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História

             A base teórica física para o funcionamento do RFID data do final do século XIX, quando Michael Faraday (1791-1867), James Clerk Maxwell (1831-1879) e outros conseguiram encontrar fórmulas para melhor prever o comportamento de ondas eletromagnéticas. Com isso, começou-se a buscar a aplicação dessas recém criadas leis em comunicação por rádio e radar. A primeira idéia de transmissão de potência elétrica sem fio foi concebida pelo famoso físico Nikola Tesla (1856-1943). Ele, com generoso patrocínio, realizou diversos experimentos visando o envio de energia elétrica pelo ar. Ainda nessa época Heinrich Hertz demonstrou a propagação de ondas eletromagnéticas e sua possível detecção. Entretanto, não existiam, na época, geradores capazes de produzir ondas de comprimento pequeno suficiente para botar em prática esses conhecimentos.

            O primeiro uso de dispositivos com funções semelhantes às do RFID atual encontram-se na Segunda Guerra Mundial. Na década de 1940, tanto os aliados quanto os países do eixo usavam o radar, inventado em 1935 por Robert Alexander Watson-Watt, para detectar a aproximação de aviões. O problema residia na identificação desses aviões. Não era possível saber se quem chegava era inimigo ou aliado. Os alemães encontraram como saída movimentar os aviões de forma que o sinal refletido por eles chegasse ao radar de forma diferente do usual. Já os britânicos desenvolveram um sistema de identificação chamado de IFF (identify friend or foe). Colocava-se em cada aeronave um transmissor que, ao receber um sinal das estações de radar, enviava outro sinal identificando-o como aliado.

            Durantes as duas décadas seguintes houve pesquisas nessa área mostrando que a frequência de rádio poderia ser usada para identificação remota. Mesmo assim, existiam muitos empecilhos para a adoção em larga escala de qualquer tipo de sistema RFID devido a seu alto preço e a grande falta de regras e padrões. A partir de 1980, especialmente por investimento do governo americano, esse tipo de dispositivo ganhou algumas novas aplicações.

            No início década de 90, foi desenvolvido pela IBM um sistema de RFID de UHF (ultra high frequency), que oferecia maior alcance de leitura e maior velocidade de troca de dados, mas a tecnologia ainda era cara e faltavam padrões abertos e internacionais que facilitassem seu desenvolvimento. Para resolver esses problemas, agências reguladoras, como a Organização Internacional de Padrões (ISO), começaram a criar diretrizes para o futuro do RFID. Em 1999, fundou-se no MIT (Massachussets Institute of Technology), com ajuda das instituições que regulavam códigos de barra na América do Norte e na Europa, da Procter & Gamble e da Gillette, o Auto-ID Center (Centro de Identificação Automática). Lá se idealizou uma nova possibilidade para as etiquetas de RFID. Com o grande desenvolvimento da internet, elas poderiam conter somente um número serial através do qual seus dados, guardados em bancos de informação, seriam encontrados. Isso possibilitou uma significativa queda de preço na produção das etiquetas.

            Ao longo de alguns anos, com apoio crescente de diferentes companhias, fundaram-se laboratórios ao redor do mundo. O centro desenvolveu protocolos, o Código Eletrônico de Produto (EPC) e uma arquitetura de rede para acesso de dados na internet. Em 2003 surgiu a EPCglobal para comercializar a tecnologia EPC. O uso do RFID ganhou força mundial com sua adoção por gigantes de produção e vendas como Proctor & Gamble, Target, Wal-Mart e Gillette.

              Atualmente, as principais dificuldades encontradas para a ampliação do uso de sistemas RFID UHF são a alta absorção de ondas nessa frequência por líquidos e seu comportamento altamente refletivo em metais, aliada a impossibilidade de ultrapassar barreiras físicas.

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