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     UNIVERSIDADE FEDERAL 
DO RIO DE JANEIRO 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA 
ELETRÔNICA 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO FINAL DE REDES I 
 
 
TEMA: MODULAÇÃO 
 
 
ALUNA: Maria Moura 
Malburg 
DRE: 099138272 
DATA: 04 de novembro 
de 2004 
 
 
  
 
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     1) Introdução 
2) PSK  Phase Shift Keying 
- BPSK  Binary Phase Shift Keying 
 
- QPSK  Quadrature Phase Shift Keying 
 
 
 
  
3) QAM  Quadrature Amplitude Modulation 
4) FSK  Frequency Shift Keying  
- GFSK  Gaussian Frequency Shift Keying 
 
 
 
5) Espalhamento de Espectro  
- DSSS - Direct Sequence Spread Spectrum 
 
- FHSS - Frequency Hopping Spread Spectrum 
 
 
 
6) CCK - Complementary Code Keying 
7) OFDM  Orthogonal Frequency Division 
Multiplex 
8) Exemplo: O padrão 802.11 
9) Conclusão 
10) Bibliografia  
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     Num sistema de transmissão de dados, 
seja ele digital ou analógico, com ou sem 
fio, precisam-se utilizar formas de inserir as informações úteis em um sinal de 
Rádio Freqüência, chamado de onda portadora, que será o veículo de transporte 
da informação de um ponto a outro. Estas formas de inserção de informação 
em 
um sinal são chamadas de modulação, e permite que esta informação seja 
transportada embutida nos parâmetros de amplitude, freqüência ou fase da 
portadora.  
  
Como atualmente existe uma enorme variedade 
de técnicas de modulação, 
muitas das quais são exaustivamente estudas em disciplinas obrigatórias ao 
longo do curso de Engenharia Eletrônica, neste trabalho serão abordadas apenas 
algumas das técnicas atuais de modulação que são mais relevantes para os 
temas abordados ao longo da disciplina Redes de Computadores I.  
  
Nas modulações digitais, os 
bits do sinal de informação são codificados através 
de símbolos. A modulação é responsável por mapear cada possível seqüência 
de 
bits de um comprimento preestabelecido em um símbolo determinado. O conjunto 
de símbolos gerado por uma modulação é chamado de constelação, sendo que 
cada tipo de modulação gera uma constelação de símbolos diferentes. Os 
símbolos nos quais as seqüências de bits de um sinal de informação são 
transformadas é que serão transmitidos pela onda portadora.  
A seguir, serão ilustradas algumas 
técnicas de modulação bem como algumas  
vantagens que estas possam proporcionar.   
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     O PSK é uma forma de modulação 
em que a informação do sinal digital é 
embutida nos parâmetros de fase da portadora. Neste sistema de modulação, 
quando há uma transição de um bit 0 para um bit 1 ou de um bit 1 para um bit 0, a 
onda portadora sofre uma alteração de fase de 180 graus. Esta forma de 
particular do PSK é chamada de BPSK (Binary Phase Shift Keying). Quando não 
há nenhuma destas transições, ou seja, quando bits subseqüentes são iguais, 
a 
portadora continua a ser transmitida com a mesma fase.  
  
Esta variação de fase em função 
da transição de bit do sinal é ilustrada na figura a 
seguir: 
 
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     A modulação QPSK é uma 
técnica de modulação derivada do PSK, porém neste 
caso, são utilizados parâmetros de fase e quadratura da onda portadora para 
modular o sinal de informação. Como agora são utilizados dois parâmetros, 
existem mais tipos possíveis de símbolos nesta constelação, o que permite que 
sejam transmitidos mais bits por símbolo. Por exemplo, se quisermos transmitir 2 
bits por símbolo, ao invés de 1 bit por símbolo como no caso PSK acima, neste 
caso, como teremos 4 tipos de símbolos possíveis, a portadora pode assumir 4 
valores de fase diferentes, cada um deles correspondendo a um dibit, como por 
exemplo 45o, 135o, 225o e 315o.   A figura abaixo 
ilustra em um diagrama de fase 
e quadratura (IQ) os 4 possíveis símbolos gerados pela modulação QPSK usando 
2 bits por símbolo. 
  
 
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     A modulação DQPSK é uma 
forma particular da modulação QPSK, na qual ao 
invés de ser enviado um símbolo correspondente a um parâmetro puro de fase, 
este símbolo representa uma variação de fase. Neste caso, cada conjunto de bits 
representado por um símbolo provoca uma variação de fase determinada no sinal 
da portadora. Para o caso de 2 bits por símbolo, cada dibit provoca uma mudança 
de fase como indicado na tabela a seguir:  
  
    
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     DIBIT 
     | 
    
     Mudança 
    de fase 
     |  
    
    | 
     00 
     | 
    
     + 0o 
     |  
    
    | 
     01 
     | 
    
     + 90o 
     |  
    
    | 
     10 
     | 
    
     + 180o 
     |  
    
    | 
     11 
     | 
    
     +270o 
     |  
 
 
  
Assim, as seguintes variações 
de fase são possíveis, em função do dibit recebido: 
  
  
Adicionalmente, para se diminuir o espectro 
de freqüência do sinal transmitido, os 
bits podem passar por um filtro antes de entrarem no modulador, para que a 
transição entre os bits seja suavizada. As figuras abaixo mostram a diferença do 
espectro de freqüência do sinal QPSK com e sem o uso de filtro antes da 
modulação. 
  
 
 
 
 
  
Como observado nestas figuras, o uso de 
filtros antes do modulador permite se 
obter uma melhor eficiência espectral na modulação DQPSK. Esta modulação é 
bastante utilizada em diversos sistemas de transmissão aérea, em associação 
com outras técnicas de modulação como a CCK, que será explicada mais 
adiante.  
 
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     Nesta forma de modulação, os 
símbolos são mapeados em um diagrama de fase 
e quadratura, sendo que cada símbolo apresenta uma distância específica da 
origem do diagrama que representa a sua amplitude, diferentemente da 
modulação PSK, na qual todos os símbolos estão a igual distância da origem. 
Isto 
significa que as informações são inseridas nos parâmetros de amplitude e 
quadratura da onda portadora. 
No caso do 16 QAM, a constelação 
apresenta 16 símbolos, sendo 4 em cada 
quadrante do diagrama, o que significa que cada símbolo representa 4 bits. 
Podemos ter também, por exemplo, o modo 64 QAM, cuja constelação apresenta 
64 símbolos, cada um deles representando 6 bits. A figura abaixo mostra as 
constelações geradas pelos dois modos QAM mencionados acima: 
  
Pode-se notar que no modo 16QAM alcança-se 
uma taxa de transmissão menor 
do que no modo 64 QAM, uma vez que cada símbolo transporta um número menor 
de bits. No entanto, no modo 16 QAM, a distância euclidiana entre os símbolos é 
maior do que no caso do modo 64QAM. Isto permite que o modo 16QAM 
possibilite uma melhor qualidade de serviço (QoS), pois a maior distância entre 
os símbolos dificulta erros de interpretação no receptor quando este detecta um 
símbolo.  
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     A modulação FSK atribui freqüências 
diferentes para a portadora em função do 
bit que é transmitido. Portanto, quando um bit 0 é transmitido, a portadora assume 
uma freqüência correspondente a um bit 0 durante o período de duração de um 
bit. Quando um bit 1 é transmitido, a freqüência da portadora é modificada para 
um valor correspondente a um bit 1 e analogamente, permanece nesta freqüência 
durante o período de duração de 1 bit, como mostrado na figura a seguir.  
  
Alternativamente, podem-se, por exemplo, 
utilizar 4 freqüências de transmissão 
diferentes, cada uma delas correspondendo a 2 bits. Este modo é chamado de 
4FSK. Isto aumentaria a taxa de bits transmitidos, mas em contrapartida aumenta 
também a banda de freqüência de transmissão utilizada.  
  
A modulação FSK apresenta o 
inconveniente de ocupar uma banda de freqüência 
bastante alta, devido a estas variações bruscas de freqüência em função 
da 
transição de bits, além possibilitar taxas de transmissão relativamente baixas.  
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     No GFSK os dados são codificados 
na forma de variações de freqüência em uma 
portadora, de maneira similar à modulação FSK. Portanto, o modulador utilizado 
pode ser o mesmo que para a modulação FSK. Todavia, antes dos pulsos 
entrarem no modulador, eles passam por um filtro gaussiano, de modo a reduzir a 
largura espectral dos mesmos. O filtro gaussiano é uma espécie de formatador de 
pulso que serve para suavizar a transição entre os valores dos pulsos. A figura 
abaixo ilustra a transformação dos pulsos após passarem pelo filtro gaussiano. 
A modulação GFSK é utilizada 
nos sistemas Bluetooth, uma vez que provê uma 
melhor eficiência espectral em relação à modulação FSK.   
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     O principio das técnicas de modulação 
usando espalhamento espectral é 
aumentar a quantidade de bits utilizados para transmitir uma mesma informação, 
de modo espalhar o espectro de freqüência do sinal. Desta forma, aumenta-se a 
banda de freqüência na qual o sinal é transmitido. Normalmente, utiliza-se um 
código de espalhamento que é multiplicado pelos bits de informação. Os códigos 
de espalhamento são muito usados em transmissões digitais, principalmente em 
WLANs, uma vez que, pelo fato de espalharem o sinal na freqüência, 
proporcionam uma série de vantagens que melhoram consideravelmente a 
performance de transmissão. Estas vantagens são: 
- Imunidade com relação a ruídos e interferências 
 
- Imunidade a distorções devido a multipercursos 
 
- Imunidade a interferências e de desvanecimentos de banda estreita 
 
- Diversos usuários podem compartilhar a mesma banda de freqüência, 
com 
baixa interferência 
 
- Podem ser usados para a criptografação dos sinais 
 
 
 
A seguir, suas técnicas de espalhamento 
espectral serão mais detalhadamente 
analisadas.  
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     De acordo com esta técnica de espalhamento, 
os bits de informação são 
multiplicados por uma seqüência de espalhamento chamada de seqüência de 
Barker de 11 chips que é dada por (1 0 1 1 0 1 1 1 0 0 0). Desta forma, por 
exemplo, em um dos modos de DSSS utilizados, tem-se que cada bit do sinal 
original passa a ser representado no sinal a ser transmitido por 11 chips. Esta 
modulação aumenta a banda de freqüência ocupada pelo sinal, o que significa o 
espalhamento deste sinal na freqüência. 
A figura abaixo mostra o como é feito 
o espalhamento do sinal no tempo: 
  
 
 
  
Agora veremos o resultado do espalhamento 
espectral comparando o espectro de 
freqüência do sinal original e seu espectro após o espalhamento.  
Após ser espalhado, o sinal é 
modulado em uma portadora. Normalmente, são 
usados dois esquemas de modulação para DSSS, que são o DBPSK (Differential 
Binary Phase Shift Keying) que permite uma taxa de 1Mbps e o uso de DQPSK 
(Differential Quadrature Phase Shift Keying) que permite uma taxa de 2Mbps.   
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     O Frequency Hopping baseia-se na rápida 
variação da freqüência de transmissão 
do sinal em um padrão pseudoaleatório, sendo que cada freqüência é utilizada 
para a transmissão somente durante um intervalo de tempo muito curto, chamado 
de tempo de permanência (dwell time). Este tempo de permanência pode ser 
ajustado e deve ser menor do que 400 ms. A rápida variação da freqüência de 
transmissão é chamada de saltos freqüência. Estes saltos são determinados por 
um gerador de números pseudoaleatórios instalado em cada uma das estações 
do sistema, onde cada número pseudoaleatório corresponde a uma freqüência, 
como ilustrado na figura abaixo.  
  
Portanto, para que este sistema funcione, é necessário que todas as suas 
estações estejam sincronizadas e funcionando simultaneamente com a mesma 
seqüência pseudoaleatória de freqüências, para que possa haver compatibilidade 
entre elas. Isto é possível se os geradores de números pseudoaleatórios de todas 
elas utilizarem a mesma semente, pois desta forma, a seqüência pseudoaleatória 
gerada em cada uma delas será a mesma. 
É possível que dois sistemas 
de FH utilizem uma mesma banda de freqüência, 
pois se eles forem configurados para utilizarem seqüências de hopping diferentes, 
isto impedirá que ocorra interferência entre eles. 
Para realizar esta variação 
de freqüências, o FH utiliza 79 canais de 1 MHz de 
largura. O diagrama espectral do FHSS é parcialmente ilustrado na figura abaixo. 
  
  
O FH utiliza modulação GFSK, 
sendo 2GFSK para a taxa de 1Mbps e 4GFSK 
para uma taxa de 2Mbps. Adicionalmente, o FHSS provê segurança na 
transmissão de dados, uma vez que é necessário conhecer-se tanto a seqüência 
pseudoaleatória que determina os saltos de freqüência, bem como o tempo de 
permanência em cada freqüência, para que se possa escutar inadvertidamente a 
conversação entre duas estações que utilizem FHSS.   
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     A modulação CCK é uma forma 
de espalhamento espectral utilizando códigos 
complementares binários. Portanto, para se entender a modulação CCK, precisa-
se primeiramente saber o que são os códigos complementares binários. 
  
Os códigos binários complementares 
são seqüências de mesmo comprimento, 
sendo que o número de pares de elementos iguais com uma separação 
determinada dentro de uma seqüência é igual ao número de pares de elementos 
diferentes com esta mesma separação dentro da seqüência complementar e vice-
versa. Seqüências complementares possuem autocorrelação nula.  
  
Os códigos complementares binários 
são um subgrupo dos códigos polifásicos 
que também são seqüências com propriedades complementares, de modo 
similar aos códigos complementares descritos acima, porém seus elementos 
possuem parâmetros de fase que podem variar entre os elementos do conjunto {1, 
-1, j, -j}.  
  
Um exemplo de seqüência de código 
complementar será ilustrado a seguir: 
  
A seqüência complementar binária 
inclui normalmente 8 bits (d7, d6, d5, d4, d3, 
d2, d1, d0) e é utilizada para a geração de uma palavra código complexa obtida 
pela fórmula: 
 
 
  
Como pode ser visto, esta palavra código 
complexa compreende 8 elementos, os 
quais são denominados de chips. Estes chips são definidos pelos parâmetros de 
fase φ1 a φ4, os quais são 
determinados pelos bits da seqüência complementar 
binária, como ilustrado na tabela abaixo: 
  
  
No caso do sistema CCK, a codificação 
destes parâmetros de fase é feita com 
base na modulação DQPSK, de modo que os seguintes resultados são obtidos: 
  
É importante notar que, utilizando-se 
a modulação ilustrada na tabela acima para 
os parâmetros de fase φ1 a φ4, e aplicando seus valores correspondentes à 
fórmula de geração da palavra código mencionada anteriormente, os únicos 
valores possíveis para os chips da palavra código são {1, -1, j , -j }.  
  
Portanto, cada 8 bits de seqüência 
de código complementar recebidos no 
modulador de banda-base são 
utilizados para modular as fases φ1 a φ4 e em 
seguida formar a palavra código complexa 
constituída de {1, -1, j , -j} 
correspondente a esta seqüência.  
  
Analizando-se a formula da palavra código, 
podemos notar que o primeiro termo 
de fase φ1 é utilizado em todos os termos desta palavra, o que significa 
que ele 
serve basicamente para realizar uma rotação correspondente à fase que ele 
codifica na palavra código complexa. 
  
Em seguida, este código é utilizado 
para modular a onda portadora e espalhar o 
sinal de informações a ser transmitido da seguinte forma: a saída de um 
embaralhador (scrambler) de bits de dados entra em um modulador através de um 
multiplexador 1:8 de entrada serial e saída paralela, de modo que cada grupo de 8 
bits é modulado separadamente. Destes 8 bits, os seis últimos e mais 
significativos são utilizados para selecionar uma dentre um conjunto de 64 
palavras código complexas de 8 chips.  
A palavra selecionada é em seguida 
alimentada a um modulador diferencial. 
Enquanto isso, os dois primeiros e menos significativos bits de dados que entram 
no multiplexador são utilizados para realizar uma rotação de fase da palavra 
código complexa selecionada, fazendo uma espécie de modulação QPSK desta 
palavra código complexa. As saídas deste modulador são os termos de fase e 
quadratura da palabra código após a rotação. Estes símbolos são transmitidos 
através de uma única portadora. 
  
Portanto, pode-se observar que 6 bits 
de dados foram espalhados em 8 chips de 
uma palavra código, e 2 bits adicionais são enviados na forma de modulação 
QPSK desta palavra código. Dessa forma, cada símbolo CCK é formado por 8 
bits. A taxa de chipping do CCK é 11 Mchip/s, o que resulta em uma taxa de 
11Mbps ou 1,375 MS/s.  
  
A modulação CCK também 
pode ser feita no modo 5,5Mbps, em que são 
utilizados 4 bits por símbolos.  
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     A modulação OFDM utiliza diversas 
portadoras ortogonais para transmitir um 
sinal. Mas antes de ser modulado na portadora, este sinal passa por diversas 
etapas de processamento que melhoram ainda mais a performance alcançada 
pelo OFDM.   
Primeiro, os dados são submetidos 
a sistemas de proteção de erro que são a 
inserção de um código corretor de erros como por exemplo o Reed- Solomon e 
embaralhamento (scrambling), em que os bits de um mesmo byte são todos 
misturados.  
Em seguida, os bits passam por um processo 
de entrelaçamento ou interleaving, 
no qual eles são reorganizados de modo que bits subseqüentes passam a ser 
separados no tempo. Desta forma, a informação torna-se mais imune a erros do 
tipo rajada (erros de burst), que atingem bits subseqüentes, pois após este 
processamento, estes erros passam a atingir bits pertencentes a diversos bytes 
diferentes, que estão muito distantes na informação original. Isto torna mais fácil 
a 
recuperação do sinal original no receptor.    
  
No processo de modulação OFDM, 
diversas portadoras em freqüências 
diferentes são utilizadas para modular o sinal digital, sendo que cada portadora 
transporta apenas alguns bits do sinal original após passar pelos processos de 
interleaving, embaralhamento e incluir códigos de correção de erro. Estas 
portadoras são ortogonais entre si, para evitar que haja interferência entre elas. 
Isso significa que o espaçamento entre as portadoras é igual ao inverso da 
duração de um símbolo. A figura abaixo mostra como as portadoras são 
separadas no tempo e na freqüência. As portadoras são ilustradas com cores 
diferentes mostrando que pedaços de um mesmo bit são transmitidos por 
portadoras distantes entre si tanto no tempo como na freqüência.  
  
  
  
Normalmente, nos sistemas de TV digital, 
por exemplo, são utilizadas 2000 ou 
8000 portadoras. Estas portadoras podem ser moduladas utilizando, por exemplo, 
QPSK, 16 QAM ou 64 QAM. Desta forma, cada portadora pode transportar uma 
taxa relativamente baixa de bits. Além disso, como cada parte do sinal é 
transportada por uma portadora em uma freqüência diferente, isso permite 
também imunidade ao sinal quanto à interferência em freqüências específicas, 
uma vez que somente uma pequena quantidade de bits serão atingidos, os quais 
estão bem distantes no sinal original. 
A figura abaixo é um fluxograma das 
etapas de processamento de sinais às quais 
o sinal de informação é submetido quando da modulação OFDM. 
  
Os símbolos modulados em QAM ou QPSK 
são apenas representações das suas 
posições espaciais na constelação de símbolos no domínio da freqüência. 
Fazendo-se a IDFT destes símbolos, eles são colocados no domínio do tempo em 
portadoras ortogonais. Ao receber o sinal, o receptor deve apenas fazer a DFT 
dos blocos de sinal recebidos, para obter o sinal enviado. 
  
Quando os sinais são modulados nas 
portadoras, são ainda inseridos intervalos 
de guarda entre os bits, ou seja, há um pequeno intervalo de tempo entre a 
informação útil de um bit e a informação útil do bit seguinte. O novo 
posicionamento das portadoras no tempo devido à inserção do intervalo de 
guarda é claramente ilustrado na figura que segue.  
 
 
Este 
processo reduz a taxa de bits de cada portadora, mas por outro lado 
proporciona uma maior robustez ao sinal com relação a ecos e multipercursos. 
Por exemplo, em ambientes bastante montanhosos ou com muitas 
edificações, é comum que o receptor receba reflexões do sinal com certo 
atraso. O intervalo de guarda evita a interferência entre símbolos.  
  
Como pode ser observado, a modulação 
OFDM exige uma quantidade 
considerável de processamento de sinais. No entanto, ela mostra-se bastante 
eficiente e robusta em diversos parâmetros de transmissão e, por conta disso, ela 
é muito usada em diversos sistemas de transmissão aérea, apesar de ocupar 
uma banda de freqüência bastante larga.   
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     O 802.11 é o padrão utilizado 
para redes WLAN. A seguir, será brevemente 
analisado um exemplo de aplicação de algumas das modulações descritas ao 
longo do trabalho neste padrão de transmissão. 
Atualmente, considera-se uma boa opção 
para os novos padrões 802.11, tal 
como o 802.11g o uso da modulação CCK associada à modulação OFDM. Neste 
caso particular, a modulação CCK é utilizada no preâmbulo ou cabeçalho dos 
pacotes de daos e a modulação OFDM é aplicada ao resto das informações 
úteis.  
  
Este processo é chamado de híbrido, 
por utilizar os dois tipos de modulação e é 
utilizado da seguinte forma:  
Quando um aparelho Wi-Fi em serviço 
entra em operação e começa a enviar um 
pacote de dados, o cabeçalho CCK faz com que todos os aparelhos Wi-Fi sejam 
informados de que uma transmissão está começando e principalmente de qual 
será a duração em ms desta transmissão. Mesmo os aparelhos Wi-Fi aos quais 
esta informação não é destinada ficam informados a respeito da duração 
desta 
transmissão e, durante este intervalo de tempo, eles não iniciam uma tentativa de 
transmissão. A seguir, a informação útil é enviada modulada em OFDM, pois a 
modulação OFDM possibilita uma transmissão a taxas muito mais altas do que a 
modulação CCK.  
  
Este processo híbrido evita a ocorrência 
de colisões (CSMA/CA), uma vez que 
todos os aparelhos ficam informados de que algum outro aparelho irá transmitir e 
também da duração desta transmissão, e ao mesmo tempo permite que 
aparelhos do padrão 802.11g utilizando OFDM para a transmissão de informação 
útil possam ser compatíveis com o padrão 802.11b que utiliza essencialmente a 
modulação CCK.  
Inicialmente, o uso deste sistema provoca 
um aumento de overhead em relação 
ao sistema usando modulação OFDM pura, uma vez que o preâmbulo CCK é 
mais longo do que o OFDM. Mas este aumento é compensado pelo fato de que 
este sistema também possibilita a compatibilidade com outros sistemas já 
existentes que usam CCK no preâmbulo e nos bits de informação útil, bem como 
uma maior taxa de transmissão de dados (maior do que 20 Mbps).   
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     As técnicas de modulação 
buscam, atualmente, aumentar cada vez mais as taxas 
de transmissão, utilizando uma menor banda de freqüência e com uma maior 
segurança, para que não ocorra perda de informação durante a transmissão. 
Cada técnica de modulação tem uma performance diferente de transmissão 
apresentando boas performances em determinados parâmetros em detrimento de 
perdas de performance em outros parâmetros.  
Por exemplo, normalmente, aquelas técnicas 
de modulação que permitem 
maiores taxas de transmissão utilizam uma maior banda de freqüência, como no 
caso da modulação OFDM que utiliza diversas portadoras, ou então 
proporcionam menos segurança para a informação, pois apresentam uma 
constelação com símbolos muito próximos entre si, com uma distância euclidiana 
muito pequena, o que aumenta as possibilidades de erro de interpretação destes 
símbolos no receptor.  
Portanto, cada sistema de transmissão 
utiliza técnicas de modulações que 
apresentem melhores performances naqueles quesitos que são mais importantes 
para ele. No caso dos sistemas de transição cujo meio de propagação é o ar, é 
necessário, por exemplo, utilizar-se uma técnica de modulação que apresente boa 
performance com relação a multiplos percursos, que proporcione proteção à 
informação contra a escuta de pessoas não autorizadas, que tenha boa 
imunidade a ruido entre outras coisas. Por isso, é comum utilizar-se a modulação 
OFDM que atualmente apresenta melhores resultados nos quesitos acima.  
Já no caso dos sistemas de transmissão 
com fio, os parâmetros de maior 
importância são outros e dependem também do tipo de informação que é mais 
freqüentemente transmitido neste sistema. Para o caso de transmissão de voz, 
são admitidas maiores perdas de informação sem que haja uma queda 
considerável de qualidade de serviço do que no caso de transmissão de imagem, 
por exemplo. 
  
Portanto, devido à enorme variedade 
de tipos de modulação, atualmente existem 
modulações adequadas para qualquer tipo de serviço que se deseja 
proporcionar. É apenas necessário que se faça uma análise adequada de cada 
uma delas, para que se possa escolher aquela que proporciona melhores 
resultados para o serviço em questão.   
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     Communication Systems (4th edition)  autor: Simon 
Haykin  Editora Wiley 
  
Redes de Computadores (4ª edição)  autor: Andrew S. Tanenbaum  Editora 
Campus 
  
Principles of Wireless Communication  
Paulo S. R. Diniz  Sinal Processing 
Laboratory 
  
  
http://www.eet.com/in_focus/communications/OEG20020201S0035  
  
  
http://ludo.ece.jcu.edu.au/subjects/ee3700/notes/EE3700DigitalCommSystems.pdf 
  
http://www.gta.ufrj.br/seminarios/semin2003_1/aurelio/2-80211.htm 
 
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