Histórico


Não se pode precisar o surgimento de técnicas biométricas, visto que estas são empregadas desde a pré-história. Entretanto, o conceito de reconhecimento formal do ser humano pode ser verificado através da história da civilização.

Segundo National Science and Technology Council (2006), foi encontrado em uma caverna datada de 31.000 anos paredes que continham pinturas pré-históricas. E, em torno destas pinturas, também foram identificadas marcas de mãos que serviriam como assinaturas dos artistas.

Há ainda registros do uso de impressões digitais como marcas pessoais em transações comerciais na Babilônia, em 500 a.C. E, de acordo com João de Barros, escritor e explorador espanhol, o mesmo padrão poder ser reconhecido em negociações realizadas pelos primeiros comerciantes chineses (NSTC, 2006).

De acordo com Moreira (2006), na história Egípcia antiga, no vale do Nilo, os mercadores eram identificados por meio de características físicas, como sinais na face ou cicatrizes. Assim, seus clientes poderiam saber quais comerciantes teriam boa reputação ou até mesmo se eram quem alegavam ser.

Mais recentemente, em meados do século XVIII, a corte começou a elaborar códigos judiciais que atribuíam uma maior punição aos infratores reincidentes (NSTC, 2006).Por outro lado, devido à Revolução Industrial, houve a possibilidade de uma maior mobilidade da população. Assim, era necessário manter um registro formal das características dos transgressores para que eles pudessem ser mais facilmente reconhecidos, mesmo estando em lugares diferentes daqueles em que cometeram crimes.

Uma abordagem para este problema foi proposta por Alphonse Bertillon, criminologista francês e criador da Antropometria - sistema de medidas de características físicas de indivíduos, pelas quais eles podem ser identificados, - no século XIX. Bertillon criou um “banco de dados” contendo várias fotografias de diferentes partes dos corpos de criminosos. Este “banco de dados” era examinado por pessoas, e se baseava no mesmo usado em sistemas modernos de reconhecimento facial.

Os sistemas biométricos propriamente ditos só começaram a surgir na segunda metade do século XX, juntamente com o sucesso de sistemas de computadores. Houve uma grande explosão de atividades ligadas à biometria durante a década de 1990. E, desde o princípio dos anos 2000, os sistemas biométricos passaram a integrar o cotidiano das pessoas (NSTC, 2006).

Atualmente, podemos listar os mais importantes sistemas biométricos:

  • Biometria de assinaturas

  • Biometria de íris

  • Biometria de retina

  • Biometria digital

  • Biometria de geometria da mão

  • Biometria de voz

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Sistemas Biométricos

Os sistemas biométricos funcionam através da mensuração e armazenamento de um determinado padrão de medidas, associado a um usuário. Para que, posteriormente, possa ser feita a comparação que, por meio de um algoritmo, determinará a validade da biometria utilizada.

Segundo Gregory (2008), antes da utilização de um processo biométrico, é necessário que o usuário forneça informações como número da identidade ou o seu nome, e em seguida, forneça a informação biométrica a ser utilizada como autenticação de um sistema. Essas informações iniciais servirão, futuramente, para fins de comparação com os dados que se deseja autenticar.

Durante o uso, quando há a necessidade de autenticação do indivíduo, é realizada uma nova amostragem das características biométricas em questão, que são comparadas com as informações armazenadas em uma base de dados. Se a comparação for válida, o usuário é, então, autenticado (Gregory, 2008).

Algumas medidas biométricas podem alterar-se com o tempo como o formato da face, a voz, ou mesmo a assinatura. Nesse caso, é necessária uma atualização periódica dos dados, para que se possa obter uma melhor acurácia no sistema.


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Características dos Sistemas Biométricos

De acordo com Gregory (2008), os sistemas biométricos podem ser classificados de acordo com as características que devem ser levadas em consideração no processo de seleção. Dentre as quais podemos citar:

  • Universalidade: Refere-se ao fato de todas as pessoas possuírem a característica que está sendo medida. No caso da impressão digital, quase sempre haverá pelo menos um dedo que poderá ser usado para realizar a medida. Isso não acontece na biometria do modo de andar, pois não se pode realizar medidas no caso de portadores de deficiência física.

  • Unicidade: Define o quão bem a característica se distingue de outra pessoa. Nesse contexto DNA seria a melhor opção, enquanto assinatura estática não seria tão eficaz.

  • Permanência: Mede o quanto a medida altera-se ao longo do tempo. O DNA é uma medida que não se altera facilmente, enquanto a voz pode alterar-se ao longo da vida, ou mesmo durante um resfriado.

  • Coletabilidade: Refere-se à facilidade da execução do processo biométrico, como o tempo requerido, esforço ou mesmo invasão. Neste caso, o DNA é um péssimo processo por ser extremamente demorado e possivelmente invasivo. Por outro lado, a impressão digital é facilmente obtida por um aparelho digital.

  • Performance: Refere-se ao custo do equipamento, processamento e quantidade de tempo necessário para calcular e efetuar a comparação.

  • Acurácia: Avalia o quão bem o sistema biométrico distingue as pessoas incluindo a taxa de falsos-positivos e falsos-negativos.

  • Aceitabilidade: Leva em consideração a aceitação de determinada tecnologia, analisando principalmente a privacidade e o conforto do usuário.

  • Circunvenção: Refere-se à facilidade de enganar um sistema de autenticação biométrica.


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