Redes veiculares par-a-par (V2V, vehicle-to-vehicle)
Uma
outra aplicação de redes par-a-par são as redes
veiculares, capazes de
estabelecerem uma conexão entre automóveis, pontos de
acesso
rodoviários (tanto fixos quanto móveis) e a internet.
Entretanto,
somente a comunicação entre veículos será
abordada dentro deste tópico.
Utilizando
uma rede V2V, cada veículo é capaz de perceber a
presença de outros
veículos usando um protocolo de comunicação
baseado em ondas de rádio.
Desta forma, é possível enviar e receber
informações relevantes em
tempo real, tais como posição, velocidade, alertas de
acidentes, mau
tempo ou catástrofes, blitzes e informações sobre
o trânsito em geral.
Redes V2V possuem um grande potencial para evitar acidentes e diminuir
o número de mortos e feridos no trânsito, que tem
constituído uma
severa ameaça à vida e ao sistemas público e
privado de saúde em
diversos países.
Aplicação V2V (press release da General Motors)
Estudo de caso:
General Motors
Dentre
as grandes montadoras de automóveis, a mais avançada em
termos de
tecnologia de redes V2V é a General Motors, já tendo
inclusive
demonstrado à imprensa alguns recursos em ação
numa de suas linhas de
automóveis.
Segundo a companhia, a tecnologia
desenvolvida
seria capaz de enxergar outros veículos numa distância de
até 400
metros, tanto em movimento quanto inertes, através de uma
comunicação
direta (par-a-par) com eles, mesmo que não haja uma visada
direta entre
os dois pontos. O objetivo é prover aos motoristas
informações que, de
outra forma, não estariam acessíveis de forma
rápida e eficiente,
prevenindo-os através de alertas sonoros e visuais ou mesmo
interação
física, com a ajuda de motores de vibração em
pontos estratégicos, como
o volante ou o próprio banco. Ao mudar de faixa, por exemplo, o
veículo
avisaria a todos os automóveis próximos sobre a
situação potencialmente
perigosa, especialmente em pistas com baixa aderência, molhadas
ou
congeladas. Através do próprio painel, o motorista
poderia ser avisado
da ocorrência de acidentes, formação de neblina ou
deposição de gelo negro sobre a pista, evitando risco à
própria vida e a dos demais usuários da via.
A
tecnologia, que promete iniciar a produção de
automóveis mais
inteligentes, pode executar ainda funções mais
avançadas, como frear ou
mesmo desligar o automóvel em caso de emergência ou
omissão por parte
do condutor, especialmente em casos que exijam reação
súbita, como
freadas bruscas à frente, desrespeito aos semáforos de
trânsito e em
cruzamentos perigosos.
Por fim, equipar automóveis
com esta
funcionalidade demanda apenas a instalação de um GPS, um
chipset e um
antena de rádio, fazendo com que a adoção da
tecnologia seja mais
barata e mais fácil do que inicialmente previsto. Para tanto, os
veículos devem possuir um sistema de controle de estabilidade;
caso
contrário, as funcionalidades terão de ser reduzidas.
A
ideia da GM é instalar apenas os transmissores em todos os
veículos sem
custo adicional, mesmo os que não possuírem um sistema de
controle de
estabilidade, de forma a forçar o restante da indústria a
fazer o
mesmo. Desta forma, a companhia popularizaria a tecnologia e obteria
seus lucros através da venda do sistema completo, oferecido
apenas aos
consumidores que desejarem acesso a todos os recursos
disponíveis.
Funcionamento
Para
que a rede opere corretamente, é necessário que a
recepção do sinal,
tanto do GPS, quanto das ondas de rádio oriundas dos demais
veículos,
seja forte o suficiente para permitir conexão estável
mesmo quando o
veículo estiver se movendo a altas velocidades. A melhor
posição para a
antena seria em cima do teto, embora possa ser alocada também
próxima à
traseira ou ao capô do automóvel. Há também
a possibilidade do uso de
mais de uma antena, embora a General Motors alegue que sua tecnologia
é
robusta o suficiente para não depender deste artifício.
Uma
outra possibilidade é a construção de uma rede
infraestruturada
(não-P2P) sob o asfalto de rodovias perigosas. Ao passar sobre
transmissores estrategicamente posicionados, o condutor seria avisado
do perigo e aconselhado a diminuir a velocidade. Além disso,
assumindo
que a tecnologia adquira uma base instalada significativa, os
veículos
seriam capazes de enviar informações que poderiam ser
armazenadas ou
processadas por esta infraestrutura, como previsão de
engarrafamentos e
alerta de acidentes.
Os sistemas V2V podem ser tanto
passivos - apenas recebendo informações - quanto ativos -
fazendo
comunicação bidirecional, e, futuramente, os
veículos devem ser capazes
de estabelecerem uma conexão mais sólida que permita
funções mais
avançadas, como o compartilhamento de arquivos, por exemplo. No
estágio
inicial, porém, a rede V2V estará completamente focada na
segurança em
trânsito.