Protocolos · RSTP

Como já foi abordado, o STP é considerado muito lento, especialmente para rede atuais e que exigem alta disponibilidade. Um protocolo mais rápido, portanto, precisou ser desenvolvido e, para satisfazer essa demanda, em 1982 foi introduzido pela primeira vez o Rapid Spanning Tree (IEEE 802.1w). No ano de 2004, o RSTP foi incorporado pela IEEE no padrão 802.1D, com identificação 802.1D-2004. 

O RSTP não é um protocolo totalmente novo, mas sim uma evolução do STP que preserva conceitos básicos, como por exemplo a maneira que o algoritmo Spanning Tree elege uma bridge raiz. Incorpora, no entanto, novas características: 

Cada porta pode assumir um dos seguintes estados: 

Além dos estados, cada porta das bridges possui uma função associada:

Extraída de [10]

Uma porta de um dispositivo bridge no RSTP pertence a um dos seguintes tipos: 

Extraída de [10]

Definir o tipo de segmento é importante, pois, no caso da porta designada, a transição imediata para o estado de encaminhamento somente acontece se o tipo de segmento for ponto-a-ponto. Nas demais funções de porta, raramente elas dependem do tipo do segmento. 

Outra novidade com relação ao STP (IEEE 802.1D) é o processo de proposta e acordo, o qual tem por objetivo colocar as portas designadas e raiz, DP e RP, para o estado de encaminhamento no menor tempo possível, através de trocas de BPDUs. 

No STP quando uma porta é eleita DP ocorre um atraso significativo antes de acontecer a transição dessa porta para o estado de encaminhamento. O RSTP acelera o processo do novo cálculo após uma mudança de topologia, já que ele converge segmento a segmento, não dependendo do temporizador expirar para a transição das portas. A transição imediata para o estado de encaminhamento pode ocorrer apenas em segmentos ponto-a-ponto e portas de extremidade. 

Extraída de [10]

Supondo que um novo segmento seja adicionado à rede, o processo de proposta e acordo funciona da seguinte forma: 

  1. Quando o novo segmento é conectado entre duas portas de duas bridges diferentes, é iniciado o processo de proposta e acordo entre essas duas portas, as quais ficam no estado de descarte até que a sincronização seja concluída;
  2. Uma das portas envia à outra porta uma proposta, por meio de uma mensagem BPDU através do novo segmento;
  3. Se a proposta recebida por uma das portas tiver um custo menor de caminho (pular a etapa 4):
    1. A bridge que contém tal porta bloqueia todas as suas outras portas de não-extremidade, durante o período de sincronização. É então iniciado o período de sincronização;
    2. A porta que recebeu a proposta envia à outra porta um acordo, por meio de uma mensagem BPDU através do novo segmento;
    3. As funções são definidas para as portas envolvidas (designada ou raiz), as quais passam do estado de descarte para o estado de encaminhamento. A sincronização entre as duas bridges é encerrada;
  4. Se a proposta recebida por uma das portas tiver um custo maior de caminho:
    1. A porta que recebeu a proposta passa a ser designada no estado de descarte, e o bridge que contém essa porta bloqueia todas as suas outras portas de não-extremidade;
    2. A porta que recebeu a proposta envia à outra porta um acordo, por meio de uma mensagem BPDU através do novo segmento;
    3. A porta que enviou a proposta passa a ser alternativa no estado de descarte. As portas da bridge que receberam a proposta, passam a ter uma função definida (designada ou raiz) e assumem o estado de encaminhamento;
  5. As etapas anteriores são repetidas; entretanto, a bridge que recebeu a proposta passa a ser aquela que enviará a proposta, de uma para uma porta de outra bridge, utilizando o segmento entre essas portas;
  6. O processo de proposta e acordo é concluído quando as etapas anteriores envolverem todas as bridges da rede.


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