1. Abertura
 
 Motivação
    

    Uma rede Peer-to-Peer tem como propriedade, ao invés de concentrar os dados em um servidor central, distribuí-los entre cada destinatário (que iremos chamar de nó). A principal diferença entre este tipo de rede e uma rede cliente-servidor é que a última é composta por um servidor que armazena todas as informações e vai liberando-as a medida que estas são solicitadas pelo cliente, consistindo em um banco de informações estático, ou seja, que não está sujeito a alterações, a não ser que estas sejam feitas pelo provedor.Neste caso, o usuário assume um papel completamente passivo sob a ótica de dados, visto que este só recebe os elementos de informação de tal banco, sem contribuir em nada com a sua formação.Este tipo de interação é típica na web (protocolos TCP/IP). Uma das principais desvantagens da rede servidor-cliente reside no fato de existirem muitos recursos para serem concentrados em um número pequeno de nós. Por outro lado, na rede Peer-to-Peer, cada nó é considerado igual em capacidade de compartilhamento de informação com todos os outros, funcionando como se cada um fosse, ao mesmo tempo, o servidor e o cliente do sistema servidor-cliente supra-citado de acordo com a transação a ser realizada, pois cada nó é capaz de conectar-se diretamente com seus homólogos, disponibilizando para eles suas informações e podendo também contar com as deles para qualquer que seja sua necessidade de download. De acordo com a definição, cada “peer” (ou nó) deve ser funcional e hierarquicamente igual ao outro.Neste tipo de rede, cada nó comunica-se diretamente com os outros, onde um tem “consciência” da existência do outro.

    O fato é que as redes P2P permitem compartilhamento com invejável performance computacional.Algumas dessas condições especiais fazem com que suas desvantagens tornem-se meras minúcias quando analisamos as relações custo versus benefício para seus usuários.São elas:

-> O fato de ser uma rede capaz de se auto-organizar constantemente, adaptando-se facilmente à quantidade transiente de nós finais;

-> A não-necessidade de um servidor central, servindo como intermediário no estabelecimento das conexões (seu uso é opcional, porém, pode tornar-se vantajoso para a execução de determinadas tarefas (chaves para criptografia, boots,etc.);

-> Reestrutura-se com alta eficiência diante de instabilidades e falhas de rede e problemas com nós;

-> Possui a habilidade de juntar conectividade e performance em uma mesma transação (altamente escalável);

-> Sistema altamente ubíquo, ou seja, “onipresente”;

-> Oferece vantagens financeiras, de forma que o consumo de alguns bens torna-se redundante (ex.: torna-se dispensável comprar um CD original se já pode-se baixar todo seu conteúdo no Emule e gravá-lo em uma mídia) e também pelo fato de dispormos do acesso a qualquer tipo de conteúdo com custo ínfimo e de forma relativamente rápida e confortável;

-> Proporciona maior velocidade à rede devido à descentralização (evita filas);

-> Pelo fato de gerar um aumento brutal na capacidade de armazenamento de dados (comparativamente com o cenário servidor-cliente), visto que agora cada nó-final age também como um servidor, cedendo à rede uma parte da capacidade de seu hardware.


 
 Histórico
 
 Origem e evolução das redes P2P
  

  O surgimento das redes P2P deveu-se à tendência natural de descentralização, juntamente com o surgimento de tecnologias que favoreciam o desenvolvimento de redes poderosas.

A popularização de tais redes está explicitada no fato de terem atingido números de usuários não raramente da ordem dos milhões (como a Internet), fato que está associado com a redução do custo da banda.Como sabeos, quanto mais usuários na rede P2P, mais pontos interconectados, e, por fim, mais recursos tornam-se presentes nela, o que lhe confere maior poder.

     A tecnologia-base das redes P2P surgiu na década de 70, com a criação da USENET, em 1979. Este sistema oferecia newsgroups através de uma aplicação distribuída extremamente descentralizada.

     Em 1984, surgiu a Fido Net, uma aplicação distribuída descentralizada para troca de mensagens entre usuários de diferentes sistemas BBS.

     O DNS, criado em 1983 para suportar milhões de hosts na internet, une conceitos de P2P com modelo hierárquico de informação.

     Em 1999, surge enfim a primeira aplicação peer-to- peer : Napster. Fruto do trabalho de um estudante universitário, unia o sistema de mensagens instantâneas IRC, o mecanismo das máquinas de busca e o sistema de compartilhamento de arquivos do Windows e do Unix. Este sistema ainda não era totalmente peer-to- peer: possuia um servidor central que possuia as atribuições de indexação dos arquivos e pesquisa. Devido a problemas de trocas de arquivos protegidos por copyright, a empresa Napster, detentora do cliente Napster e do servidor de diretórios (o servidor central da rede Napster) foi processada pela Recording Industry Association of America. Em julho de 2001, um juiz ordenou o fechamento da rede Napster até que fosse comprovada a total ausência de arquivos protegidos por copyright na rede. A Napster entrou em decadência financeira e decretou falência em setembro de 2002.

     Posteriormente surgiu a rede Gnutella, a primeira rede essencialmente P2P.


 
 Redes P2P nos dias de hoje
      Hoje existem várias redes P2P, como Shareaza, Kazaa, eDonkey, Gnutella, torrent, etc, sendo a mais conhecida a rede eDonkey, essencialmente P2P.
     Vale lembrar que os sistemas P2P não se limitam só aos compartilhadores de arquivo: existem várias outras aplicações que usam sistemas P2P, como mensageiros instantâneos (msn, yahoo), sistemas de VoIP, como Skype, etc.
     Além disto, vale ressaltar alguns problemas que permeiam as redes P2P como problemas de autoria (distribuição de arquivos protegidos por leis de copyright, como músicas, softwares, filmes, etc), o que gera inúmeros processos por todo o mundo e fechamento de várias redes.