O principal objetivo do sistema é prover incentivos a nós "egoístas" para que estes
encaminhem os tráfegos oriundos de outros nós. Por egoísta entende-se o nó que visa maximizar
seu lucro, maximizar a diferença entre o benefício de suas ações e o custo de suas ações. Nós
maliciosos e defeituosos não são tratados pelo sistema.
O sistema consiste de um serviço central chamada de Credit Clearance Service (CCS) e de
computadores equipados com interfaces de rede sem fio. Cada nó conhece o caminho completo
até o destino através da utilização de algum protocolo de roteamento semelhante ao DSR
(Dinamic Source Routing).
Ao enviar uma mensagem um nó perde créditos para a rede. Além disso, ao encaminhar
mensagens de outros, um nó recebe novos créditos. Para que esses créditos sejam computados,
um nó que encaminhou uma mensagem deve enviar ao CCS um resumo da mensagem chamado
de receipt. O fato de usar somente resumos das mensagens tem dois objetivos: reduzir o
consumo de recursos necessários para enviar informações ao CCS e não necessitar que os nós
confiem no sigilo do CCS.
Na verdade o que é informado ao CCS é o recebimento do receipt. O CCS deve, por sua vez,
determinar qual nó é o último na fila a receber a mensagem. A este nó o transmissor deve pagar
um valor β, e aos demais nós no caminho entre o transmissor e o último nó a receber a
mensagem, o transmissor deve pagar α, de modo que α >β. Para que este último nó seja
incentivado a informar o recebimento da mensagem, o custo de enviar o receipt ao CCS deve ser
menor do que β. Assim, o gasto do transmissor para enviar a mensagem é de:
nα + β,
onde m é o número de nós entre o transmissor e o receptor.
Para evitar um ataque de conluio entre o transmissor e este último nó, no qual este não
enviaria o receipt, o transmissor perderá uma quantidade de créditos adicional se a mensagem não
chegar ao destino. O total de créditos perdido pelo transmissor nesse caso é:
(nα+ β)
- kβ,
onde n é o número de nós entre o transmissor e o receptor e k é o número de nós que não
reportaram o recebimento do receipt.
Outro possível ataque é no caso em que um grupo de nós envia somente o receipt, e não a
mensagem inteira. Nesse caso, o destino não informaria o recebimento da mensagem. Dessa
forma, se o destino não reportar o recebimento ao CCS, o crédito pago a cada nó será multiplicado
por γ (γ<1). Nesse ponto chegamos a uma versão definitiva do cálculo dos pagamentos que devem
ser realizados pelo transmissor:
(nα + β)
- kγβ
A seguir dois exemplos são apresentados:
a) Mensagem chega ao destino:
Créditos:
Transmissor: -(4α+ β)
Nós 1, 2, 3 e 4: α
Destino: β
b) Mensagem não chega ao destino
Créditos:
Transmissor: -(4α+ β) - 2γβ
Nós 1 e 2: γα
Nó 3: γβ
Nó 4 e Destino: Zero