Introdução


Segundo Faundez-Zanuy (2007), as técnicas de reconhecimento biométrico podem ser divididas em duas categorias: as fisiológicas e as comportamentais. As fisiológicas são baseadas em características corporais, como íris, retina, impressão digital, palma da mão e reconhecimento facial. As comportamentais são analisadas a partir de ações realizadas por um indivíduo, como a fala, a assinatura, o modo de digitar e o andar. É importante ressaltar que esta divisão não é totalmente precisa, já que, no caso da assinatura, por exemplo, o tamanho da mão e dos dedos influencia no modo de escrever.

A assinatura é uma das mais antigas formas de utilização de biometria, aplicada principalmente na identificação de indivíduos e na verificação da autenticidade de documentos formais. O método mais comum utilizado na apuração da veracidade de uma assinatura é o visual - a assinatura de uma pessoa é comparada com amostras recolhidas anteriormente e, caso seja similar, é aprovada. Com a evolução da tecnologia, surgiram métodos de validação mais avançados, que levam em consideração outros fatores como: formato das letras, aceleração e pressão aplicada ao escrever, dentre outros.

Vantagens do emprego de assinaturas para o reconhecimento de pessoas:

  • Em diversos países, assinaturas são amplamente aceitas como um meio de autenticação pessoal para variadas finalidades, como autorização de cartões de crédito, transações bancárias, fechamento de acordos ou documentos legais (Muramatsu et al., 2009). Além disso, o uso de assinaturas para a identificação é um método não-invasivo e seguro, que não oferecem problemas relacionados à privacidade do usuário (Faundez-Zanuy, 2007).

  • Assinaturas apresentam uma maior resistência à falsificação. Embora, teoricamente, uma pessoa possa aprender a assinar exatamente como outra, na prática, é muito difícil que o falsificador consiga replicar as informações dinâmicas (pressão, azimute, etc.) produzidas na assinatura, o que não pode ser verificado com precisão ao se analisar uma assinatura escrita ou ao observar uma pessoa assinar (Faundez-Zanuy, 2007).

  • Ao contrário dos métodos biométricos fisiológicos, que sofrem pouca ou nenhuma variação no decorrer da vida de uma pessoa, as assinaturas podem ser modificadas. Desta forma, o usuário pode alterar a sua assinatura em casos de “roubo” (Muramatsu et al., 2009).


Desvantagens do emprego de assinaturas para o reconhecimento de pessoas:

  • Algumas pessoas possuem tipos diferentes de assinatura, na maioria das vezes por falta de prática. Para lidar com estes casos, geralmente é necessário um tratamento especial das assinaturas através de sistemas multimodais ou pela aquisição de uma série de assinaturas para cada registro (Faundez-Zanuy, 2007).

  • As assinaturas podem variar de acordo com as condições físicas, emocionais ou mesmo a idade dos usuários. Um exemplo disto é que pessoas com idade avançada geralmente possuem menor controle motor e podem fazer as assinaturas ilegíveis e não utilizáveis pelos sistemas biométricos.

  • Os sistemas de reconhecimento estáticos são vulneráveis a fraudes realizadas por profissionais, que podem reproduzir assinaturas.


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    Tipos de Verificação de Assinatura

    Dentro do contexto de biometria de assinatura, existem dois modos distintos de reconhecimento: o reconhecimento estático ou off-line, e o reconhecimento dinâmico ou online.

    Verificação Estática da Assinatura

    A verificação estática diz respeito somente ao processamento de imagem: uma pessoa escreve sua assinatura, em papel ou através de dispositivo eletrônico, e esta é digitalizada para que haja comparação com amostras previamente inseridas no sistema biométrico.

    Devido ao fato de uma pessoa nunca assinar duas vezes de maneira idêntica, o sistema se torna mais vulnerável a falhas, possibilitando brechas para violações. A utilização de um bom algoritmo é fundamental nesse método a fim de que se possa eliminar o risco de que um falsificador profissional consiga, depois de praticar a assinatura, fazer uma cópia boa o suficiente para que o sistema possa aceitá-la como original.

    Verificação Dinâmica da Assinatura

    A verificação dinâmica, por sua vez, compreende métodos nos quais ocorre processamento no momento em que a pessoa está escrevendo através de um dispositivo eletrônico, como tablets (Figura 1) ou PDAs (personal digital assistant). Além da imagem, dados como posição em relação aos eixos X e Y, pressão e aceleração são coletados e comparados com entradas anteriores inseridas no sistema, fornecendo resultados mais precisos.

    Diferente da verificação estática, a dinâmica alcança um grau de segurança maior, desta forma é mais vantajoso para ser utilizado como uma forma de autenticação digital se comparado com a estática (Faundez-Zanuy, 2007).

    A análise da assinatura é dividida em quatro etapas: Captação da assinatura, Extração de dados, Comparação com assinatura modelo e Decisão de validade.

    A captação é feita através de uma tela digitalizadora, para depois realizar a extração de dados. Em seguida, comparam-se os dados com o modelo da assinatura original, utilizando métricas para avaliar o grau de semelhança dos modelos. A assinatura colhida só é aceita se estiver dentro de uma margem pré-definida (Faundez-Zanuy, 2007).


    Figura 1: Imagem da captura de uma assinatura através de um tablet. Referência: http://science.howstuffworks.com/biometrics.htm/printable

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