3.1 Topologia e Funcionamento
   O protocolo RADIUS segue a arquitetura servidor/cliente. O usuário que deseja utilizar um determinado serviço de rede envia as suas informações para o NAS solicitado (o NAS atua como um cliente para o servidor RADIUS), que pode solicitar a autenticação deste usuário a um servidor RADIUS AAA, na forma de uma mensagem de requisição de acesso (Access- Request message). De acordo com a resposta fornecida pelo servidor AAA, o cliente (NAS) pode então fornecer os serviços requisitados pelo usuário de acordo com as políticas e informações estabelecidas pelo servidor RADIUS AAA. Após receber uma requisição do cliente, o servidor RADIUS tenta promover a autenticação do usuário, e retorna as informações de configuração e as políticas a serem aplicadas para o mesmo.
     Devido a grande flexibilidade do protocolo e devido as diferentes tecnologias agregadas ao RADIUS, o servidor pode ser configurado para autenticar os usuários localmente ou como um cliente proxy que redireciona os pedidos de acesso para outro servidor AAA remoto. Quando utilizamos o servidor RADIUS desta forma, o servidor AAA que atua como proxy passa a ser o responsável pela intermediação das mensagens trocadas entre o cliente e o servidor remoto. Um servidor RADIUS pode ser configurado para efetuar determinadas requisições localmente e atuar como proxy para outros servidores remotos. Um exemplo muito prático e útil desta flexibilidade do RADIUS é a utilização do mesmo para a autenticação em serviços que executam em sistemas embarcados. Como os sistemas embarcados geralmente possuem limitações de gasto de energia e de espaço de armazenamento e memória, a utilização de um servidor AAA embarcado atuando somente como proxy pode garantir a autenticação segura de usuários de um serviço, como o acesso de uma rede sem-fio em um ponto de acesso.

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Figura 3.1A: Exemplo de uma configuração que utiliza o RADIUS. Nesta figura, suponha que os serviços do NAS1 são autenticados pelo servidor RADIUS 1, enquanto os serviços do NAS 2 são autenticados pelo servidor RADIUS 2.
Podemos observar um exemplo típico de um sistema utilizando RADIUS. O Usuário A, por exemplo, deseja utilizar um serviço fornecido pelo NAS1. Após o usuário A enviar um pedido para o NAS1, o NAS1 que atua como um cliente RADIUS, envia para o Servidor RADIUS 1 a requisição de acesso, indicando que o usuário A deseja utilizar o serviço fornecido pelo NAS 1. Neste exemplo, o servidor RADIUS 1 conseguiu autenticar o Usuário A com sucesso. O servidor RADIUS então informa ao NAS1 da autenticidade do usuário A, que pode agora utilizar o serviço por ele requisitado. Ainda na figura 3.1A, o usuário C deseja utilizar um serviço fornecido pelo NAS 2. Para este caso, o servidor RADIUS 1 funciona apenas como um proxy para o servidor RADIUS 2, de forma que a intermediação do processo de autenticação entre o servidor RADIUS 2 e o NAS 2 será feita pelo servidor RADIUS 1. Neste exemplo, podemos verificar o grande grau de flexibilidade do Servidor RADIUS, que pode autenticar determinados serviços localmente e ao mesmo tempo intermediar a autenticação de outros serviços de autenticação remotos.