Introdução

     Em busca de segurança e privacidade na comunicação, diversas formas de proteção são utilizadas. Todavia, muitas dessas formas de proteção consistem na utilização de chaves e/ou senhas. Apesar dessas formas serem seguras dependendo da técnica aplicada, uma vez que se sabe da existência de uma mensagem pode-se tentar descobrir a chave e/ou senha para decodificação, visando a obtenção do conteúdo da mesma.

     Assim, buscando o aumento da segurança a técnica de esteganografia torna-se desejável por esconder uma mensagem criptografada ou não, dentro de outra mensagem, aparentemente sem suspeita. A esteganografia se divide em 3 ramos, sendo estes: 1- digital, onde objetos como textos, imagens e áudios são utilizados como mensagens de cobertura; 2- linguística, onde utiliza-se propriedades linguísticas, como análise morfossintática, léxicas etc, para camuflar a mensagem; e por último 3- em rede, onde utiliza-se transmissões de bits aparentemente legítimas.

     A mensagem com o conteúdo escondido é chamado de estego-objeto e seu processo de geração consiste na utilização de algumas técnicas, como por exemplo, inserção no bit menos significativo e alteração do tempo entre pacotes, a fim de inserir a mensagem a ser escondida na mensagem de cobertura. Essa técnica a ser utilizada precisa ser conhecida pelo emissor e pelo receptor, para que este possa obter a mensagem secreta.

     Sendo relacionada à área de Ocultamento da Informação a esteganografia tem como aplicações comuns marca d’água e fingerprinting de arquivos digitais. Também pode ser utilizada para propósitos ilícitos, para tentar evitar o abuso dessa prática a Esteganálise foi desenvolvida com o objetivo de detectar mensagens escondidas através de processamentos ou análises estatísticas do estego-objeto.

Histórico

     A esteganografia não é um conceito novo, acredita-se que ela era usada desde a idade média devido a relatos presentes na série de livros chamada “Steganographia” de Tritheimius [2]. Alguns exemplos são a história de um mensageiro que se passou por um caçador e escondeu uma mensagem nas entranhas de uma lebre; derreter a cera de uma tabua, escrever a mensagem na madeira e recolocar a cera; reis que raspavam as cabeças de escravos, tatuavam mensagens, esperavam o cabelo nascer de novo e os enviavam a aliados; escrever mensagens em folhas de papel de seda que eram enroladas, cobertas com cera e escondidas em algum lugar do corpo; escrever mensagens secretas usando grades com buracos randômicos e depois completar o texto (Grade de Cardano), como visto na Figura 1.

Figura 1: Grade de Cardano. Retirado de [6].

     Ainda na idade média, começou-se o experimento com tintas invisíveis. Foram escritos vários livros de história, onde, dentro dos livros, estavam receitas de tintas secretas, bem como seus reagentes, que poderiam ser usadas para escrever sobre a pele humana e outras superfícies. Essas tintas foram desenvolvidas e foram muito usadas durante as guerras mundiais junto com micro pontos que são fotos ou imagens do tamanho de um ponto final ou pingo de i/j e cifradores nulos que usam regras, por exemplo, usar a segunda letra de cada palavra, para revelar a mensagem.

     Com o mundo moderno e especialmente com o aumento de conteúdo pirata na internet, visa-se a proteção do próprio material criado, dentre eles, podemos citar fotos, filmes, músicas, vídeos, artistas e gravadoras que fazem uso de marcas d'água para registrar os direitos autorais. Dessa forma, novas técnicas de esteganografia são desenvolvidas buscando acompanhar o desenvolvimento do mundo moderno.