2. A Retina      << Anterior | Página inicial | Próximo >>

    O olho humano é composto de várias partes, entre elas a retina, uma fina camada de tecido que está localizada em seu interior. A retina é a camada mais interna do olho humano, seguida pela coróide e pela esclera (parte branca do olho), e desempenha uma importante função na visão, pois é na retina que se encontram as células conhecidas como fotoreceptoras, e que recebem a imagem que será levada ao cérebro para nos dar a sensação da visão.
    Existem dois tipos de fotoreceptores, os cones e os bastonetes, e estão presentes na parte mais interna da retina, ao contrário do que comumente se pensa, pois para captar a luz imagina-se que deveriam estar na superfície, o que de fato não ocorre, pois precisam estar em contato com outros tecidos para que sua mensagem chegue até o cérebro.
    Os cones são os responsáveis por enxergarmos as cores. Nos primatas existem três tipos diferentes dessas células, o que não ocorre em todos os mamíferos, impedindo que vejam uma faixa de cores tão extensa.  Já os bastonetes, são os responsáveis por sermos capazes de enxergar em ambientes de baixa luminosidade. A quantidade de bastonetes e também de cones presentes na retina de cada animal afeta o modo como ele percebe o meio através da visão. Anomalias como o daltonismo podem ser causadas devido a falta ou ao mal funcionamento de células como os cones.
    Existe uma região na retina em que existe grande concentração de fotoreceptores, a essa região é dado o nome de fóvea e por ali que passa o eixo visual humano. Em oposição, também existe uma região do olho humano que não possui fotoreceptores, conhecida como "ponto cego", isso ocorre, pois ali é o local por onde chegam ao olho os vasos sanguíneos e os contatos nervosos vindos do cérebro.
    Atualmente, sabemos que o padrão de vasos sanguíneos da retina é único para cada indivíduo, diferente inclusive entre gêmeos e é na região da retina que está no fundo dos olhos que o escaneamento para o reconhecimento de retina é realizado, lá que se encontram capilares dos vasos sanguíneos vindos da região do nervo óptico.
    Para compreender melhor como uma imagem chega à retina devemos compreender o caminho que a luz refletida pelo objeto faz até chegar a ela e os efeitos causados pelas estruturas oculares encontradas pelo caminho.
    A luz refletida pelo objeto passa pela córnea (parte transparente localizada a frente da íris) e chega ao interior do olho através da pupila, que é o pequeno círculo preto encontrado no meio da íris (círculo colorido, de cor diferente para cada pessoa, podendo variar de tons de castanho a verde ou até azul, geralmente responsável pelo que chamam de "a cor dos olhos de uma pessoa").  A pupila funciona como a lente de uma câmera fotográfica, podendo se fechar ou se abrir impedindo ou permitindo a passagem da luz que chega até a retina. Quando estamos em um ambiente bem iluminado nossa pupila se contrai e do contrário, na ausência de luz, ela se dilata.
    Após passar pela pupila, a luz encontra uma estrutura que é responsável por fazer com que a imagem observada se forme sobre a retina, ainda que invertida. Essa estrutura chamada lente do cristalino, funciona como uma lente cujo foco pode ser regulado através da modificação da sua forma pelos músculos ciliares. Depois disso, a luz atravessa o humor vítreo, um líquido transparente existente no interior do olho, e chega finalmente à retina, onde a imagem será recebida pelos fotoreceptores.
    Algumas anomalias podem, quando em estados mais graves, afetar o escaneamento da retina, entre elas estão a catarata, a miopia e a hipermetropia. O efeito de opacidade produzido pela catarata na lente do cristalino impede que a luz chegue em quantidade suficiente à retina para que seja refletida produzindo um bom resultado para o escaneamento.  A miopia faz com que a imagem se forme antes da retina, fazendo com que a pessoa não enxergue bem objetos distantes e o contrário ocorre para a hipermetropia em que a pessoa apresenta dificuldades em focalizar objetos próximos.
    Ambas, miopia e hipermetropia, quando em graus elevados podem prejudicar o escaneamento realizado para o reconhecimento de retina.