1. Introdução
Em 1973, Roger Schell, em "Preliminary Notes on the Design of Secure Military Computer Systems", afirmou:
“From a practical standpoint, the security problem will remain as long as manufacturers remain committed to current system architecture, produced without a firm requirement for security.
As long as there is support for ad hoc fixes and security packages for these inadequate designs and as long as the illusory results of penetration teams are accepted as demonstrations of a computer system security, proper security will not be a reality.”
Aproximadamente, há 30 anos, Schell previa a situação dos sistemas de computação em que nos encotramos atualmente: sistemas não projetados para as ameaças da Internet moderna, mal implementados e que requerem a contínua instalação de pacotes de segurança. Como conseqüência, milhares de sistemas são comprometidos em taxas crescentes, seja por incompatibilidades, seja por ataques remotos.
Com a missão de, através da colaboração de "hardware", "software", comunicações e vendedores de tecnologia, dirigir e implementar as especificações para uma plataforma de computação melhor e confiável, baseada em "hardware" e sistema operacional, de tal forma que ofereça confiança em plataformas clientes, servidoras, de redes e de comunicações, cinco dentre as maiores empresas de computação do mundo se uniram: Compaq, HP, IBM, Intel e Microsoft, criando assim a "Trusted Computing Platform Alliance" (TCPA), em 1999.
Para tentar solucionar os problemas de segurança, brevemente descritos acima, e inspirados nas sugestões de Schell, o "chip" TCPA (também denominado "chip" "Fritz") foi projetado para prover às máquinas-cliente uma mínima, porém essencial, base de "hardware" para sua segurança. A "Trusted Computing Platform Alliance" produziu especificações abertas para este "chip" de segurança e interfaces de "software" relacionadas. Especificações abertas, amplamente suportadas, acelerarão o projeto, o uso, o gerenciamento e a adoção dos sistemas confiáveis e das soluções que atendem aos desafios do crescente mundo interconectado.
Em 2003, a organização TCPA já contava com mais de duzentos membros e também diversos críticos. Sob a liderança de AMD, HP, IBM, Intel e Microsoft, fundou-se a organização "Trusted Computing Group" (TCG), a qual a TCPA considera como sendo sua sucessora. A TCG incorporou as especificações TCPA como ponto inicial e pretende melhorá-las, além de estendê-las para especificações que abrangem quaisquer dispositivos de computação digital, tais como telefones digitais. Portanto, embora o título do trabalho continue sendo "TCPA - Trusted Computing Platform Alliance", como previamente batizado, qualquer um dos termos já mencionados, ou mesmo "Trusted Computing" (IBM), "Trustworthy Computing", "Palladium" e "NGSCB" (Microsoft) e "Safer Computing" (Intel) seriam adequados como título para o conteúdo que se pretende apresentar.
Muitos críticos afirmam que esta vasta gama de nomes é proposital, pretende confundir consumidores e desviar a atenção daquilo que realmente está por trás disto tudo: Transferir o controle do proprietário do computador para aquele que tenha escrito os "softwares" que o computador esteja executando. Um dos objetivos principais da TCPA seria suportar "Digital Rights Management" (DRM). Por este motivo, a Free Software Foundation prefere referir-se por "Treacherous Computing"! Os críticos tentam mostrar as controvérsias entre as diversas definições de confiança; as máquinas construídas segundo as especificações TCPA serão mais confiáveis do ponto de vista dos vendedores de "software" e da indústria de conteúdo, mas serão menos confiáveis do ponto de vista dos proprietários destas máquinas.
Em contrapartida, membros da TCG defendem a proposta inicial TCPA e suas implementações particulares e afirmam que estas não suportam DRM, mas não garantem que outros membros da TCG vêm fazendo o mesmo trabalho em suas implementações. Isso fica claro em [4], onde David Safford, falando em seu nome e não necessariamente em nome da IBM, tenta levantar as diferenças entre a especificação TCPA e a implementação Palladium da Microsoft, que é um dos maiores alvos dos críticos. A IBM, no entanto, não censura David Safford, ao exibir abertamente suas idéias em seu "site" oficial.
Tentar-se-á exibir o assunto de uma posição neutra, neste trabalho.