A impressão digital é constituída por um conjunto de rugas e vales presentes na
ponta dos dedos de cada indivíduo. Estas são desenvolvidas durante os primeiros
sete meses de gestação do feto e não sofrem alterações durante o resto da vida,
exceto em caso de acidente. As rugas que constituem a impressão digital podem
ser consideradas paralelas com uma certa orientação, se as observarmos uma
vizinhança local a um certo ponto, possuindo perturbações locais que dão origem
a pontos chamados minúcias.
Existem vários tipos de minúcia como é mostrado na figura abaixo. Estes
podem ser reduzidos a dois grandes tipos: terminações e bifurcações.
Normalmente é possível encontrar em uma imagem de boa qualidade entre 40 a
100 minúcias.
A terminação é definida como o ponto onde uma ruga termina brutamente. A
bifurcação é o ponto onde uma ruga se separa em duas ou onde duas rugas se
juntam numa só. As minúcias são classificadas por três parâmetros: tipo, posição
e orientação. O tipo da minúcia define se é uma terminação ou uma bifurcação. A
posição indica o local onde se encontra a minúcia e a orientação nos mostra a
direção da ruga que originou a minúcia.
Partimos de duas premissas para a identificação de indivíduos recorrendo às
impressões digitais: unicidade e diferenciável de todas as outras. A primeira
premissa pode ser verificada empiricamente ao observar as impressões digitais
de diferentes pessoas ao longo da vida. A constatação da segunda premissa não
é tão simples assim; sabendo que o desenvolvimento de um organismo biológico
depende não só dos genes que lhe dão origem mas também do ambiente onde
este se desenvolve. A formação das impressões digitais no feto depende não só
dos genes, mas também do micro- ambiente no qual cada dedo se encontra
inserido. Como existem variações no fluxo amniótico e alteração na posição de
cada dedo no interior do útero, cada dedo estará inserido num micro-ambiente
diferente, originando assim impressões digitais diferentes, mesmo no caso de
gémeos idênticos.
A caracterização de uma impressão digital é realizada pela análise de três
fatores: as rugas e minúcias; os pontos “delta” e “core”; a classe da impressão
digital. As rugas e sua orientação local assim como as minúcias, o seu tipo,
localização e orientação, são suficientes para que haja a identificação de uma
pessoa, (garantem a unicidade). Os pontos “delta” e “core” são usados para
garantir a classificação da impressão digital.
As impressões digitais podem ser divididas em cinco classes diferentes: whorl
(W), right loop (R), left loop (L), arch (A) e tented arch (T), com frequência do
ocorrência 32.5%, 36.5%, 17%, 6.2% e 7.8% respectivamente e as subclasses
Twin Loop e Whorl que foram agrupadas numa classe designada por whorl (W).
A separação das impressões digitais em classes reduz o tempo de
processamento durante a identificação pois só é desnecessário efetuar
comparações com as impressões de outras classes. Caso se pretenda realizar
autenticação não é necessário separar as impressões digitais em classes, sendo
suficiente comparar as características da impressão de registro com a que se
pretende autenticar.
Existem diversos métodos para fazer identificação automática a partir de
impressão digital, a maioria deles é se baseando na detecção de minúcias e no
seu posicionamento relativo. Este método é utilizado pelos especialistas para
realizarem identificação de impressões digitais por inspeção visual. Outro método
consiste na análise local do padrão formado pelas rugas da impressão digital.