CONCEITO DE ONDAS
É a manifestação de um fenômeno físico no
qual uma fonte pertubadora fornece energia a um sistema e essa energia
desloca-se através dos pontos deste sistema. Observemos a propagação de um
impulso em uma corda:
A onda não se movimenta mas sim a energia fornecida pela fonte
pertubadora, neste caso pela mão.
Ondas
podem ser unidimensionais, bidimensionais ou tridimensionais dependo da direção
de propagação.
O comprimento da onda corresponde ao período
temporal T, ou seja, o período em que ela se repete.
Conhecendo-se a velocidade de propagação,
caracterizamos uma onda pela sua freqüência ou através de seu comprimento por:
v=l.f
Duas teorias explicam atualmente a natureza da luz: teoria corpuscular e a teoria ondulatória. A teoria
ondulatória, define a luz como campos eletromagnéticos propagando-se no espaço.
Explica fenômenos como reflexão, refração, difração etc.
A
teoria corpuscular, define a luz como pacotes de energia denominados fótons.
Explica fenômenos como efeito Compton e o desvio de raios luminosos que passem
perto de corpos celestes.
É a grandeza que expressa a razão entre a velocidade da luz no
vácuo e a velocidade da luz no meio em que ela se propaga. É definida por n=c/v, onde
· c é a velocidade da luz no
vácuo
· v é a velocidade da luz no
meio em questão
Nas
fibras ópticas o indíce de refração poderá provocar disperção do impulso
luminoso, limitando a capacidade de transmissão. Este fenômeno explica a
decomposição da luz branca no prisma e a formação do arco-irís.
Ex:
vácuo n=1,0; água n=1,3; vidro n=1,5; diamantes n=2,0.
Ao incidir em uma superfície de separação de dois meios de
índice de refração diferentes, uma parcela da energia será refletida enquanto
outra parcela se propagará através do meio de transmissão. Ao passar para o
meio de transmissão, a onda sofre um desvio na sua direção caracterizado então
pela Lei de Snell: ni.senqi=nt.senqt
Quando um raio de luz muda de um meio que tem índice de refração
maior para um meio que tem índice de refração menor, a direção da onda
transmitida afasta-se da normal. A medida que aumentamos o ângulo de incidência
i, o ângulo do raio refratado tende a 90o. Quando isso acontece, o
ângulo de incidência recebe o nome de ângulo crítico. Uma incidência com ângulo
maior do que este sofre o fenômeno da reflexão interna total.
Uma fibra óptica é um capilar formado por materiais cristalinos
e homogêneos, transparentes o bastante
para guiar um feixe de luz (visível ou infravermelho) através de um trajeto
qualquer. A estrutura básica desses capilares são cilindros concêntricos com
determinadas espessuras e com índices de refração tais que permitam o fenômeno
da reflexão interna total. O centro (miolo) da fibra é chamado de núcleo
e a região externa é chamada de casca. Para que ocorra o fenômeno da reflexão
interna total é necessário que o índice de refração do núcleo seja maior que
o índice de refração da casca. Os tipos básicos de fibras ópticas são:
·
fibra de índice degrau
·
fibra de índice gradual
·
fibra monomodo
FIBRA DE ÍNDICE DEGRAU (STEP INDEX)
Este tipo de fibra foi o primeiro a surgir e é o tipo mais
simples. Constitui-se basicamente de um único tipo de vidro para compor o
núcleo, ou seja, com índice de refração constante. O núcleo pode ser feito de
vários materiais como plástico, vidro, etc. e com dimensões que variam de 50 a
400 mm,
conforme o tipo de aplicação.
A casca, cuja a função básica de garantir a condição de
aguiamento da luz pode ser feita de vidro, plástico e até mesmo o próprio ar
pode atuar como casca (essas fibras são chamadas de bundle).
Essas fibras são limitadas quanto à capacidade de transmissão.
Possuem atenuação elevada (maior que 5 dB/km) e pequena largura de banda (menor
que 30 MHz.km) e são utilizadas em transmissão de dados em curtas distâncias e
iluminação.
FIBRA DE ÍNDICE GRADUAL (GRADED INDEX)
Este tipo de fibra tem seu núcleo composto por vidros especiais
com diferentes valores de índice de refração, os quais tem o objetivo de
diminuir as diferenças de tempos de propagação da luz no núcleo, devido aos
vários caminhos possíveis que a luz pode tomar no interior da fibra, diminuindo
a dispersão do impulso e aumentando a largura de banda passante da fibra
óptica.
A variação do índice de refração em função do raio do núcleo obedece
à seguinte equação n(r)=n1.(1-(r/a)a.D),
onde
· n(r)
é o índice de refração do ponto r
· n1
é o índice de refração do núcleo
· r
é a posição sobre o raio do núcleo
· a é
o coeficiente de optimização
· D é
a diferença entre o índice de refração da casca e do núcleo
Os materiais tipicamente empregados na fabricação dessas fibras
são sílica pura para a casca e sílica dopada para o núcleo com dimensões
típicas de 125 e 50 mm respectivamente. Essas fibras apresentam
baixas atenuações (3 db/km em 850 nm) e capacidade de transmissão elevadas.
São, por esse motivo, empregadas em telecomunicações.
FIBRA
MONOMODO
Esta fibra, ao contrário das anteriores, é construída de tal
forma que apenas o modo fundamental de distribuição eletromagnética (raio
axial) é guiado, evitando assim os vários caminhos de propagação da luz dentro
do núcleo, consequentemente diminuindo a dispersão do impulso luminoso.
Para que isso ocorra, é necessário que o diâmetro do núcleo seja
poucas vezes maior que o comprimento de onda da luz utilizado para a
transmissão. As dimensões típicas são 2 a 10 mm
para o núcleo e 80 a 125 mm para a casca. Os materiais utilizados para
a sua fabricação são sílica e sílica dopada.
São empregadas basicamente em telecomunicações pois possuem
baixa atenuação (0,7 dB/km em 1300 nm e 0,2 dB/km em 1550 nm) e grande largura
de banda (10 a 100 GHz.km).
É um parâmetro básico para fibras multimodos (degrau e gradual)
que representa o ângulo máximo de incidência que um raio deve ter, em relação
ao eixo da fibra, para que ele sofra a reflexão interna total no interior do
núcleo e propague-se ao longo da fibra através de reflexões sucessivas.
Quando tratamos a luz pela teoria ondulatória, a luz é regida
pelas equações de Maxwell. Assim, se resolvermos as equações de Maxwell para as
condições (chamadas condições de contorno) da fibra, que é um guia de onda,
tais como diâmetro do núcleo, comprimento de onda, abertura numérica, etc.
encontramos um certo número de soluções finitas. Dessa maneira, a luz que
percorre a fibra óptica não se propaga aleatoriamente, mas é canalizada em
certos modos.
Modo de propagação é, portanto, uma onda com determinada
distribuição de campo eletromagnético que satisfaz as equações de Maxwell e que
transporta uma parcela individual (mas não igual) da energia luminosa total
transmitida. Esses modos podem ser entendidos e representados como sendo os possíveis
caminhos que a luz pode ter no interior do núcleo.
A fibra óptica apresenta certas características particulares,
que podemos tratar como vantagens, quando comparadas com os meios de
transmissão formados por condutores metálicos, tais como
·
imunidade a ruídos externos em geral e
interferências eletromagnéticas em particular, como as causadas por descargas
atmosféricas e instalações elétricas de altas tensões;
· imunidade
a interferências de freqüências de rádio de estações de rádio e radar, e
impulsos eletromagnéticos causados por explosões nucleares;
· imune
a influência do meio ambiente, como por exemplo umidade;
· ausência
de diafonia;
· grande
confiabilidade no que diz respeito ao sigilo das informações transmitidas;
· capacidade
de transmissão muito superior a dos meios que utilizam condutores metálicos;
· baixa
atenuação, grandes distâncias entre pontos de regeneração;
· cabos
de pequenas dimensões (pequeno diâmetro e pequeno peso) o que implica em
economia no transporte e instalação.
Redes de telecomunicações
· entroncamentos
locais
· entroncamentos
interurbanos
· conexões
de assinantes
Redes
de comunicação em ferrovias
Redes de distribuição de energia elétrica (monitoração, controle e proteção)
Redes
de transmissão de dados e fac-símile
Redes
de distribuição de radiodifusão e televisão
Redes
de estúdios, cabos de câmeras de TV
Redes
internas industriais
Equipamentos
de sistemas militares
Aplicações
de controle em geral
Veículos motorizados, aeronaves, navios, instrumentos, etc.
A
atenuação ou perda de transmissão pode ser definida como a diminuição da
intensidade de energia de um sinal ao propagar-se através de um meio de
transmissão. A fórmula mais usual para o cálculo da atenuação é a seguinte , onde
· Ps
é a potência de saída
· Pe
é a potência de entrada
Nas
fibras ópticas, a atenuação varia de acordo com o comprimento de onda da luz
utilizada. Essa atenuação é a soma de várias perdas ligadas ao material que é
empregado na fabricação das fibras e à estrutura do guia de onda. Os mecanismos
que provocam atenuação são
·
absorção
·
espalhamento
·
deformações mecânicas.
Os tipos básicos de absorção são
· absorção
material
· absorção
do ion OH-
A
absorção material é o mecanismo de atenuação que exprime a dissipação de parte
da energia transmitida numa fibra óptica em forma de calor. Neste tipo de
absorção temos fatores extrínsecos e intrínsecos à própria fibra.
Como
fatores intrínsecos, temos a absorção do ultravioleta, a qual cresce
exponencialmente no sentido do ultravioleta, e a absorção do infravermelho,
provocada pela sua vibração e rotação dos átomos em torno da sua posição de
equilíbrio, a qual cresce exponencialmente no sentido do infravermelho.
Como
fatores extrínsecos, temos a absorção devido aos ions metálicos porventura
presentes na fibra (Mn, Ni, Cr, U, Co, Fe e Cu) os quais, devido ao seu
tamanho, provocam picos de absorção em determinados comprimentos de onda exigindo
grande purificação dos materiais que compõem a estrutura da fibra óptica.
ESPALHAMENTO
É o mecanismo de atenuação que exprime o desvio de parte da
energia luminosa guiada pelos vários modos de propagação em várias direções.
Existem vários tipos de espalhamento (Rayleigh, Mie, Raman estimulado,
Brillouin estimulado) sendo o mais importante e significativo o espalhamento de
Rayleigh. Esse espalhamento é devido à não homogeneidade microscópica (de
flutuações térmicas, flutuações de composição, variação de pressão, pequenas
bolhas, variação no perfil de índice de refração, etc.
Esse
espalhamento está sempre presente na fibra óptica e determina o limite mínimo
de atenuação nas fibras de sílica na região de baixa atenuação. A atenuação
neste tipo de espalhamento é proporcional a .
As deformações são chamadas de microcurvatura e macrocurvatura,
as quais ocorrem ao longo da fibra devido à aplicação de esforços sobre a mesma
durante a confecção e instalação do cabo.
As macrocurvaturas são perdas pontuais (localizadas) de luz por
irradiação, ou seja, os modos de alta ordem (ângulo de incidência próximo ao
ângulo crítico) não apresentam condições de reflexão interna total devido a
curvaturas de raio finito da fibra óptica.
As microcurvaturas aparecem quando a fibra é submetida a pressão
transversal de maneira a comprimi-la contra uma superfície levemente rugosa.
Essas microcurvaturas extraem parte da energia luminosa do núcleo devido aos
modos de alta ordem tornarem-se não guiados.
A atenuação típica de uma fibra de sílica sobrepondo-se todos os
efeitos está mostrada na figura abaixo:
Existem três comprimentos de onda tipicamente utilizados para
transmissão em fibras ópticas:
· 850
nm com atenuação típica de 3 dB/km
· 1300
nm com atenuação típica de 0,8 dB/km
· 1550
nm com atenuação típica de 0,2 dB/km
É uma característica de transmissão que exprime o alargamento
dos pulsos transmitidos. Este alargamento determina a largura de banda da fibra
óptica, dada em MHz.km, e está relacionada com a capacidade de transmissão de
informação das fibras. Os mecanismos básicos de dispersão são modal, existente
em fibras multimodo, provocada pelos caminhos possíveis de propagação (modos)
que a luz pode ter no núcleo e
cromática, depende do comprimento de onda e divide-se em dois tipos:
Material e de Guia de Onda. Os tipos de dispersão que predominam nas
fibras são:
·
Degrau: Modal (dezenas de MHz.Km).
·
Gradual: Modal Material (menor que 1 GHz.Km).
·
Monomodo: Material Guia de Onda (10 a 100 GHz.Km).
MÉTODOS DE FABRICAÇÃO DAS FIBRAS ÓPTICAS
Os materiais básicos usados na fabricação de fibras ópticas são sílica pura ou dopada, vidro composto e plástico. As fibras ópticas fabricadas de sílica pura ou dopada são as que apresentam as melhores características de transmissão e são as usadas em sistemas de telecomunicações. Todos os processos de fabricação são complexos e caros. As fibras ópticas fabricadas de vidro composto e plástico não tem boas características de transmissão (possuem alta atenuação e baixa largura de banda passante) e são empregadas em sistemas de telecomunicações de baixa capacidade e pequenas distâncias e sistemas de iluminação. Os processos de fabricação dessas fibras são simples e baratos se comparados com as fibras de sílica pura ou dopada.
O uso de fibras ópticas gerou uma série de modificações nos
conceitos de projeto e fabricação de cabos ópticos para telecomunicações.
Nos cabos de condutores metálicos as propriedades de transmissão eram definidas
pelo condutor, construção do cabo e materiais isolantes. Estes cabos eram pouco
afetados nas suas características pelas trações e torções exercidas sobre os
cabos durante a fabricação e instalação. Já nos cabos ópticos, a situação é
diferente porque as características de transmissão dependem apenas da fibra
óptica e sua fragilidade é notória. No projeto de cabos ópticos são observados
os seguintes itens:
· número
de fibras
· aplicação
· minimização
de atenuação por curvaturas
· características
de transmissão estável dentro da maior gama de temperatura possível
·
resistência à tração, curvatura, vibração,
compressão adequadas
· degradação
com o tempo (envelhecimento)
· facilidade
de manuseio, instalação, confecção de emendas, etc.
CONSTRUÇÃO
DE CABOS ÓPTICOS
É efetuada através de várias etapas de reunião de
vários elementos, aplicação de capas, enchimentos, encordoamentos em
equipamentos especiais, tais como extrusoras e planetárias. Neste processo
efetua-se a cordagem das fibras em torno de elementos de apoio e tração. Para
se garantir uma probabilidade de longa vida para o cabo, é necessário não
submeter a fibra à tensões elevadas. Para isso, são utilizados, durante a
construção, elementos tensores e tubos os quais absorvem as solicitações
mecânicas aplicadas no cabo. Esses elementos são muito importantes na
construção do cabo, assegurando estabilidade dimensional do mesmo.
ESTRUTURA TIGHT (ADERENTE)
Neste tipo de estrutura, as fibras ópticas estão em contato com a estrutura do cabo óptico. Possuem, por esta razão, elementos de tração bem resistentes.
ESTRUTURA LOOSE (NÃO ADERENTE)
Neste tipo de estrutura, a fibra óptica fica afastada da
estrutura do cabo acondicionada em tubos (plásticos ou metálicos).
MEDIDAS EM FIBRAS ÓPTICAS
Para a caracterização das fibras ópticas são efetuadas medições
que verificam as características de transmissão das fibras, a saber:
· atenuação
espectral
· atenuação
de inserção
· largura
de banda
· abertura
numérica
· perfil
de índice de refração
Este tipo de teste mede a atenuação da fibra óptica numa faixa
de comprimentos de onda, normalmente contendo o comprimento de onda em que a
fibra operará. É efetuado em laboratório devido à complexidade e precisão e fornece dados sobre a contaminação que
pode ter ocorrido na fabricação da preforma e puxamento, principalmente o OH-.
O teste consiste em se medir a potência de luz após percorrer
toda a fibra nos vários comprimentos de onda que se deseja medir a atenuação,
esta é a primeira medida, ou ainda, a potência de saída. Após isso, corta-se a
fibra a 2 ou 3 metros do início, sem alterar as condições de lançamento, e
mede-se a potência de luz nesse ponto, que pode ser considerado como a potência
de entrada, uma vez que 2 ou 3 metros tem atenuação desprezível; esta é a
segunda medida. De posse das duas medidas, calcula-se a atenuação por [dB].
Este teste é mais apropriado para situações de campo e ele mede
a atenuação da fibra óptica apenas num comprimento de onda, normalmente mede-se
no comprimento de onda que o sistema opera. O teste utiliza dois instrumentos
portáteis: o medidor de potência e a fonte de luz.
O
teste divide-se em duas etapas, na primeira é efetuada uma calibração dos dois
instrumentos, para conhecermos a potência de luz que será lançada, na fibra
óptica, e na segunda é efetuada a
medida de potência após a luz percorre toda a fibra óptica. A diferença entre
as duas será o valor de atenuação.
Este
teste determina a máxima velocidade de transmissão de sinais que uma fibra óptica pode ter, ou seja, mede a capacidade
de resposta da fibra óptica. O teste é realizado com o objetivo de sabermos se
a fibra óptica tem condições de operar com a taxa de transmissão especificada
para o sistema.
A abertura numérica é um número que define a capacidade de
captação luminosa da fibra óptica e é definida por: , onde:
n1 é o índice
de refração do núcleo
n2 é o índice
de refração da casca
ou ainda: , onde:
Esta grandeza é intrínseca à própria fibra e é definida na
fabricação, onde tem maior importância.
Como a abertura numérica é equivalente à
distribuição de luz do campo distante, o teste mede a intensidade de luz desse
campo.
Medida
da distribuição de luz no campo
distante
As medidas são obtidas através de um detector que percorre um
deslocamento angular ou pela projeção do feixe de luz num anteparo graduado.
Desta maneira se obtem o ângulo de
abertura do feixe luminoso.
Este teste tem maior importância na fase de fabricação de fibras ópticas.
Não existem limites para o perfil de índice ,uma
vez que qualquer imperfeição no mesmo implica numa diminuição da banda passante
da fibra óptica , esta sim com limites específicos. O valor do índice de
refração num determinado ponto é proporcional à distribuição de luz do campo
próximo.
Medida
da distribuição de luz no campo próximo
Cabos ópticos requerem cuidados especiais para instalação pois
as fibras são materiais frágeis e quebradiços. Deve-se observar que:
- o cabo não deve sofrer
curvaturas acentuadas, o que pode provocar quebra das fibras em seu interior .
- o cabo não deve ser
tracionado pelas fibras ou elementos de enchimento adjacentes a elas,
mas sim pelos elementos de tração ou aço existentes no cabo.
- a velocidade de
puxamento não deve ser muito elevada para permitir uma paralização imediata se
necessário.
- não se deve exceder a
máxima tensão de puxamento especificada para o cabo. Esta deve ser monitorada,
através de uma célula de carga ,durante todo o puxamento.
- o cabo deve ser limpo e
lubrificado a fim de diminuir o atrito de tracionamento.
- deve-se puxar o cabo com
um destorcedor para permitir uma acomodação natural do cabo no interior do duto
ou canalização.
Existem dois tipos básicos de emendas que
podem ser efetuadas:
- emenda por fusão
- emenda mecânica
Nesta
emenda, a fibra é introduzida numa máquina, chamada máquina de fusão, limpa e
clivada, para após o alinhamento apropriado, ser submetida à um arco voltaico
que eleva a temperatura nas faces da fibra, o que provoca o derretimento das
fibras e a sua soldagem. Após a fusão, a fibra é revestida por resinas que tem
a função de oferecer resistência mecânica à emenda, protegendo-a contra
fraturas e quebras. Após a proteção, a fibra emendada é acomodada em
recipientes chamados caixas de emendas. Por último, a Clivagem, é o processo de
corte de ponta da fibra Óptica. Fazemos um pequeno ferimento na casca da fibra
(risco) depois tracionamos a fibra e curvamos a mesma sobre o risco, assim o
ferimento se propaga pela estrutura cristalina da fibra.
A qualidade de uma clivagem deve ser observada com microscópio.
É
baseado no alinhamento das fibras através de estruturas mecânicas. São dispositivos
dotados de travas para que a fibra não se mova no interior da emenda e contém
líquidos entre as fibras, chamados líquidos casadores de índice de refração,
que diminuem as perdas de Fresnel (reflexão). É uma emenda de baixo custo em
que as fibras também deve ser limpas e clivadas.
CONECTORES
Os conectores utilizam acoplamentos frontais ou lenticulares,
sendo que existem três tipos de acoplamentos frontais:
- quando a superfície de
saída é maior que a de entrada
- quando a superfície de
saída é igual à de entrada
- quando a superfície de
saída é menor que a de entrada
E também existem dois tipos de acoplamentos lenticulares:
- simétrico
- assimétrico
Os requisitos dos conectores são:
- montagem simples;
- forma construtiva
estável;
- pequenas atenuações;
- proteção das faces das
fibras.
Os fatores que influenciam na qualidade de um conector são:
- alinhamento
- montagem
- características de
transmissão das fibras
Existem conectores:
- para fibra única
- para várias fibras
(múltiplo)
Conector para fibra única
Conector
múltiplo
Para sistemas ópticos, encontramos dois tipos de fontes
ópticas que são freqüentemente utilizadas: LED e LASER.
- Potência luminosa: os lasers oferecem maior potência óptica se
comparados com
os leds.
LED : (-7 a -14dBm)
LASER
: (1dBm)
- Largura espectral: os lasers tem largura espectral menor que
os leds, o que
proporciona menor dispersão material.
- Tipos e velocidades de
modulação: os lasers tem velocidade
maior que os leds, mas necessitam de circuitos complexos para manter uma boa
linearidade.
- Acoplamento com a fibra
óptica: o feixe de luz emitido pelo laser é mais concentrado que o emitido pelo
led, permitindo uma eficiência de acoplamento maior.
- Variações com
temperatura: os lasers são mais sensíveis que os leds à temperatura.
- Vida útil e degradação:
os leds tem vida útil maior que os lasers (aproximadamente 10 vezes mais), além
de ter degradação bem definida.
- Custos: os lasers são
mais caros que os leds, pois a dificuldade de fabricação é maior.
- Ruídos: os lasers
apresentam menos ruídos que os leds. Ambos podem ser fabricados do mesmo
material, de acordo com o comprimento onda desejado:
* AlGaAs (arseneto de alumínio e gálio) para 850 nm.
* InGaAsP (arseneto
fosfeto de índio e gálio) para 1300 e 1550 nm.
Para entendermos o funcionamento de um laser, vamos tomar um
laser a gás (HeNe) de maneira didática onde os números usados são ilusórios
para maior visualização dos fenômenos.
Um átomo é composto de um
núcleo e de elétrons que permanecem girando em torno do mesmo em órbitas bem
definidas.
Quanto mais afastado do núcleo gira o elétron, menor a sua
energia.
Quando um elétron ganha energia ele muda de sua órbita para uma
órbita mais interna, sendo este um estado não natural para o átomo mas sim
forçado.
Como esse estado não é natural, o átomo por qualquer distúrbio
tende a voltar a seu estado natural, liberando a energia recebida em forma de
ondas eletromagnéticas de comprimento de onda definido em função das órbitas do
átomo.
As
características típicas de um laser são:
· luz
coerente
· altas
potências
· monocromaticidade
· diagrama
de irradiação concentrado
· vida
útil baixa (10000 horas)
· sensível
a variações de temperatura
· alto
custo
· próprio
para sinais digitais
· altas
velocidades, ou seja, grande banda de passagem (1 Ghz ou mais)
Existem dois tipos de lasers quanto ao tipo de fabricação:
- Lasers cujo guia de onda
(cavidade ressonante) é induzida por corrente, chamados lasers GLD (gainguide
laser diode).
- Lasers cujo guia de onda
é incorporado pela variação de índice de refração, chamados lasers ILD (index
guide laser diode).
SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO
As redes
públicas de telecomunicações provêm uma variedade de aplicações para os
sistemas de transmissão por fibras ópticas. As aplicações vão desde a pura
substituição de cabos metálicos em sistemas de longa distância interligando
centrais telefônicas (urbanas e interurbanas) até a implantação de novos
serviços de comunicações, por exemplo, para as Redes Digitais de Serviços
Integrados (RDSI).
REDE Telefônica
Uma das
aplicações pioneiras das fibras ópticas em sistemas de comunicação corresponde
aos sistemas tronco de telefonia, interligando centrais de tráfego
interurbano. Os sistemas tronco exigem sistemas de transmissão (em geral,
digitais) de grande capacidade, envolvendo distâncias que vão, tipicamente,
desde algumas dezenas até centenas de quilômetros e, eventualmente, em países
com dimensões continentais, até milhares de quilômetros. As fibras ópticas, com
suas qualidades de grande banda passante e baixa atenuação, atendem
perfeitamente a esses requisitos.
REDE DIGITAL DE SERVIÇOS
INTEGRADOS (RDSI)
A rede local
de assinantes, isto é, a rede física interligando assinantes à central
telefônica local, constitui uma importante aplicação potencial de fibras
ópticas na rede telefônica. Embora as fibras ópticas não sejam ainda totalmente
competitivas com os pares metálicos, a partir da introdução de novos serviços
de comunicações (videofone, televisão, dados etc.), através das Redes Digitais
de Serviços Integrados (RDSI), o uso de fibras ópticas na rede de assinantes
tende a ser imperativo.
CABOS SUBMARINOS
Os sistemas de
transmissão por cabos submarinos, parte integrante da rede internacional de
telecomunicações, é uma outra classe de sistemas onde as fibras ópticas cumprem
atualmente um papel de fundamental importância. As fibras ópticas, por outro lado, considerando-se apenas os
sistemas de 3ª geração (1,3µm), permitem atualmente espaçamentos entre
repetidores em torno de 60 km.
TELEVISÃO POR CABO (CATV)
A transmissão
de sinais de vídeo através de fibras ópticas é uma outra classe de aplicações
bastante difundida. As fibras ópticas oferecem aos sistemas de CATV, além de
uma maior capacidade de transmissão, possibilidades de alcance sem repetidores
(amplificadores) superior aos cabos coaxiais banda-larga.
SISTEMAS DE ENERGIA E TRANSPORTE
A difusão das
fibras ópticas nas redes públicas de telecomunicações tem estimulado a
aplicação desse meio de transmissão em sistemas de utilidade pública que provêm
suas próprias facilidades de comunicações, tais como os sistemas de geração e
distribuição de energia elétrica e os sistemas de transporte ferroviário. As
facilidades de comunicações incluem, além de serviços de comunicação
telefônica, serviços de telemetria, supervisão e controle ao longo do sistema.
As distâncias envolvidas podem ser de alguns quilômetros ao longo de linhas de
transmissão ou linhas férreas.
REDES LOCAIS DE COMPUTADORES
As
comunicações entre computadores são suportadas por sistemas de comunicação de
dados que costumam ser classificados, segundo as distâncias envolvidas, em
redes de computadores de longa distância ou redes locais de computadores.
As redes de
computadores a longa distância utilizam-se dos meios de transmissão comuns
à rede telefônica. Embora geralmente usem técnicas distintas (comutação de
pacotes, modem etc.) essas redes a longa distância são implantadas ou
integradas nos mesmos suportes físicos de transmissão da rede telefônica. Assim
sendo, o uso de fibras ópticas em sistemas de comunicação de dados a longa
distância acompanha a evolução da aplicação de fibras ópticas na rede
telefônica (cabos troncos, cabos submarinos, RDSI etc.).
As redes
locais de computadores, utilizadas para interconectar recursos computacionais
diversos (computadores, periféricos, banco de dados etc.) numa área
geograficamente limitada (prédio, usina, fábrica, campus etc.), caracterizam-se
pela especificidade e variedade de alternativas tecnológicas quanto ao sistema
de transmissão voltadas principalmente para aplicações em automação em
escritórios e em automação industrial, como requisitos exigentes em termos de
confiabilidade, capacidade de uma excelente alternativa de meio de transmissão.