Poluição X Envenenamento

Os termos poluição e envenenamento são confusos e devem ser explicados de forma adequada.

Após a popularização das Redes P2P e do surgimento de milhares de programas que permitem que usuários compartilhem arquivos, os direitos de copyright passaram a ser violados tanto pelos administradores da rede, quanto pelos usuários. Porém, lidar com essas violações é extremamente difícil. Muitas empresas, gravadoras e bandas já tentaram abrir processos contra diversas redes P2P, a maioria deles não dando resultados satisfatórios. Essa dificuldade existe devido a dois fatores: a descentralização das redes P2P, cujos usuários estão espalhados ao longo do mundo e a insuficiência das leis de copyright.

No ano 2000, problemas começaram a surgir para o Napster, que foi processado pela banda Metallica no ano 2000 pela primeira vez. Porém, chegou-se a um acordo em setembro de 2001. Apesar disso, muitas redes P2P começaram a surgir e os problemas não iam parar tão facilmente. Com esse processo contra o Napster, percebeu-se que quanto mais descentralizada for a rede, menores as chances de sucesso de determinado processo contra ela. Isso se deve ao fato de uma rede descentralizada não possuir um “dono” ou “moderador”, mas sim vários “moderadores” (ou até mesmo nenhum) espalhados ao longo do mundo.

Atualmente, com o surgimento do BitTorrent para compartilhamento de arquivos, os processos aumentaram bastante, sendo a maioria deles, infrutíferos. O PirateBay (site responsável por armazenar milhares de Torrents), por exemplo, já recebeu intimações da Microsoft, Electronic Arts, Apple, Sega e Warner Bros. Todas essas intimações não deram resultado, visto que os servidores do PirateBay se encontram na Suécia, aonde a lei não é rígida o suficiente para tirá-lo do ar.

Com tantos processos infrutíferos, as empresas decidiram reagir atacando diretamente as redes P2P. Essa idéia é que gerou o termo “envenenamento”, que consiste de determinada empresa dificultar o compartilhamento de determinados arquivos na rede P2P. Esse envenenamento pode ser através da inserção de versões falsas, corrupção de chaves, envenenamento de índices, voice – overs ou até mesmo inserindo trojans e vírus nos arquivos. Já existem determinadas empresas (normalmente vinculadas às indústrias cinematográficas ou fonográficas) cujo principal objetivo é envenenar redes P2P.

O termo “poluição” é uma generalização de todas as formas que os arquivos de uma rede P2P podem estar afetados e, portanto foi utilizado num contexto geral. Porém, “poluição” também se refere ao ato não-proposital dos usuários poluírem uma rede P2P. Após o envenenamento de uma rede P2P, alguns usuários podem continuar compartilhando aquele arquivo, sem perceber que ele é falso ou corrompido. Muitas vezes o arquivo continua sendo compartilhando mesmo que o usuário percebe que ele está envenenado, já que ele é esquecido pelo usuário em alguma pasta compartilhada.

A poluição não-proposital é uma conseqüência do envenenamento da rede por parte de empresas. Um usuário adquire um arquivo corrompido e o espalha não intencionalmente pela rede, muitas vezes fazendo com que o arquivo original seja esquecido, que outros usuários desistam de adquirir aquele arquivo ou até mesmo de utilizar a rede.

Muitos usuários acabam poluindo a rede de outras formas. Por exemplo, com alguns softwares de copiar CDs e DVDs para o computador, é possível alterar o conteúdo de um arquivo de música ou filme, retirando os últimos minutos silenciosos de uma música, por exemplo. A criação de versões remix não oficiais ou qualquer outro tipo de alteração também ajuda a espalhar conteúdo poluído pelas redes P2P, como será visto mais adiante.