INTRODUÇÃO : DISPOSITIVOS DE LÓGICA PROGRAMÁVEL (PLD’s)

 

1. Definição

         Dispositivos lógicos programáveis ou PLDs (programmable logic devices) são dispositivos utilizados para implementar funções lógicas. Os dispositivos PLDs são programados via softwares especiais fornecidos pelos próprios fabricantes desses produtos.
        
A programação é feita por meio de campos elétricos induzidos no dispositivo.
         Por PLD se entende todo circuito de lógica digital configurado pelo usuário final, incluindo simples, baixa densidade, PALs, FPGA (field programmable gate array) , e complexos PLDs (conhecidos como CPLDs).

2. Evolução

                No início da década de 80, simples PLDs eram utilizados na implementação de múltiplos dispositivos lógicos discretos. Hoje em dia, PLDs integram em um único dispositivo grande quantidade de blocos capazes de implementar muitas funções lógicas, e são também geralmente preferidos do que os circuitos integrados de aplicações específicas (ASICs) ou produtos padrões de aplicações específicas (ASSPs). Um dispositivo ASIC é desenhado para atender às características solicitadas pelo projetista de circuitos e terá seu uso exclusivo em tal finalidade, ou seja, é um dispositivo dedicado.
        
O alto volume de dispositivos PLDs confeccionados reduz o custo por unidade. Outro fator que faz com que PLDs tenha seu custo de confeccionamento reduzido é a utilização de novas tecnologias.
         Hoje em dia é possível encontrarmos no mercado PLDs com integração, densidade, performance, e custo equivalentes ao de um dispositivo não programável, como por exemplo um ASIC.
         Tais fatores, combinados com tempo de produção e flexibilidade na programação ajudam a manter o crescimento do uso de PLDs de alta densidade no desenvolvimento de sistemas eletrônicos.
         PLDs são oferecidos em diferentes arquiteturas, e uma variedade de elementos de memória são disponíveis para a configuração do dispositivo.
         A combinação de todas as características citadas anteriormente (flexibilidade, velocidade,  etc), faz dos PLDs ideais soluções para as aplicações da eletrônica de hoje em dia.
        
Os PLDs são confeccionados em lógica CMOS, o que garente características de confiabilidade.
        
Com a densidade dos PLDs chegando a 250.000 portas (para os mais modernos), é possível projetar subsistemas inteiramente digitais com um único dispositivo PLD.
        
A estrutura interna de um PLD é baseado em um array que conecta os barramentos aos blocos lógicos, aos pinos de entrada e saída, e aos blocos de memória.
         Os PLDs, em princípio, possuiam apenas um único bloco lógico (que realizava globalmente as operações), conectado aos pinos de entrada e saída do dispositivo. Com o aperfeiçoamento da tecnologia de fabricação, esses dispositivos receberam uma estrutura de interconexões programáveis, que viriam flexibilizar mais ainda o programação. A evolução trouxe uma otimização do aproveitamento de espaço, aumentando ainda mais as interconexões do array de blocos lógicos.

 

 

 3. Tipos de dispositivos e programação

         Os PLDs simples usam tecnologia CMOS e oferecem elementos de memória do tipo EPROM, EEPROM, e memória FLASH, e englobam os PALs, GALs, e outros componentes.
        
Os HCPLDs ( dispositivos lógicos programáveis de alta capacidade ), oferecem mais de 600 portas disponíveis e também utilizam tecnologia CMOS com  memória EPROM, EEPROM, FLASH, SRAM, e opções anti-fusível. Por HCPLDs entendem-se os dispositivos FPGA e CPLD.
        
Esses últimos dispositivos são programáveis e reprogramáveis, sendo esta última característica uma vantagem a mais para os projetistas de circuitos lógicos.

 

 

         Os dispositivos cuja programação é baseada em anti-fusível não podem ser reconfigurados. Isso é uma desvantagem, mesmo sendo possível fazer a simulação do circuito no computador, porque os projetistas frequentemente precisam testar o hardware ou incorporar mudanças inesperadas ao projeto. Com os elementos anti-fusível (que são programáveis uma única vez), tais testes não poderão ser feitos, e muito menos correções e modificações no projeto, o que pode siginificar num disperdício de volumosa quantidade de capital.
        
Para realizar a programação desses dispositivos existem vários softwares que são desenvolvidos pelos próprios fabricantes de PLDs e fornecidos aos projetistas, de acordo com o elemento a ser programado.

 

3.1. Tecnologica de fabricação da EPROM

         A tecnologia EPROM utiliza uma porta isolada entre  a porta normal do CMOS (gate) e a região fonte/dreno do transistor. Essa porta pode ser carregada com elétrons durante o processo de programação, mantendo o transistor em corte ( turn off ). O estado dessa porta isolada é permanente porque ela é separada do restante do transistor por uma camada de óxido extremamente puro. A carga da porta isolada pode ser removida somente se for irradiada luz ultra-violeta no elemento. Essa luz permite que elétrons se recombinem, descarregando a porta. Tal processo é repetitível e pode ser utilizado durante o processamento do dispositivo PLD, repetidamente se necessário, para assegurar funcionalidade na programação e boa performance, e que a implementação de um design seja fácil. Assim diminui o ciclo de desenvolvimento do circuito.

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