2.1 Constituição
A impressão digital é constituída por um conjunto de rugas e vales presentes na ponta dos dedos de cada indivíduo. Estas são desenvolvidas durante os primeiros sete meses de gestação do feto e não sofrem alterações durante o resto da vida, exceto em caso de acidente. As rugas que constituem a impressão digital podem ser consideradas paralelas com uma certa orientação, se as observarmos uma vizinhança local a um certo ponto, possuindo perturbações locais que dão origem a pontos chamados minúcias.
Existem vários tipos de minúcia como é mostrado na figura abaixo. Estes podem ser reduzidos a dois grandes tipos: terminações e bifurcações. Normalmente é possível encontrar em uma imagem de boa qualidade entre 40 a 100 minúcias.


graphic

A terminação é definida como o ponto onde uma ruga termina brutamente. A bifurcação é o ponto onde uma ruga se separa em duas ou onde duas rugas se juntam numa só. As minúcias são classificadas por três parâmetros: tipo, posição e orientação. O tipo da minúcia define se é uma terminação ou uma bifurcação. A posição indica o local onde se encontra a minúcia e a orientação nos mostra a direção da ruga que originou a minúcia.


graphic

Partimos de duas premissas para a identificação de indivíduos recorrendo às impressões digitais: unicidade e diferenciável de todas as outras. A primeira premissa pode ser verificada empiricamente ao observar as impressões digitais de diferentes pessoas ao longo da vida. A constatação da segunda premissa não é tão simples assim; sabendo que o desenvolvimento de um organismo biológico depende não só dos genes que lhe dão origem mas também do ambiente onde este se desenvolve. A formação das impressões digitais no feto depende não só dos genes, mas também do micro- ambiente no qual cada dedo se encontra inserido. Como existem variações no fluxo amniótico e alteração na posição de cada dedo no interior do útero, cada dedo estará inserido num micro-ambiente diferente, originando assim impressões digitais diferentes, mesmo no caso de gémeos idênticos.
A caracterização de uma impressão digital é realizada pela análise de três fatores: as rugas e minúcias; os pontos “delta” e “core”; a classe da impressão digital. As rugas e sua orientação local assim como as minúcias, o seu tipo, localização e orientação, são suficientes para que haja a identificação de uma pessoa, (garantem a unicidade). Os pontos “delta” e “core” são usados para garantir a classificação da impressão digital.


graphic

As impressões digitais podem ser divididas em cinco classes diferentes: whorl (W), right loop (R), left loop (L), arch (A) e tented arch (T), com frequência do ocorrência 32.5%, 36.5%, 17%, 6.2% e 7.8% respectivamente e as subclasses Twin Loop e Whorl que foram agrupadas numa classe designada por whorl (W).

graphic

A separação das impressões digitais em classes reduz o tempo de processamento durante a identificação pois só é desnecessário efetuar comparações com as impressões de outras classes. Caso se pretenda realizar autenticação não é necessário separar as impressões digitais em classes, sendo suficiente comparar as características da impressão de registro com a que se pretende autenticar.
Existem diversos métodos para fazer identificação automática a partir de impressão digital, a maioria deles é se baseando na detecção de minúcias e no seu posicionamento relativo. Este método é utilizado pelos especialistas para realizarem identificação de impressões digitais por inspeção visual. Outro método consiste na análise local do padrão formado pelas rugas da impressão digital.