INTERFACES DE DISCO

     Assim como uma placa de vídeo é ligada em um slot PCI, ou um modem é ligado em um slot ISA, para poder comunicar-se com o restante do sistema, o disco rígido precisa estar ligado a alguma interface.
     Uma interface de disco nada mais é do que um meio de comunicação, uma estrada por onde podem trafegar os dados que entram e saem do HD. De nada adianta um disco rígido muito veloz, se a interface não permite que ele se comunique com o restante do sistema usando toda a sua velocidade.
     Atualmente são usados dois padrões de interfaces de disco: o IDE (também chamado de ATA) e o SCSI, com predominância do IDE. Placas mãe mais antigas, não possuíam interfaces IDE. Nelas, a interface IDE deveria ser adquirida separadamente, e encaixada em um slot disponível.
     Tendo a oportunidade de examinar o hardware de um 486 não muito recente, verá uma placa ISA, EISA ou VLB, que inclui a Interface IDE, além da interface para drives de disquetes, uma porta paralela, duas portas seriais e uma porta para Joystick. Esta placa é chamada de "super IDE".
     Todas as placas mãe atuais possuem, além de duas portas seriais e um porta paralela, duas interfaces IDE embutidas, chamadas de controladora primária e controladora secundária. Cada controladora suporta dois dispositivos, o que permite um máximo de 4 dispositivos IDE num mesmo micro.
     Existem vários modelos de interfaces IDE, que oferecem diferentes modos de operação. Estes modos de operação são chamados de "Pio" e determinam a velocidade e recursos da interface.
     Placas mãe um pouco mais antigas, como as placas para processadores Pentium que utilizam os chipsets FX e VX, suportam apenas o modo Pio 4, sendo capazes de transferir dados a 16,6 Megabytes por segundo. Placas um pouco mais recentes, suportam também o Ultra DMA, também chamado de Ultra ATA. Este modo de operação traz várias vantagens sobre o antigo Pio Mode 4, como a maior taxa de transferência de dados, que passa a ser de 33 Megabytes por segundo.
     A principal vantagem do UDMA porém, é permitir que o disco rígido possa acessar diretamente a memória RAM. Usando o UDMA, ao invés do processador ter de ele mesmo transferir dados do HD para a memória RAM, e vice-versa, pode apenas fazer uma solicitação ao disco rígido para que ele mesmo faça o trabalho.
     Claramente este modo de operação aumenta perceptivelmente o desempenho do sistema, pois poupa o processador do envolvimento com as transferências de dados, deixando-o livre para executar outras tarefas.
     O Pio Mode 4 permite o uso do Multiword DMA 2, que também permite o acesso direto à memória, embora de forma um pouco menos eficiente.
     Para fazer uso das vantagens do UDMA, é preciso que o disco rígido também ofereça suporte a esta tecnologia. Todos os modelos de discos mais recentes incluem o suporte a UDMA, porém, mantendo a compatibilidade com controladoras mais antigas.
     Caso tenhamos na placa mãe uma controladora que suporte apenas o Pio 4, o HD funcionará normalmente, limitado às características da interface.
     Existem 7 modos de operação de interfaces IDE que vão desde o Pio Mode 0, extremamente lento, ao novo UDMA 66, que mantém os recursos do Ultra DMA, porém suportando maiores velocidades de transferências de dados.
     Lembrando que estas velocidades são o fluxo máximo de dados permitido pela interface, não correspondendo necessariamente à velocidade de operação do disco. Funciona como numa auto-estrada: se houver apenas duas pistas para um grande fluxo de carros, haverão muitos congestionamentos, que acabarão com a duplicação da pista. Porém, não fará sentido a construção de mais faixas, pois 4 vias já serão suficientes.
     Os modos de operação das interfaces IDE são:
 

Modo de Operação
Taxa máxima de transferência de dados 
PIO MODE 0
3,3 MB/s
PIO MODE  1 
5,2 MB/s 
PIO MODE 2
 8,3 MB/s 
PIO MODE 3 
11,1 MB/s 
PIO MODE 4 
16,6 MB/s 
UDMA 33 (Ultra ATA) 
33,3 MB/s
UDMA 66 (Ultra ATA 2)
66,6 MB/s 

 

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