No começo do século 20 a física passou por uma revolução extremamente intensa.
Até então, entendia-se bem os fenômenos luminosos como sua interferência e difração através
de um modelo ondulatório. Da mesma forma, entendia-se como a eletricidade se propagava
através dos elétrons, essencialmente partículas.
No entanto, Albert Einstein, ao estudar o efeito fotoelétrico em 1905, exibiu um
comportamento corpuscular da luz. Com este modelo, previu-se e confirmou-se a difração
(efeito tipicamente ondulatório) de elétrons !
Ou seja, tudo que a física entendia corretamente na escala atômica de repente tornou-
se extremamente difuso e incapaz de explicar essa aparente dualidade partícula-onda da luz.
Esta situação persistiu até o advento da mecânica quântica, que conseguiu unificar
teóricamente o comportamento dual partícula-onda não só da luz, mas da matéria de uma
forma geral.
O que acontece na mecânica quântica é que a todas as partículas existentes é
associada uma equação diferencial cuja solução, a famosa função de onda, tem um
comportamento ondulatório interno. Além disso, a função também é associada a densidade de
probabilidade de encontrar a partícula em um dado ponto no espaço.
A pergunta natural que se segue é: Por que, então, não observamos o comportamento
ondulatório de corpos no nosso dia-a-dia?
A resposta é de que o comprimento de onda associado a um dado objeto é a divisão
da constante de Planck (um número extremamente pequeno) pelo momento do corpo (massa x
velocidade). Corpos no nosso dia-a-dia tem massa elevadíssima em comparação com a
constante de Planck, e por isso o comprimento de onda associado é extremamente pequeno,
de forma que não se observa comportamento ondulatório.
Já em partículas sub-atômicas, com massas reduzidas, o comportamento ondulatório
pode ser observado (como já foi, experimentalmente, uma série de vezes).