, ele mostrou que de todos os fatores de comparação, os padrões vasculares da retina foram os que apresentaram menos similaridade.

Devido à sua localização interna, a retina está protegida contra variações provocadas pela exposição ao ambiente externo, tornando o padrão vascular retinal o mais estável. Sendo assim, com exceção de casos de doenças degenerativas dos olhos ou acidentes fortes envolvendo a cabeça, os padrões retinais são estáveis o suficiente para serem utilizados durante toda a vida de um indivíduo (como uma senha que nunca precisaria ser renovada).

Figura 1 - Retirada de [11]

A retina é composta de receptores que são sensíveis à luz. Estes receptores, ao receberem os estímulos luminosos, os convertem em estímulos nervosos, que são levados ao cérebro, sendo então interpretados de maneira a formarem a imagem captada.

Figura 2 - Retirada de [11]

Na retina encontramos a cabeça do nervo óptico e a mácula (Figura 2). O nervo óptico é aquele que conduz os estímulos nervosos até o cérebro, sendo que a cabeça do nervo óptico é a junção de todas as ramificações nervosas encarregadas de captar os estímulos luminosos. Já a mácula é a área da retina que possui a maior quantidade de elementos foto-sensíveis, e tem como papel permitir a visão de detalhes.

Abaixo segue uma imagem obtida por um retinógrafo. Nela podemos observar que apenas as características relevantes estão presentes na imagem (padrão vascular).

Figura 3 - Retirada de [11]