1. Apresentação

O que é?

RFID ("Radio Frequency Identification" ou "Identificação por freqüência de rádio" é uma tecnologia criada para a identificação remota de objetos.
Um sistema baseado em RFID é composto basicamente de um leitor e de etiquetas, que comunicam-se com o primeiro através da freqüência de rádio escolhida dentro de um determinado perímetro.
Os sistemas baseados em RFID têm uma vasta gama de aplicações comerciais: indústria, comércio, educação e segurança são apenas alguns exemplos das áreas com uso potencial. Seu principal rival é o sistema de código de barras, que esbarra na necessidade da etiqueta com o código estar na "linha de visão" do leitor . Além disso, um mesmo leitor RFID pode receber informações de mais de uma etiqueta simultaneamente, ao passo que um leitor de código de barras limita-se a uma leitura por vez.
História
A identificação por freqüência de rádio não é uma tecnologia nova: nasceu junto com as primeiras experiências que originaram o radar (radio detection and ranging), em meados de 1920/1930, e foi usada pela primeira vez pelos britânicos, na 2ª GM, como forma de diferenciar os seus aviões dos do inimigo, através dos sistemas IFF (Identification: Friend or Foe).
No entanto, somente no final da década de 70 é que pesquisadores de vários centros de pesquisa, liderados pelo MIT, começaram a utilizar essa tecnologia como ela é apresentada comercialmente hoje. Eles buscavam uma arquitetura que, baseada em ondas eletromagnéticas, pudesse identificar e rastrear produtos e acabaram criando o EPC (Electronic Product Code), primeiro nome do RFID.
Tecnologia
Como já explicitado, um sistema RFID é composto de um leitor (também chamado de transceiver - transmitter/receiver) e uma etiqueta (tag), e ambos possuem antenas que são utilizadas para comunicarem-se entre si.
O leitor gera um campo eletromagnético que é captado pela antena da etiqueta (quando ela entra na área de alcance do campo magnético). Esse campo eletromagnético gera uma corrente induzida, necessária  para alimentar o circuito interno do tag. O microchip interno ao tag processa as ondas que chegaram e emite outras como resposta. Estas são então captadas pelo transceiver e interpretadas pelo seu processador.
Fonte: http://zombiewire.com/?n=114&id=114
Componentes
Leitor
O leitor, que tanto pode ser móvel quanto fixo, é o dispositivo encarregado de obter as informações presentes nas etiquetas quando estas estiverem dentro da área de alcance deles. Quando uma etiqueta passiva está dentro do raio de alcance de um leitor, a antena da etiqueta capta as ondas eletromagnéticas emitidas pela antena do leitor e absorve delas energia elétrica suficiente para alimentar o microchip, que envia de volta o seu número de identificação e quaisquer outras informações necessárias.
Há dois tipos de leitores: os de "leitura" e os de "leitura/escrita". Os somente "leitura" são utilizados com as etiquetas passivas, que apenas enviam dados, ao passo que os de "leitura/escrita" são usados com as etiquetas ativas, as quais enviam e recebem dados.
Os leitores mais modernos atuam nas redes como dispositivos quaisquer, já que têm suporte a TCP/IP, DHCP, UDP/IP, Ethernet e 802.11x e há ainda os equipamentos eletrônicos que podem desempenhar a função secundária de leitura de uma etiqueta RFID, como PDA's e telefones celulares (Nokia 5140 e Nokia 3220, por exemplo). Finalizando, há etiquetas conhecidas como "etiquetas- leitores", que podem ler outras etiquetas RFID e trocar informações com elas.

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Nokia 3220 sendo utilizado como leitor de RFID

Etiqueta
Há dois componentes minúsculos presentes na etiqueta. O primeiro é um pequeno chip de silício ou um circuito integrado que possui um número único de identificação e o segundo, uma antena capaz de enviar e receber ondas de rádio.
Esses componentes geralmente ficam acoplados a uma cobertura feita de plástico, que é então presa ao objeto o qual deseja-se rastrear/identificar.
Existe no mercado dois tipos de etiquetas RFID: as ativas e as passivas.
Ativos
As etiquetas ativas são que têm embutidos um transmissor uma bateria interna que fornece energia continuamente ao microchip embutido. Por terem abastecimento próprio de energia, esse tipo de etiqueta pode ser lido a até 5 quilômetros de distância, consideravelmente mais do que as ativas. Outro aspecto positivo é a confiabilidade que elas têm: podem ser lidas em movimento a uma velocidade de até 160 km/h
Como principal aplicação para essa classe de RFID, pode ser citado o uso de documentação digital (passaportes, carteiras de trabalho, etc.) e rastreamento de bens de grande valor que necessitem de leitura contínua ao longo do percurso.
O ponto negativo das etiquetas RFID´s ativas é o seu alto custo: pode variar de dezenas a centenas de dólares por unidade, dependendo da funcionalidade extra adicionada a ela (como sensores de temperatura, por exemplo).
Passivos
As etiquetas passivas não possuem bateria interna: a energia consumida é gerada por uma corrente induzida no circuito pelas ondas eletromagnéticas geradas pelo leitor. Por essa razão, elas têm seu raio de ação limitado em relação às ativas (até 5 metros, dependendo da freqüência usada).
Além disso, por não requerer fornecimento de energia contínuo e por ter seu circuito interno mais simples, seu custo é muito menor (da ordem de $0,15, em grandes quantidades) e, por isso, as possibilidades de sua utilização são enormes.

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Circuito interno de uma etiqueta passiva

Variações
Além do tipo de etiqueta utilizada em cada sistema, há diferenças entre as faixas de freqüência nas quais esses dispositivos operam.
As freqüências baixas (a maioria é de 135kHz, mas podem variar entre 30kHz e 500kHz) são utilizadas para aplicações que envolvem pequenas distâncias, geralmente  identificação pessoal por meio de cartões inteligentes. Por ter menor freqüência, elas consomem menos energia, mas não têm grande poder de penetração (só podem ser usadas com materiais não- metálicos).
Já as freqüências altas (entre 860MHz e 960MHz) possuem um alcance um pouco maior (de 1m a até 6m), têm maior facilidade em penetrar materiais metálicos e são utilizadas para rastreamento de carga em grandes distâncias e/ou a grandes velocidades.
Há ainda as freqüências muito altas (UHF - Ultra High Frequencies), que operam entre 2,4GHz e 2,5GHz. Elas têm o maior alcance e transmitem dados com maior velocidade, porém consomem mais energia, têm "área de visão menor" que as de freqüência menor (a área de leitura efetiva dos leitores é menor) e têm muita dificuldade de passar por materiais.
Abaixo, uma tabela [WARD,2006] com um resumo das faixas de freqüência de operação de RFID e suas características.

 
LF Low Frequency
HF High Frequency
UHF Ultra High Frequency
Microwave
Faixa de freqüência
30–300kHz 
3–30MHz 
300 MHz–3GHz 
2–30 GHz
Freqüência típica de trabalho
125–134 kHz 
13.56 MHz 
433 MHz ou 865 – 956MHz até 2.45 GHz 
2.45 GHz
Raio aproximado de alcance
menos de meio metro
Até 1,5m
433 MHz = até 100m 865- 956 MHz = de 0,5m até 5m
A partir de 10m
Taxa de transferência de dados
menos de 1kbps
Aproximadamente 25 kbps 
433–956 MHz = 30 kbps 2,45 GHz = 100 kbps 
Até 100 kbps 
Características

Curto alcance;

Baixa taxa de transferência;

Penetra líquidos, mas não metal

Maior alcance;

Taxa de transferência razoável (equivalente a um telefone GSM);

Penetra líquidos, mas não metal

Alto alcance; Alta taxa de transferência de dados; Leitura simultânea de até 100 itens; Não penetra nem líquidos nem metais
Alto alcance; Alta taxa de transferência de dados; Leitura simultânea de até 100 itens; Não penetra nem líquidos nem metais
Usos típicos
Identificação de animais
Etiquetas de preço inteligentes; Cartões de acesso/segurança
Rastreamento especial de animais; Logística
Sistema de pedágio
Além das freqüências utilizadas, há ainda variações na quantidade de memória disponível em cada etiqueta. As passivas tipicamente têm algo entre 64 bits e 1 kB, enquanto as ativas têm algo entre 16 bytes e 128 kB.