Também conhecido como 3.5G e tido como uma evolução do W-CDMA (Wideband
Code Division Multiple Access), o HSDPA é um protocolo de comunicação
da família HSPA (High-Speed Packet Acess) que proporciona as redes
baseadas em UMTS a terem uma vazão de até 14.4Mbits/s no sentido de
downlink. Sua primeira fase foi especificada no Release 5 do 3GPP (Third
Generation Partnership Project), e tem como balisamento três
tecnologias principais: HARQ (Hybrid Automatic Repeat-Request), FPS (Fast
Packet Scheduling) e AMC (Adaptive Modulation and Coding). Veremos
essas 3 mais detalhadamente abaixo.
HARQ (Hybrid Automatic
Repeat-Request)
É adicionada redundância aos pacotes
de dados transmitidos para possibilitar a detecção de erros, e os
pacotes de dados são codificados em vários sub-codigos diferentes
gerados pelo transmissor, usando na maioria das vezes códigos Turbo
quasi-complementares. Exemplificando, o transmissor codifica um pacote
a ser transmitido em N sub-códigos (C0, C1, ... , CN-1). Ele então
envia o pacote codificado pelo sub-código C0, se o receptor detectar
algum erro no pacote ele irá pedir que o transmissor reenvie o pacote.
O transmissor irá reenviar o pacote mas agora codificado pelo
sub-código C1. Caso ainda haja requisição de um novo reenvio devido a
algum erro, ele irá usar C2 e assim por diante.
Escalonamento rápido de pacotes
(Fast Packet Scheduling)
O HSDPA traz um
canal físico HS-PDSCH (High Speed Physical Downlink Shared Channel) e
o canal de transporte HS-DSCH (High Speed Downlink Shared Channel).
Neste último é usada a multiplexição por código (código de
canalização) com fator de separação igual 16 (SF=16), ou seja, cada
bit de informação é mapeado em um código de 16 chips. Cada usuário tem
seu código de chips definido pelo Node-B de tal forma que os códigos
são sempre diferentes e ortogonais entre si. Isto possibilita que os
dados possam ser transmitidos para mais de um usuário utilizando um
mesmo canal físico (HS-PDSCH), já que os usuários sabem de antemão
seus códigos e mesmo com a interferência eles conseguem decodificar as
suas mensagens. Tal forma de transmissão faz um melhor aproveitamento
dos recursos da rede, e quando tais canais não estão sendo usados, os
recursos são destinados a transmissão de voz e aos não-usuários do
HSDPA, uma vantagem em relação ao CDMA2000 e a primeira versão do
EV-DO que só podem enviar dados para um usuário a cada slot de tempo.
Vale lembrar que no canal físico também pode ser usada a multiplexição
por tempo.
O HS-SCCH (High Speed Shared Control
Channel) que é um canal no sentido de downlink de taxa fixa de 60kbps
e SF=8, por onde são transmitidas para o usuário informações de
controle sobre o HS-DSCH, como o código de canalização usado e
avisando também que dados serão enviados para o usuário nos próximos
frames, permitindo assim um melhor sincronismo.
Além de tais canais, também há o
HS-DPCCH (High Speed Dedicated Physical Control Channel), um canal no
sentido de uplink por onde trafegam as informações sobre as condições
do canal (CQI - Channel Quality Indication). Com essas informações a
estação base pode escolher para quais usuários ela irá enviar os dados
no próximo frame, e qual a quantidade de dados pode ser enviada para
cada usuário, lembrando que aqueles que possuem melhores condições de
sinal podem receber maiores quantidades de dados.
Figura 2 – Canais do HSDPA (High Speed Downlink
Packet Acess).
AMC
(Adaptive Modulation and Coding)
Como os
usuários estão enviando constantemente a informação referente a
condição do canal (cerca de 500 vezes por segundo), a estação base ou
Node-B pode escolher o melhor esquema de codificação e de modulação
para transmitir dados para aquele usuário. De tal forma que, se as
condições mudarem a estação base fica sabendo da mudança e muda o
esquema de codificação e de modulação.
Por exemplo, para usuários que estão
mais próximos da estação (que, teoricamente, possuem as melhores
condições para transmissão) pode ser usado uma codificação com menos
redundância e uma modulação que permite uma maior vazão. Já usuários
que estão a uma distância maior, possuem piores condições para
transmissão, e portanto, deve se usar uma codificação com mais
redundância e uma modulação que não permita uma vazão tão elevada.
Figura
3 - Funcionamento do AMC (Adaptive Modulation and Coding).