As Redes Tolerantes
a Atrasos e Desconexões, ou DTNs, caracterizam uma arquitetura
completamente inovadora na área das redes de computadores,
pois permitem contornar as dificuldades encontradas em alguns
cenários. Essa arquitetura aborda o conceito de redes
conectadas ocasionalmente e que podem sofrer desconexões
freqüentes, o que, com a utilização dos protocolos
atuais, como o TCP, causaria uma
ineficiência.
O desenvolvimento
dessa nova arquitetura surgiu do projeto da Internet
Interplanetária, que tratava de comunicações
através do espaço em ambientes de grandes atrasos. No
entanto, o caso da Internet Interplanetária é um caso
específico do que a definição de Redes Tolerantes a
Atrasos e Desconexões pode solucionar.
Portanto, as DTNs
têm como principais características os atrasos longos
e/ou variáveis e as freqüentes desconexões. Os
atrasos são determinados pela soma dos atrasos salto-a-salto.
Estes, por sua vez, são compostos pelo tempo de espera, atraso
nas filas, atraso de transmissão e atraso de
propagação. Em alguns cenários, essa soma pode
chegar à ordem de horas ou até mesmo dias, tornando o
protocolo TCP completamente ineficaz. Já as desconexões
podem ser causadas pela mobilidade dos nós em uma rede sem
fio; por péssimas condições de
comunicação; por economia de recursos em redes de
sensores, que dormem para poupar energia; ou ainda por
negação de serviço, como sujar a
freqüência de um inimigo (jamming) em
operações militares. Qualquer um desses eventos pode
resultar em uma conectividade intermitente da rede, ou seja, na
inexistência de um caminho fim-a-fim entre um nó de
origem e um nó de destino.