Introdução

A Definição

A rede Peer-to-Peer, Par a Par ou, abreviadamente, P2P, é um modelo de comunicações sem organização hierárquica e sem controle centralizado. Ela se baseia no conceito de que todos os computadores se tornem servidores e clientes simultaneamente. A estes computadores dá-se o nome de Peers, o que significa "iguais". Isto significa que todos os nós da rede possuem a mesma capacidade de enviar e receber os arquivos, ocorrendo assim o compartilhamento dos dados através dela. Algumas aplicações para esta arquitetura de rede são a computação e armazenamento distribuídos (utilizados no meio acadêmico, científico e profissional); as telecomunicações, dentre outras.

A Origem do P2P

A própria internet, no final dos anos de 1960, surgiu como uma "rede P2P". A ARPANet (Advanced Research Projects Agency Network, um setor do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América) tinha por objetivo o compartilhamento de recursos computacionais sobre a área que envolve este país. Porém, o desafio era integralizar os diferentes tipos de redes locais já existentes de forma a permitir uma homogeneidade entre os computadores participantes. Um aplicativo, conhecido como USENET, ganhou destaque neste ambiente. Ele consistia basicamente na ligação direta entre dois computadores, via modem, com a finalidade de transferir documentos para armazenamento local. Não havia qualquer autoridade central que intermediasse esta operação entre os computadores.

Na década de 1980, as empresas de grande porte utilizavam um sistema conhecido como mainframe para o processamento de dados. Ele consistia num computador de grande porte capaz de processar grande volume de dados de vários usuários ao mesmo tempo através, ou não, de uma rede. Entretanto, o processamento congestionava-se rapidamente neste tipo de sistema, fazendo com que as empresas despendessem grande quantidade de dinheiro na atualização dos mesmos. Surge assim, o modelo cliente-servidor como uma alternativa de sistema.

O sistema cliente-servidor ganhou destaque no final dos anos de 1980, quando as empresas procuravam obter uma melhor posição de competição numa economia abalada. Diferentemente do sistema mainframe, ele era capaz de transferir parte da carga de processamento para o computador do cliente. Por exemplo, após a solicitação de um arquivo para o servidor, o cliente ficava responsável por quaisquer alterações realizadas naqueles dados. Por ser mais eficiente e devido à grande aceitação, este sistema foi implementado em escala global com o World Wide Web (WWW), que, através de um navegador, formalizou o formato de apresentar a informação (HTML) e também o protocolo de comunicação (HTTP).

As aplicações empresariais proveram uma necessidade de reavaliação e substituição dos sistemas de redes. O processamento e a transmissão de dados deveriam ser feitas cada vez com maior agilidade, de forma a acompanhar as necessidades do mercado e o avanço tecnológico. A descentralização dos sistemas de rede possibilitaram com que a troca de informações pudesse ser feita de forma mais eficiente e direta, auxiliando na comunicação entre setores de empresas localizados a grandes distâncias. Além disso, o avanço da tecnologia tornou possível com que computadores pessoais tivessem uma capacidade de processamento cada vez mais próxima das antigas centrais de processamento (os mainframes e servidores na relação cliente-servidor), o que aumentou ainda mais a atratividade das redes ponto a ponto e contribuiu para sua utilização em grande escala.

Com o passar do tempo, as tendências B2B (Business-to-Business, que consiste na aplicação da rede P2P no ambiente profissional) deram espaço para aplicações voltadas também para a utilização menos formal, como para o compartilhamento de filmes, música, jogos e conteúdos de entretenimento. Surgem, então, o Napster, Kazaa, Gnutella, Emule, Limewire, etc., que trazem o universo das redes P2P para utilização em massa. De acordo com estudos feitos pela companhia Ipoque em 2008 e 2009, o compartilhamento de arquivos em redes P2P era então responsável por 43% a 70% de todo o tráfego de dados da internet.[1]

A Origem dos protocolos

A sigla DNS, do inglês Domain Name Server, é um artifício utilizado para traduzir endereços de IP (Internet Protocol) para nomes de domínio. Na prática, atribui um nome associado ao número de IP, sendo responsável também pela interpretação das palavras utilizadas nesta atribuição. Dessa forma, o computador pode desenvolver o caminho correto para um acesso bem sucedido.

O Usenet é definido como um sistema de discussão distribuído pela internet que possui alcance mundial. Basicamente, nela os usuários eram capazes de de formarem grupos e trocar informações, enviando-as para uma extensa rede interligada de servidores. Mediante a alteração de ou recebimento de algum conteúdo, este mesmo servidor atualizava e informava aos demais sobre as alterações ocorridas.

O P2P surgiu de uma tecnologia básica utilizada na época da Usenet e Fidonet, redes completamente descentralizadas e do sistema DNS.

Ao passo que a internet crescia, a quantidade de hosts também seguia a mesma proporção. Por volta da década de 1980, já havia milhões deles na internet. Desenvolve-se, então, a necessidade do uso do DNS para navegação, pois tornaria-se inviável acessar páginas de internet ou qualquer outro meio que utilizasse do IP para conexão por meio dos endereços numéricos. Além disso, possibilitou a implantação de um banco de dados distribuídos, de forma a garantir a sua disponibilidade.

[1] Internet Study 2008/2009, Hendrik Schulze, Klaus Mochalski