Introdução
Em um paradigma clássico de roteamento por IP, o encaminhamento do tráfego é feito de forma a chegar o mais rapidamente possível ao destino, o que significa seguir o caminho mais curto baseado somente no custo dos links. Além disso, os pacotes são encaminhados a cada salto, ou seja, cada roteador encaminha o pacote baseado no endereço de destino, o que chamamos de destination-based forwarding paradigm. Esse paradigma contudo não leva em conta a largura de banda de cada link, gerando um subaproveitamento da banda total entre fonte e destino.
Assim, a rede passa a estar suscetível a congestionamentos, e consequentemente perda de pacotes. Uma solução para o problema é a utilização da PRB (Policy-based Routing), mas que contudo não é prática, pois requer que as políticas sejam implementadas em cada roteador no caminho para o destino.
Dessa forma, surge a engenharia de tráfego (Traffic Engineering - TE), cujo funcionamento resume-se em desviar uma parcela do tráfego para um caminho não ótimo, permitindo um melhor gerenciamento da utilização de banda total, aliviando congestionamentos temporários no centro da rede. Para tal, são coletadas informações a respeito do padrão de tráfego que atravessa o núcleo da rede, de forma que possam ser configurados túneis, a fim de separar os caminhos .
Fig 1: túneis TE , Tunnel1 and Tunnel2, podem ser configurados em PE1-AS1 que podem mapear diferentes caminhos(PATH1, PATH2), permitindo um uso de banda eficiente. (extraído de [2])
Em uma rede MPLS (Multiprotocol Label Switching), os dados de uma rede são encaminhados de nó a nó baseados em rótulos que identificam enlaces virtuais, evitando a utilização de endereços longos e tabelas de roteamento complexas. Nessa, as configurações de tunelamento são sempre definidas nos denominados provider edge (PE) routers, roteadores localizados entre áreas de provedores de serviço distintos, ligando-os através do núcleo do provedor.
Logo, podemos citar a aplicabilidade de mecanismos de engenharia de tráfego em redes MPLS: É aplicado o Source-based routing para o tráfego na origem do túnel, sendo definido um caminho configurável através do qual o tráfego deverá passar; O MPLS-TE provê uma forma eficiente de encaminhamento de tráfego evitando a superutilização e subutilização de links; MPLS-TE se adapta a mudanças de banda; MPLS-TE leva em conta as bandas configuradas dos links.