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Como
já explicado inicialmente, a DSL faz uso da mesma
fiação que os telefones convencionais e, portanto, da
mesma que é utilizada pelos modens tradicionais de acesso
discado à Internet. Então qual é a diferença entre
esses modens? Por que os modens DSL deixam a linha
telefônica livre? A resposta se dá quando entendemos como
os modens DSL a utilizam.
Basicamente, uma instalação
telefônica consiste em um par de fios de cobre que a companhia
telefônica instala na casa do usuário final, ligando-o
à estação telefônica mais próxima. Esses
fios de cobre têm capacidade de transmissão maior do que
as conversas telefônicas naturais: eles conseguem manipular
uma largura de banda (faixa de freqüência) que ultrapassa
vários milhões de Hertz, faixa muito maior do que a
necessária para a transmissão de voz, que varia apenas de
0 a 3.4kHz - na verdade, a família DSL opera, em sua maioria, numa faixa de freqüência que varia de 4kHz a
2.2MHz. É exatamente essa capacidade dos fios de cobre (a de
manipular mais do que apenas as freqüências utilizadas
pela voz) que a tecnologia DSL explora, deixando livre
a banda utilizada por nossas conversas e utilizando a banda ociosa
para a transmissão de dados.
Agora
que está claro o porquê das vantagens do uso de
DSL, devemos entender o porquê de algumas
desvantagens dele, como, por exemplo, o porquê de a
distância ser um fator limitante para ele. Afinal de contas,
se a DSL usa as linhas telefônicas, porque o
fator distância influencia no uso da Internet e não
influencia no uso do telefone? Simples: nas linhas de
transmissão ocorre um fenômeno conhecido como
atenuação, que é a queda de intensidade da energia
de um sinal ao propagar- se por um meio. Para combater a
atenuação dos sinais de voz, as companhias
telefônicas colocam em algumas regiões "bobinas de carga", que funcionam como
amplificadores do sinal de voz. Porém, elas acabam funcionando
como "filtros passa-baixa", impedindo a transmissão de
freqüências acima de, aproximadamente, 4kHz. Dessa
maneira, a existência de "bobinas de carga" em determinadas
regiões podem impedir o uso da tecnologia DSL.
Geralmente, é necessário o uso desse tipo de aparato
eletrônico a cada 6km para manter a qualidade do sinal de voz
e é essa, portanto, a distância máxima entre
usuário final e estação telefônica para a
instalação de serviços
DSL.
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Já foi explicado que o DSL
utiliza as freqüências ociosas das linhas
telefônicas para a comunicação com a Internet. Mas
como essa utilização é feita? A banda utilizada pode
ser organizada (dividida), basicamente, em dois tipos de
modulação, incompatíveis entre
si:
-
A modulação
CAP
-
A modulação
DMT
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O CAP
(Carrier-less Amplitude/Phase - Amplitude/Fase sem Portadora)
é facilmente implementado e foi o tipo de modulação
mais utilizado quando a tecnologia DSL surgiu. Ele
divide o sinal da linha telefônica em três
bandas:
-
A transmissão de
voz é feita na faixa de 0 a 4kHz
-
O envio de dados para a
Internet é feito na faixa existente entre 25kHz e
160kHz
-
O recebimento de dados
da Internet é feito na faixa que se inicia em 240kHz e vai
até, geralmente, 1.5MHz - não há um padrão para
determinar o limite superior dessa última banda; ele varia de
acordo com as condições de cada local (distância,
ruídos do meio, etc.)
Como
esse sistema divide as freqüências com uma margem
razoável de diferença entre as subbandas, a possibilidade
de interferência é minimizada.
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O DMT
(Discrete Multitone - Multitom Discreto) também faz a
divisão dos sinais em subbandas, como o CAP, mas
ele não utiliza apenas duas delas para enviar e receber os
dados. Ao invés disso, o DMT divide os dados em
256 canais separados, cada um com aproximadamente 4 kHz de largura,
e os monitora frequentemente. Caso a qualidade de um canal que
esteja sendo utilizado para enviar/receber dados esteja baixa, o
sinal é desviado para outro canal.
Como
esse processo de divisão e monitoramento é notoriamente
mais complexo que o CAP, ele tende a ser mais custoso,
mas garante uma qualidade de transmissão superior ao primeiro
e permite flexibilidade. Por essas razões, o DMT
é o padrão utilizado atualmente pelo ANSI
para alguns tipos de DSL - dentre eles, o mais usado:
ADSL.
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O
serviço de DSL compartilha a largura de banda
existente em um DSLAM por todos os usuários
conectados a ele e, de maneira análoga, o de HFC
compartilha a largura de banda entre todos os usuários
conectados a um mesmo CMTS. Com isso, por causa das
limitações técnicas que envolvem o HFC,
o serviço de cable modem leva vantagem quando comparamos a
largura de banda efetiva para cada usuário final. Na verdade,
os serviços que utilizam cable modens são mais
rápidos para downloads do que quase todos os tipos de
DSL difundidos comercialmente.
Além disso, os limites de distância que
existem para a disponibilidade de DSL são muito
maiores para a implementação do serviço de cable
modem - ou seja, o cable modem também leva vantagem sob esse
aspecto.
Porém, o DSL oferece, ao menos
teoricamente, maior segurança para seus usuários, já
que utiliza circuitos dedicados até os DSLAM's.
Somado a isso está o fato de que o HFC é um
serviço que compartilha uma mesma mídia (o cable modem)
entre vários serviços (telefonia, TV a cabo,
programação em tempo real, Internet, etc) e existe a
possibilidade do serviço de Internet degradar- se à
medida que novos serviços forem sendo compartilhados dessa
maneira.
Resumindo: cable modens são uma excelente
opção para usuários domésticos, por oferecerem
velocidades de transmissão superiores à maioria dos tipos
oferecidos de DSL a preços competitivos. No
entanto, conforme a infra-estrutura de telefonia vai sendo
substituída pela tecnologia de fibra ótica, a qualidade
do serviço oferecido pelas companhias que optaram pelo
DSL vai se tornando uma boa opção a longo
prazo.
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