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2 – Desenvolvimento


2.1 – Evolução dos padrões IEEE 1394


O padrão original IEEE 1394 foi publicado em 1995. O IEEE 1394a foi lançado em 2000 e a última atualização da especificação, o IEEE 1394b, saiu no final de 2001.

Há mudanças bastante significativas de um padrão para o outro. O 1394 original suportava velocidades de 100, 200 ou 400 Mbps. Na época esta velocidade de transferência era extraordinariamente alta, visto que os dispositivos da época não geravam demandas por banda tão altas quanto temos atualmente. Esta taxa de transferência se mostrava mais que suficiente, e era muito mais alta que o USB 1.1 (até 12 Mbps) e que o Fast Ethernet (100 Mbps), que também acabavam de surgir. Com a situação na forma como se apresentava, não havia concorrência ao Firewire para dispositivos de alta taxa de transferência, visto que o USB se destinava a periféricos de baixo consumo, como mouse, teclado e algumas impressoras. E o Ethernet é apenas usado em redes, algo a que o Firewire ainda não se propunha a fazer.

Em 2000 sai o IEEE 1394a para efetuar melhorias no padrão original, especialmente na eficiência do barramento, através de mudanças na arbitração, sinalização e introduzindo uma funcionalidade de stand by de dispositivos para reduzir o consumo. Isto é bastante interessante quando consideramos que parte dos dispositivos Firewire são alimentados por baterias, portanto quanto mais baixo o consumo melhor.

No meio de 2000, sai o USB 2.0, que eleva a velocidade de transferência de 12 Mbps do USB 1.1 para 480 Mbps, maior que a do Firewire, e compatível com as interfaces USB existentes anteriormente. Desta forma, o USB se mostrava mais apto a ser o barramento universal utilizado do que o Firewire, já que já era usado em dispositivos de baixo consumo e era mais barato e mais rápido que o IEEE 1394, mesmo com a nova especificação 1394a.

Com este novo desafio proposto, os grupos de desenvolvimento do Firewire trabalharam em novas melhorias e funcionalidades que vieram à tona na nova especificação 1394b. Sem dúvida o impacto das mudanças vistas nesta nova atualização foi bem mais significativo do que o da anterior. Através de melhorias na sinalização, codificação e suporte de novos tipos de meio físico, o IEEE 1394b se mostra capaz de realizar praticamente qualquer tipo de comunicação entre dispositivos que se queira.

Neste novo padrão, um dos principais problemas enfrentados, o do curto comprimento dos cabos, foi bastante melhorado, com o comprimento máximo passando de 4,5m para 100m, o mesmo usado pelos cabos UTP CAT5 da Ethernet. Além disso, o IEEE 1394b permite que se use diversos tipos de meio físico, com alcances e vazões conforme a tabela abaixo.


Meio

Alcance

100Mbps

200 Mbps

400 Mbps

800 Mbps

1.6 Gbps

3.2 Gbps

UTP5

100m

x






POF

50m

x

x





HPCF

100m

x

x





MMF

100m

x

x

x

x

x

x

STP

4.5m

x

x

x

x

x

x


Tabela 1 – Alcance e vazão dos meios suportados pelo Firewire

Os meios citados acima são:


- UTP5 – cabo de par trançado sem blindagem

- POF – fibra ótica de plástico

- HCPF – hard polymer clad fiber

- MMF – fibra multi-modo

- STP – cabo de par trançado com blindagem



Além disso, já há também o Wireless Firewire, que como diz o nome dispensa o uso de cabos.

Entretanto, o aspecto mais impressionante deste novo padrão sem dúvida foi o grande salto da taxa de transferência suportada, chegando agora a 3.2 Gbps. Esta taxa se mostra bastante superior à oferecida pelo USB 2.0, e até mesmo pelo grande maioria das redes de computadores, já que a grande maioria das implementações Ethernet não passa de 1 Gbps.

Outro fator interessante é que um adaptador Firewire pode ser usado como um adaptador de rede, implementando todos os protocolos de rede como um adaptador Ethernet, e operando com as taxas de transferência padrão IEEE 1394 disponíveis. Isto nos leva ao novo objetivo dos desenvolvedores Firewire, dominar as redes caseiras. De fato, tecnologicamente o Firewire cumpre todos os requisitos necessários para isto e para atender a sua missão original, que é a de se tornar o barramento serial universal utilizado em todos os tipos de comunicações entre dispositivos, o que não quer dizer que será suficiente para vencer a disputa pelo mercado e realmente atingir suas pretensões.




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