INTRODUÇÃO

Em redes sem fio tradicionais ou estruturadas, existe a necessidade de uma infra-estrutura prévia com pontos de acesso definidos por onde as mensagens passam antes de serem encaminhadas ao destinatário. Nesse tipo de rede, se um usuário envia uma mensagem a outro, mesmo que eles estejam muito próximos, a mensagem será enviada ao ponto de acesso para ser posteriormente encaminhada para o destino final.

Já numa rede ad hoc, os pontos de acesso não são necessários, pois os clientes se comunicam entre si diretamente ou através de múltiplos saltos, onde os intermediários são clientes da mesma rede que atuam como roteadores, encaminhando o pacote até o destinatário, o que faz com que uma rede ad hoc tenha muito mais mobilidade e possibilidade de expansão, já que a inserção de novos nós não implica numa reconfiguração da rede.  No entanto essa alta mobilidade acaba por implicar numa dificuldade de se calcular como será feito o roteamento dos pacotes, já que esse tipo de rede está em constante mudança e suas rotas são dinâmicas.

Diante deste cenário surge um novo conceito de rede: as redes sem fio em malha ou redes mesh. Esse tipo de rede é dinamicamente auto-gerenciável e auto-organizável, possuindo dois tipos de nós: os roteadores mesh e os clientes mesh. Os roteadores mesh, que contém as funções de roteamento para manter a rede em malha e formam o backbone da rede mesh, apresentam mobilidade mínima e possuem diversos enlaces sem fio com outros nós, roteadores e clientes, de forma que a topologia resultante seja uma malha de enlaces. Sendo assim, cada nó pode seguir vários caminhos alternativos para um mesmo destino. Os roteadores mesh funcionam também como gateways e bridges, garantindo a conexão com outras redes.

A mobilidade da rede em malha sem fioé garantida aos clientes, que podem ser móveis ou estacionários. Clientes mesh possuem uma necessidade de configuração de hardware e software mais simples do que os roteadores, já que não possuem, entre outros, as funções de bridge e de gateway.
Sendo assim, escalabilidade da rede ad hoc se mantém, pois adicionar um novo ponto só faz com que o número de caminhos alternativos cresça.
Apesar da menor mobilidade em relação à rede ad hoc comum, ainda existe a necessidade de utilização de protocolos de roteamento, pois ambas as redes trabalham com múltiplos saltos, além de se adaptar automaticamente à adição de novos nós. Sendo assim, diante de tantas semelhanças, muitos protocolos utilizados nas redes em malha sem fio são originários de redes ad hoc, e foram adaptados às particularidades dessa nova rede.

PRINCIPAIS VANTAGENS

  1. Uma rede mesh não necessita de pontos de acesso ou de cabos para fazer a interconexão entre roteadores e clientes. Desta forma, seu custo de implementação e manutenção é consideravelmente baixo, principalmente em áreas de grande cobertura.

  2. Uma rede mesh deve ser tolerante à falhas, ou seja, caso algum nó venha a falhar ou enfrentar algum problema, o pacote poderá passar por uma rota alternativa sem maiores problemas.  Como a rede em questão é em malha, a robustez da rede é garantida, já que o sistema encontra novas rotas dinamicamente.

  3. A rede deve ser auto-organizável, dessa forma novos nós podem ser adicionados à rede de acordo com a necessidade, sem a necessidade de reconfiguração ou da intervenção de um administrador de rede.

  4. É ideal para ambientes onde há falta de cabos ethernet, pois na rede mesh são utilizados múltiplos saltos e desta forma basta que um dos roteadores mesh estejam conectados à internet para que a conexão seja compartilhada e transmitida para os demais nós.

  5. As funcionalidades de gateway e bridge nos roteadores mesh permitem a integração das rede em malha sem fio com diversas outras redes sem fio, tais como redes de aparelhos celulares, sensores wireless, Wi-Fi, Wi-Max etc. Isso permite a integração de diversas redes através da utilização de redes mesh.

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