Conclusão

          Neste trabalho foi apresentado o OpenFlow, que possui como objetivo permitir que pesquisadores realizem seus experimentos na rede local de suas universidades. Com isso, fornece ao pesquisador um ambiente de testes com uma escala maior e mais real do que os utilizados em seu laboratório. Para implementação do OpenFlow, porém, há necessidade de atualização ou substituição dos equipamentos de rede já existentes. Assim, esses comutadores devem possuir um custo comparável aos já utilizados nas universidades e também desempenho similar. O OpenFlow também deve ser genérico o possível pra que fabricantes de comutadores não necessitem expor o projeto de seus equipamentos para implementar o OpenFlow.
          Como foi visto, o OpenFlow permite a execução de diversos tipos de experimentos. Além disso, novas funcionalidades foram desenvolvidas para permitir um uso mais eficiente da ferramenta. Neste trabalho foi fornecida uma visão geral de duas dessas ferramentas: o NOX e o FlowVisor. A primeira introduz o conceito de sistema operacional de rede, utilizado para realizar o gerenciamento centralizado da rede. Essa centralização pode ser considerada tanto como vantagem como desvantagem da proposta. A vantagem consiste em um gerenciamento mais simples pela maior facilidade no uso de algoritmos centralizados. A desvantagem, porém, consiste em o Controlador NOX ser um ponto único de falha na rede. Uma possível solução que os autores do NOX propõem para diminuir essa desvantagem é replicar o Controlador NOX em vários servidores da rede. A proposta do NOX possui como principal objetivo permitir o gerenciamento da rede baseado em parâmetros de alto nível, como nome de usuário ou de servidor, ao invés de parâmetros de baixo nível como endereços MAC e IP. O FlowVisor, por sua vez, introduz nas redes OpenFlow a virtualização de redes, que é um conceito bastante estudado atualmente. Com a virtualização, a rede pode ser dividida entre diversos usuários. Para isso, os recursos de rede dados para cada usuário são isolados entre si. Na proposta do FlowVisor são definidos cinco tipos de recursos que necessitam ser divididos: Banda Passante, Topologia, Tráfego, CPU dos elementos de rede e Tabela de Encaminhamento. A partir de seus mecanismos internos e a interceptação de mensagens, o FlowVisor consegue dividir os recursos da rede entre diversos usuários.
          Considerando a grande variedade de experimentos que o OpenFlow permite, essa ferramenta pode possibilitar um maior avanço na área de Redes de Computadores. Assim, muitas novas propostas que são validadas apenas com simulação, poderão passar a contar com experimentos em cenários reais. Além disso, em longo prazo, as universidades podem fazer acordos entre si que possibilitem a interconexão de suas redes OpenFlow, aumentando a escala de seus ambientes de teste. No Brasil, diversos projetos já utilizam o OpenFlow como é o caso do Horizon [8], que é um projeto sobre Internet do Futuro envolvendo universidades e empresas brasileiras e francesas.