4.0 Desafios

            4.1 – Ruído:
           Constata-se que diversos equipamentos que são ligados a rede elétrica podem causar diversos ruídos na forma de impulso no canal. Basicamente, eles podem ser classificados em:

a. Síncrono: Geralmente provocado por dimmers. Por exemplo, quando uma lâmpada é ligada em brilho médio, diversos impulsos da ordem de dezenas de volts são inseridos no canal.

b. Tonal: Pode ser dividido em dois tipos. O não-intencional, gerados pelas fontes de alimentação chaveadas, presentes, por exemplo, em computadores, carregadores e dispositivos que poupam energia. Este ruído gerado é bastante rico em harmônicos. O intencional é causado por intercomunicadores que usam a rede elétrica, como babás eletrônicas.

c. De Alta Freqüência: Gerado por aparelhos que usam motor universal, comumente presente em barbeadores, aspiradores e outros eletrodomésticos. Injetam na rede impulsos da ordem de alguns milhares de pulsos por segundo.

d. Por Capacitores: É gerado quando se liga/desliga aparelhos eletrônicos, porque estes possuem capacitores, feitos para corrigir o fator de potência, que são carregados/descarregados quando o equipamento é ligado/desligado. A grandeza do ruído gerado, portanto, depende diretamente do tamanho do capacitor de cada equipamento

            4.2 – Atenuação:
           A atenuação é outro problema limitador nas transmissões em alta velocidade. Este empecilho costuma ser associado tanto com a freqüência do sinal como pela distância que ele percorre. De fato, a atenuação sofrida pelo sinal ao longo da linha de distribuição, que pode variar de acordo com a topologia, conservação, quantidade das conexões é um fator importante que pode afetar o desempenho de PLC’s, limitando consideravelmente a distância que sinais podem atingir.  Essa atenuação também é causada pelos transformadores da rede elétrica, que, mesmo permitindo a passagem quase total de corrente alternada a 50 ou 60 Hz, atenuam bastante os sinais de alta freqüência.
           No caso da rede elétrica, a atenuação também é relacionada com as cargas e descontinuidades de impedância, que podem variar com o tempo e localização. Os principais causadores das descontinuidades são as emendas dos fios, interruptores e tomadas. Estas, mesmo não estando ligadas a nenhum equipamento, são pontos problemáticos por serem pontos de rede sem terminação. Aparelhos eletrônicos, ao serem ligados também fazem com que a carga total da rede aumente. Por causa do descasamento de impedância entre os equipamentos, ocorre a reflexão do sinal transmitido, que acaba por causar maior atenuação do sinal, uma vez que parte dele será perdida. De certo modo, este fato se relaciona a freqüência, pois os aparelhos eletrônicos possuem filtros capacitivos que reduzem os de baixa freqüência (filtros passa-altas). É válido ressaltar que os equipamentos PLC não devem estar ligados a estabilizadores ou filtros de linha, já que eles bloqueiam os sinais de alta freqüência.

            4.3 - Impedância da rede:
           Primeiramente, deve-se entender que a impedância está relacionada à transferência de energia entre dois meios. Sabe-se que a impedância entre esses dois meios é mínima quando as impedâncias nominais dos dois meios são iguais. Isto minimiza a energia perdida na conexão entre eles, garantindo a qualidade da transmissão. Um exemplo de impedância pode ser percebido quando se olha através de um vidro de um carro. Caso este não possua insul-film, a luz irá passar e será possível ver o interior do carro. Contudo, caso tenha insul-film, o interior poderá não ser visto. Neste caso, o vidro serve de interface entre o meio externo e interno do carro e o insul-film provoca um descasamento de impedância entre ambos.
           Devido à existência da atenuação, é conveniente que o transmissor do modem insira na rede elétrica o nível máximo de tensão permitido por uma norma.  Sabe-se, contudo, que a potência de transmissão é facilmente calculada e varia inversamente com a impedância do canal. Portanto, pode-se dizer que a impedância tem significante influência na transmissão. 
           Contudo, ela pode variar com o tempo e com a freqüência, o que aumenta o custo do estágio de saída dos transmissores. A impedância total pode ser calculada como a soma da impedância do transformador de distribuição, que aumenta proporcionalmente a freqüência, com a impedância característica do cabo e com aquela dos equipamentos conectados, que pode variar entre 10 e 100 Ω. O descasamento de impedância gera a reflexão do sinal transmitido, que acaba por causar a diminuição do sinal original.

            4.4 – Interferência:
           Este item pode ser dividido em dois tipos, a interferência causada por outros sistemas que utilizam o mesmo espectro que a tecnologia PLC e aquela causada por outros usuários que estão utilizando a PLC.
           O primeiro tipo pode ser relacionado com os limites de potência que um organismo regulador deveria determinar para as PLC. Apesar de nos EUA e na Europa existirem normas de controle de limites de emissão, no Brasil ainda não se tem indicação de qual postura será adotada.
           O segundo tipo pode ser relacionado com a redução do espectro disponível para cada usuário, devido à interferência gerada por outros PLC’s. Isto pode implicar na redução da taxa de transmissão. Portanto, pode-se dizer que o conhecimento prévio dos níveis de sinais nas regiões onde o sistema será instalado é de grande importância para a viabilidade do produto.
           Alguns grupos se opõem a disseminação da tecnologia de broadband over powerline (BPL) por dizerem que existe a possibilidade de que ocorra interferência em transmissões de rádio, já que os cabos elétricos não são blindados. Além disso, os cabos da rede elétrica não são trançados como nas redes Ethernet, isto faz com que a emissão de sinais de alta freqüência seja maior, o que pode provocar não só interferência a outros fios, como também a transmissões de rádio. Felizmente, para evitar que se prejudiquem os sinais de rádio, existem normas que limitam a freqüência utilizada nas PLC;