3 – TÓPICOS ESPECIAIS
3.1
– Garantindo Qualidade de Serviço (QoS)
Para poder disponibilizar
uma QoS completa, um sistema
deve ser capaz de marcar, classificar e policiar o tráfego. Pode-se entender
como uma forma de classificação e marcação, a adição de rótulos, mas a função
de policiamento fica faltando. O roteamento e a
distribuição de rótulos estabelecem as LSPs,
mas ainda não policiam o tráfego e controlam a carga em cada enlace.
Novos componentes de
software, que adicionam módulos de gerenciamento entre as funções de roteamento e o seletor de rota, permitem o policiamento e
gerenciamento de largura de banda.
Os dois protocolos que fornecem ao MPLS a habilidade de policiar o
tráfego e controlar a carga são o RSVP-TE e o CR-LDP.
3.1.1 –
RSVP-TE
O conceito
do processo de estabelecimento de uma chamada, onde os recursos são reservados
antes do estabelecimento da mesma, remonta ao passado da sinalização de
telefonia. Esse conceito foi adaptado porá redes de dados quando a QoS é importante.
Um método inicial desenvolvido pelo IETF em 1997, chamado
de Protocolo de Reserva de Recursos (RSVP), foi feito para esta função. O protocolo
foi criado para solicitar a banda necessária e condições de tráfego necessárias
em um caminho definido. Se a banda estivesse disponível nas condições desejadas,
o enlace era estabelecido. Para tanto, o tráfego era classificado em três
níveis: carga garantida, carga controlada e carga possível.
Este
protocolo, adicionado a capacidades para acomodar a engenharia de tráfego MPLS,
é chamado de RSVP-TE. Abaixo vemos como um caminho é estabelecido entre duas
máquinas. A estação-alvo solicita um
caminho específico, com condições de tráfego detalhadas. A mensagem é recebida e uma mensagem de
reserva, reservando a banda na rede, é mandada de volta à estação-alvo. Após a primeira mensagem de reserva ser recebida,
os dados podem fluir em caminhos específicos de fim a fim.
Este tipo de estabelecimento é chamado de “soft state”, pois a chamada será derrubada se não houver uma atualização respeitando temporizadores.
3.1.2 – CR-LDP
Com o CR-LDP,
modificações foram feitas ao protocolo LDP para permitir especificações de
tráfego.
Esse
protocolo adiciona campos ao LDP. Eles são chamados de taxas de dado de pico,
comprometido e de excesso, muito similar ao usado em redes ATM.
O
estabelecimento de chamada é um processo bem simples: uma requisição e um
mapeamento. Diferentemente do protocolo RSVP-TE, o CR-LDP mantém o caminho uma
vez estabelecido até que uma requisição explícita seja feita.
3.2 – Vantagens do MPLS
Uma das maiores vantagens do MPLS é o fato de
que está se apresentando como uma implementação de comutação por rótulos
padronizada. O desenvolvimento de padrões resulta em um ambiente aberto com
vários fabricantes sendo compatíveis. A competição também resulta em preços
mais baixos e leva a mais rápidas inovações.
3.2.1 –
Rotas explícitas
Uma
capacidade fundamental do MPLS é o suporte a rotas explícitas. Esse tipo de
rota é bem mais eficiente que a opção
original do IP. Também provém uma parte da funcionalidade necessária à engenharia
de tráfego. Caminhos roteados explicitamente também
permitem a criação dos “túneis opacos”, onde podem levar qualquer tipo de
tráfego previamente combinado entre os dois pontos de fim.
3.2.2 –
Suporte a Multiprotocolo e Mullti-enlace
O componente
de encaminhamento MPLS não é específico para nenhuma camada de rede específica.
Por exemplo, o mesmo componente de encaminhamento poderia ser usado para IP ou
IPX. Também pode operar sobre virtualmente qualquer protocole de enlace, ainda
que sua ênfase inicial seja ATM.
3.2.3 – Modularidade
Clara
separação entre as funções de encaminhamento e controle. Cada parte pode
evoluir sem impactar a outra.
3.2.4 – Roteamento inter-domínio
Provê uma
separação mais completa entre roteamento inter e intra domínio. Isso melhora a escalabilidade
dos processos de roteamento e reduz o conhecimento de
rotas necessário dentro de um
domínio.
3.2.5 –
Suporte a todos os tipos de tráfego
Outra
vantagem menos visível é o suporte a qualquer tipo de encaminhamento: pacotes único, único
com tipo de serviço e múltiplo.
3.3 – MPLS Generalizado
(GMPLS)
Talvez, um
dos mais importantes avanços na evolução do MPLS seja extensão e generalização do
seu plano de controle de tráfego para servir como plano de controle para outros
tipos de redes de transporte, incluindo redes TDM e óticas. Esse esforço tem
sido chamado pelo IETF de GMPLS.
Vemos abaixo uma do que se propõe com essa evolução:
O GMPLS é um conjunto de protocolos do plano de controle que provê uma
semântica consistente e uniforme para sinalização, roteamento
e gerenciamento de enlace.
Os pesquisadores de MPLS provaram que um rótulo poderia mapear uma cor em
um espectro e que pacotes MPLS poderiam ser ligados diretamente a uma rede
ótica. Eles chamaram a esse processo de MPλS. Continuando as pesquisas,
foi descoberto que, para ter uma rede verdadeiramente dinâmica, um método para
controle total da rede dentro do centro ótico seria necessário. Surgiu, então,
o conceito de rede ótica inteligente.
O MPLS poderia fazer esse trabalho, mas como era
específico para redes IP, seus protocolos deveriam ser modificados para
“conversar” com equipamentos de telecomunicações. Daí o surgimento do GMPLS.
Abaixo vemos uma rede com protocolo IP de fim a fim, MPLS de LER a LER e GMPLS
do centro da rede.
Para cumprir a tarefa de controlar as redes
centrais, é requerido o desenvolvimento de diferentes interfaces e protocolos.
De fato, o GMPLS não é apenas um protocolo, mas uma coleção de diferentes
padrões escritos por diferentes entidades para atingir um objetivo comum.