Redes de computadores II

Pedro Paulo Dayrell Rossi

IEEE 802.3AH EPON

 

Uma rede ótica passiva (PON – Passive Optical Network) trata-se de uma única fibra ótica compartilhada que é divida com o uso de splitters ou divisores óticos, tipicamente de custo acessível. Estes splitters dividem o sinal ótico da fibra em feixes separados, que são por sua vez transportados através de fibras individuais para cada assinante ou usuário final. O uso do termo passivo explica-se porque, entre a conexão do CO e os usuários finais, não há nenhum equipamento eletrônico ativo dentro da rede (a exemplo de um switch). Somente uma conversão ótica-elétrica é necessária em cada ponto de terminação da fibra, basicamente uma no CO e uma no usuário final. Assim, os usuários finais estão ligados via fibras dedicadas até o splitter, e daí compartilham uma única fibra até o CO.

 

No padrão IEEE 802.3ah, a rede ótica passiva PON é baseada no Ethernet, ao invés de outras tecnologias de PON baseadas em ATM. Daí ser chamada esta rede de EPON (Ethernet PON).

 

A figura abaixo, extraída do MEF (Metro Ethernet Forum), ilustra diferentes topologias que podem ser utilizadas com fibra para a conexão da primeira milha, para demonstrar as vantagens da EPON. No desenho do alto da figura, 32 usuários finais estão ligados ao Escritório Central (CO) do provedor, cada um com uma fibra dedicada (ou ainda duas fibras para cada). Cada ponto de terminação da fibra requer o uso de um transceiver. Assim, para 32 nós, o mínimo número de transceivers necessários é de 64.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na ilustração do meio da figura, uma topologia de fibra única saindo do CO e então distribuída através de um switch, do qual saem fibras individuais para cada assinante, pode ser vislumbrada. Uma ou duas fibras podem ser usadas na conexão entre o CO e o switch, também chamado de curb switch (switch de meio-fio), numa alusão à sua proximidade com os usuários finais O número mínimo de transceivers nesta configuração, para os mesmos 32 usuários, será de 2 para cada usuário (1 no equipamento instalado no local do usuário e 1 no switch) e mais 2 para a fibra conectando o switch ao CO, num total de 66 transceivers. Aumenta-se o número de transceivers em relação à primeira configuração, mas diminui-se a quantidade de cabo ótico utilizado, visto que apenas uma fibra pode ser usada do CO até as proximidades do grupamento de usuários.

 

Na topologia EPON, identificada pela ilustração mais abaixo, uma fibra ótica sai do CO e é dividida para outras fibras individuais, que então caminham para os usuários, através de um splitter ótico passivo (ou seja, que não contém nenhum dispositivo eletrônico ativo para manusear os sinais óticos). Aqui, o número de transceivers será de 1 para cada usuário e 1 para o CO, uma vez que o splitter não faz conversão de sinal ótico-eletrônico. Um total, portanto, de 33 transceivers, o que representa uma economia em relação às duas configurações anteriores. A velocidade disponível em cada fibra individual pode ser a mesma da fibra-mestre, ligada ao CO. O padrão IEEE 802.3ah EPON especifica duas subcamadas PMD, usando comprimentos de onda para a luz de 1490 e 1310nm, para distâncias de até 10Km e de até 20Km.