A Tecnologia NFV


Uma das grandes dificuldades das operadoras de telecomunicações tem sido sua dependência de hardware proprietário para o provisionamento de serviços. O custo destes dispositivos, a logística necessária para sua instalação, espaço, energia e pessoal especializado para o desenvolvimento, integração e operação desses equipamentos, tornam o lançamento de um novo serviço algo extremamente complicado por parte das operadoras, limitando sua capacidade de acompanhar o avanço da tecnologia, que encurta significativamente o ciclo de vida dos equipamentos.

Com objetivo de contornar esse problema, a Virtualização de Funções de Rede (NFV – Network Functions Virtualization) consolida os serviços de telecomunicações de equipamentos proprietários em equipamentos genéricos, que poderiam ser instalados em datacenters ou PoPs (Points of Presence), se preocupando apenas com o desenvolvimento dos serviços por software.

Dessa maneira, um serviço poderia ser decomposto em um conjunto de funções, chamadas de Funções de Rede Virtuais (VNF - Virtual Network Functions), que poderiam ser implementadas em softwares rodando em um ou mais servidores físicos genéricos. As VNFs poderiam ser realocadas em diferentes locais da rede, sem necessariamente requerer instalação de novo hardware, trazendo maior flexibilidade para a rede.

A tecnologia NFV pode ser aplicada aos CPEs (Customer Premises Equipment), que atualmente realizam funções como roteamento, firewall, Dynamic Host Configuration Protocol (DHCP), Network Address Translation (NAT), Universal Plug and Play (UPnP), Modem, Wi-Fi e switching. As figuras ao lado mostram a implementação de uma rede atual (Figura 1) em comparação com uma possível implementação de uma rede NFV (Figura 2).

No primeiro caso, se houver a necessidade de adicionar, remover ou atualizar uma função no CPE, a empresa que oferece o serviço precisaria atender individualmente cada cliente, em alguns casos, enviando um funcionário até a casa de cada um para realizar a troca do equipamento, o que encarece o serviço tanto para a empresa quanto para o cliente.

Já no segundo caso, utilizando a tecnologia NFV, as funções são transferidas para os equipamentos da empresa que provém o serviço, e são compartilhadas por todos os CPEs. Dessa maneira é possível atualizar, adicionar ou remover funções para todos os clientes a partir de mudanças feitas apenas nos equipamentos da empresa provedora do serviço.





Figura 1: Implementação de uma rede típica.
Figura 2: Implementação de uma rede usando NFV.
Anterior Esconder/Mostrar Menu Seguinte