Conceitos


Para poder entender o funcionamento da rede MPLS é preciso entender as funções dos principais componentes de uma rede MPLS.

  1. Rótulo(Label)
  2. O rótulo é um identificador curto que possui tamanho fixo e significado local. Todos os pacotes que entram numa rede MPLS recebem um rótulo, este é adicionado ao cabeçalho do pacote. Assim, os roteadores só precisam analisar os rótulos para poder encaminhar o pacote. O cabeçalho MPLS é posicionado depois de qualquer cabeçalho da camada 2 e antes do cabeçalho da camada 3. Este cabeçalho é conhecido como Shim Header e pode ser visto na figura abaixo:

    Onde:


  3. Label Switch Path (LSP)
  4. O LSP é definido como o caminho por onde os pacotes irão passar numa rede MPLS. No momento em que um pacote entra numa rede MPLS, este é associado a uma classe de equivalência (FEC) e assim é criado um LSP relacionado a esta FEC.
    Como a criação de uma LSP só ocorre na entrada de uma rede MPLS, os LSR ( Label Switch Router) do núcleo da rede só terão o trabalho de fazer as trocas dos rótulos, encaminhando assim o pacote de acordo com o LSP determinado anteriormente, não havendo mais necessidade de fazer o roteamento dos pacotes.

    Esquema de um LSP numa rede MPLS

  5. Label Distribution Protocol (LDP)
  6. O LDP é um protocolo cuja principal função é distribuir rótulos entre os roteadores de comutação de rótulos (LSR), permitindo assim a criação das LSPs. Para que isto ocorra, o LDP oferece um mecanismo de descoberta de LSR para permitir que LSRs possam encontrar uns aos outros e assim estabelecendo uma comunicação. Uma das vantagens do LDP é a utilização conjunta com o protocolo TCP, desta forma garantindo a entrega das mensagens.

  7. Label Switch Router (LSR)
  8. O LSR é o dispositivo que executa os algorítimos de encaminhamento e mantém as tabelas de encaminhamento. Os LSRs de um domínio MPLS comunicam-se através de um protocolo adequado (LDP, RSVP estendido ou qualquer outro protocolo), a fim de manter atualizadas as tabelas de encaminhamento do domínio.
    Os LSR têm a função de encaminhar os pacotes baseados apenas no rótulo. Ao receber um pacote, cada LSR troca o rótulo existente por outro, passando o pacote para o próximo LSR e assim por diante até chegar no roteador de borda de saída.

  9. Label Edge Router (LER)
  10. O LER é um LSR que além das funções de encaminhamento e controle, quando está na entrada de um domínio MPLS, é responsável pela inserção do rótulo ao pacote e de atribuir os pacotes a uma classe de equivalência de encaminhamento (FEC). Este processo de ligação de pacotes a uma FEC pode ser tão complexo quanto necessário, sem afetar o desempenho geral da arquitetura, pois é efetuado somente na admissão do pacote. Quando um LER está na saída do domínio MPLS, ele é responsável pela retirada do rótulo, mantendo a semântica normal de um pacote IP, a fim de ser entregue a uma rede não MPLS.

    Esquema de uma rede MPLS com LER's e LSR's

  11. Forwarding Equivalency Class (FEC)
  12. Uma FEC consiste numa classe de equivalência, ou seja, um conjunto de parâmetros, que irão determinar um caminho para os pacotes. Os pacotes associados a uma mesma FEC serão encaminhados pelo mesmo caminho.
    A FEC é representada por um rótulo e cada LSP é associada a uma FEC. Ao receber um pacote, o roteador de entrada da rede MPLS verifica qual FEC ele pertence e o encaminha através da LSP correspondente. A associação do pacote a uma FEC acontece apenas uma vez, quando o pacote entra na rede MPLS. Isto proporciona grande flexibilidade e escabilidade a este tipo de rede.
    A FEC pode ser determinada por um ou mais parâmetros, especificados pelo gerente da
    rede. Alguns desses parâmetros são:

    Esquema de funcionamento de uma associação FEC a um pacote

  13. Label Switching Forward Tables (Tabelas de encaminhamento dos comutadores de rótulo)
  14. Estas tabelas são também chamadas de LIB (Label Information Base) e são responsáveis pelo processo de encaminhamento de pacotes e são mantidas pelos LSRs. Elas consistem basicamente de um campo de índice que é preenchido pelo valor do rótulo, uma ou mais entradas, contendo o rótulo de saída, interface de saída e endereço IP do próximo salto (next hop address).
    O rótulo que é incluído no pacote pode ser obtido a partir de informações contidas na própria camada de ligação de rede no momento da admissão no domínio MPLS, em tecnologias como o ATM e Frame Relay. No ATM é utilizado o par VPI/VCI do cabeçalho das células. No Frame Relay, o rótulo pode ser obtido a partir do campo DLCI.


  15. Componente de Controle
  16. A componente de controle é responsável por distribuir informações de roteamento entre os LSR que compõe um domínio MPLS e também pelos algoritmos utilizados por estes roteadores para converter estas informações em tabelas de encaminhamento. Há uma grande semelhança entre a componente de controle da arquitetura MPLS e a componente de controle de roteadores convencionais. No MPLS, os algoritmos de roteamento convencionais (como BGP, OSPF e PIM) podem ser incluídos na componente de controle, atuando assim como um subconjunto desta componente. No entanto, o roteamento convencional é insuficiente para suportar a tecnologia de comutação de rótulos.

  17. Componente de Encaminhamento
  18. A componente de encaminhamento utiliza um algoritmo de troca de rótulos, que é responsável pelo encaminhamento dos pacotes. Quando um pacote entra num LSR, este analisa a etiqueta do pacote e a utiliza como um índice para pesquisar na sua tabela de encaminhamento. A partir deste índice (rótulo de entrada), é pesquisada uma entrada na tabela de encaminhamento. Se a entrada for localizada o rótulo é substituído pela etiqueta de saída, apontada na entrada da tabela de encaminhamento e o pacote é remetido pela interface de saída ao endereço do próximo salto.

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