Endpoint Identifier e Routing Locator
Para entender o funcionamento do LISP, é necessário
compreender como funciona o roteamento IP tradicional em
contraste com a nova abordagem.
Assim como citado anteriormente, no IP, um endereço
único é usado para identificar tanto o local (onde um
dispositivo está conectado à rede) quanto o dispositivo em si.
Isso significa que, quando esse se move na rede, seu endereço
deve ser alterado para refletir seu novo local. Essa mudança é
um processo complexo e, em muitos casos, inconveniente. Além
disso, redes tradicionais frequentemente precisam alocar blocos
inteiros de endereços IP para uma localização específica,
independentemente de quantos dispositivos estão realmente
presentes nesse local, o que leva a um uso ineficiente de
recursos de endereçamento.
Diante desses problemas citados, o LISP implementa
os seguintes componentes: o Endpoint Identifier (EID) e o
Routing Locator (RLOC).
Endpoint Identifier (EID): é o identificador
do dispositivo na rede. É um endereço permanente e estático que
serve exclusivo do dispositivo, independentemente de sua
localização. O EID é semelhante a um endereço IP convencional e
é usado para identificar o dispositivo, mas, ao contrário do IP,
os EIDs permanecem inalterados, mesmo quando o dispositivo se
move na rede.
Routing Locator (RLOC): é um identificador de
localização do dispositivo, ou seja, é o endereço de rede para o
qual os pacotes são roteados. Os RLOCs podem ser dinâmicos e
associados ao EID à medida que o dispositivo se move na rede.
Quando um pacote é encaminhado para um dispositivo, ele usa o
RLOC para chegar até ele, independentemente de sua localização.
Roteadores de Ingresso e Egresso
O roteamento de pacotes no LISP é feito através de túneis
criados entre dois dispositivos principais: o Egress Tunnel
Router (ETR) e o Ingress Tunnel Router (ITR).
Ingress Tunnel Router (ITR): é responsável
por encontrar os mapeamentos EID-to-RLOC para todo o tráfego
destinado a sites LISP-capable. Quando o ITR recebe um pacote
destinado a um EID, ele procura o EID em seu cache de
mapeamento. Se o ITR encontrar uma correspondência, ele
encapsula o pacote dentro de um cabeçalho LISP com um de seus
RLOCs como endereço IP de origem e um dos RLOCs da entrada do
cache de mapeamento como o destino IP. E, então, encaminha o
pacote normalmente.
Egress Tunnel Router (ETR): é responsável por
aceitar um pacote IP com um cabeçalho LISP, onde o endereço de
destino é hospedado pelo roteador. Assim, decapsula o pacote e o
envia de volta para o espaço EID em direção ao seu destino
final. Em resumo, no ETR, o cabeçalho LISP é extraído e o pacote
retorna ao seu estado inicial: um pacote IP com o EID do
destinatário no campo "destino".