História da Telefonia Móvel



O primeiro uso regular do rádio em viaturas móveis ocorreu em 1921, para o Departamento de Polícia de Detroit, que enviava ordens do quartel central para seus comandados, nos automóveis.

Estes primeiros sistemas eram muito primitivos, se comparados com a tecnologia atual. Operavam na faixa de 2 Mhz. A medida que as necessidades cresciam e avançava a tecnologia, a tendência observada foi elevar as frequências de operação. Em 1933, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) autorizou a utilização de 4 canais na faixa de 30 a 40 Mhz.

Em 1945 os laboratórios Bell, iniciaram um programa experimental voltado para a telefonia móvel, na faixa de 150 Mhz.

O Sistema Bell iniciou em 1946 um sistema comercial, instalando um sistema de poucos canais, na faixa de 35 Mhz, em Winsconsin, e um outro, na faixa de 150 Mhz no Missouri.

Em 1947, foi inaugurado um sistema de telefonia móvel ao longo da rodovia New York - Boston. Operava na faixa de 35 - 44 Mhz. Acreditava-se, na época, que estas frequências mais baixas, seriam melhores no atendimento a rodovias por terem um alcance maior e ‘contornarem’ melhor os obstáculos do relevo, o que é verdade. O que não se sabia, é que essas frequências se propagam a longas distâncias, via reflexão na ionosfera, o que fazia com que as conversações fossem ouvidas a milhares de quilômetros de distância, causando interferências em outros sistemas.

O trabalho de aperfeiçoamento do sistema continuou nos Laboratórios Bell e também nas empresas operadoras e fabricantes de equipamentos, visando um melhor desempenho do sistema e também o uso de frequências cada vez mais elevadas.

Em 1964, foi desenvolvido um novo sistema, denominado sistema MJ, com o objetivo de melhorar a eficiência, reduzir custos e fazer melhor uso dos poucos canais existentes. Este novo sistema operando em 150 Mhz, permitia a seleção automática do canal vago, para cada chamada, eliminando assim a necessidade do “push-to-talk”, permitindo ainda que os usuários utilizassem eles mesmos a discagem do número desejado.

Em 1969, a automatização foi estendida aos sistemas que operavam na faixa de 450 Mhz, que foram chamados de sistema MK. Estes sistemas descritos anteriormente (MJ e MK) foram o embrião do sistema IMTS (Improved Mobile Telephone System), até o surgimento do padrão AMPS (Advanced Mobile Phone System), que é o utilizado hoje, no Brasil.

Os sistemas IMTS operavam, quase todos, segundo alguns padrões que se formaram ao longo do tempo. Esses padrões eram aproximadamente os seguintes: um transmissor potente instalado em algum lugar próximo ao centro da área a ser coberta, em local bem elevado, para que os sinais recebidos dos móveis estivessem bem acima do nível local de ruído. Para cada canal a potência de saída do transmissor ficava na faixa de 200 a 250 W, e com o uso de antenas direcionais, no plano vertical, podia-se elevar a potência efetivamente irradiada para algo da ordem de 500 W. Tais sistemas tinham uma área de cobertura com raio de 30 a 40 Km e, embora a esta distância o nível de sinal recebido no móvel fosse muito baixo, era suficiente para interferir em outro sistema que operasse na mesma faixa de frequências. Desta forma um sistema tinha que estar afastado dos outros mais de 200 Km e mesmo assim, só os móveis próximos do transmissor central podiam se considerar livres de interferência.

O grande fator limitador para expansão dos sistemas sempre foi a escassez de espectro de frequência. Com o espectro disponível até a década de 70, tínhamos não mais do que 54 canais em todas as faixas de operação, o que não permitia aumentar as dimensões do sistema, diminuindo, assim, os custos.

Em 1974, o FCC regulamentou a faixa, com pequenas modificações em relação a proposta original. Em 1975 a operadora Illinois Bell recebeu autorização para desenvolver seu sistema, surgia, então, o sistema AMPS, que se baseia em um conceito totalmente diferente, o conceito de sistema celular.


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Gonçalo Alexandre Lopes