Introdução

Como já é de conhecimento de todos, o crescimento da Internet está aumentando cada vez mais e o IP ( Internet Protocol ) está ficando sem endereços. É verdade que existem mais de 2 bilhões de endereços, mas a prática de organizá-los por classes faz com que milhões sejam desperdiçados. Pode-se considerar a classe B o verdadeiro vilão. Para algumas empresas a rede classe A, com 16 milhões de endereços, é muito grande, e a rede classe C, com 256 endereços, é muito pequena. A rede classe B, com 65.536, é a melhor opção. Porém, ela é grande demais para a maioria das organizações. Mais da metade de todas as redes classe B possui mais de 50 hosts. Uma rede classe C funcionaria muito bem nesse caso, mas não há dúvidas de que todas as empresas que solicitaram um endereço classe B pensando que um dia ultrapassariam o campo dos hosts de 8 bits. Seria melhor fazer com as redes classe C utilizassem 10 bits permitindo 1.022 hosts por rede. Se isso tivesse ocorrido, a maioria das empresas escolheriam redes classe C.

Entretanto, surgiria um novo problema : a explosão da tabela de roteamento. Para os roteadores, o espaço de endereço IP tem uma hierarquia de 2 níveis, com números de rede e número de host. Os roteadores não precisam conhecer todos os hosts, mas todas as redes. Se meio milhão de redes classe C estivesse em uso, cada roteador da Internet precisaria de uma tabela com meio milhão de entradas, uma a cada rede, indicando qual linha deveria ser usada para se chegar a uma determinada rede, além de outras informações.

O armazenamento dessas tabelas é possível mais muito caro. Além da complexidade dos diversos algoritmos relacionados ao gerenciamento das tabelas. Esse problema poderia ter sido solucionado através do estabelecimento de uma hierarquia mais profunda Fazer com que cada endereço IP contenha um campo país, estado, cidade, rede, host, por exemplo. Mas essa solução exigiria mais do que 32 bits para endereços IP e não utilizaria endereços de forma eficiente.

Uma solução que esta sendo implementada e que dará à Internet um pouco mais de espaço extra é o CIDR ( Classless InterDomain Routing ). A idéia básica é alocar as redes classe C restantes, das quais existem quase 2 milhões, em blocos de tamanhos variados. Imagine que um site de 2.000 endereços. Ele receberá um bloco de 2.048 endereços ( 8 redes classe C contíguas) e não um endereço classe B completo.

Além de usar blocos de redes classe C contíguas como unidades, as regras de alocação para endereços foram alteradas na RFC ( Request for Comment)1519. O mundo era particionado em 4 zonas e cada uma recebia uma parte de endereço classe C. Dessa forma, cada região recebia cerca de 32 milhões de endereços a serem alocados, com 320 milhões de endereços classe C reservados para o futuro.

Essa mesma idéia pode ser aplicada para todos os endereços, não só os novos classe C. Dessa forma o CIDR é chamado de roteamento sem classes pois as classes A, B e C não são mais usadas para roteamento.

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